Ferramentas digitais no Turismo: Alexandre Cordeiro traz tendências
Alexandre Cordeiro, especialista em Tecnologia aplicada ao setor, compartilhou seus insights
Chegou a hora de o mercado de Turismo sentir o impacto de novas tecnologias. Ferramentas digitais que já estão sendo utilizadas por outros setores, mas que para a indústria de Viagens ainda estavam sendo desenvolvidas, pensadas, customizadas. Ou então porque estávamos simplesmente atrasados mesmo.
Nos últimos dois anos, as big techs impulsionaram a criação e o desenvolvimento de diversas ferramentas, e agora o Turismo vive o momento de colocá-las em prática, e mais do que isso, um momento de democratização dessas inovações. Idealizador da comunidade Travel Tech Hub e do evento Travel Tech Hub Day (TTHDay) Alexandre Cordeiro, um especialista de Tecnologia aplicada ao Turismo, compartilhou suas perspectivas sobre as tendências na área:
Tecnologia na prática
Para Cordeiro, o Turismo, costumeiramente burocrático e atrasado ao adotar novas tecnologias, finalmente está pronto para acolher essas inovações, que serão muito bem-vindas para otimizar processos e melhorar a experiência de profissionais e consumidores.
"Antes, essas ferramentas eram exclusivas das grandes empresas, mas agora começam a se democratizar. Pequenos negócios também passam a ter acesso a soluções tecnológicas. No entanto, os gestores terão de priorizar a adoção dessas ferramentas. Não vai poder haver a desculpa de que está faltando tempo e disposição para testar e implementar novidades", afirma.
No protagonismo dessas mudanças está a aplicação da inteligência artificial (IA) no setor. Cordeiro cita empresas como Salesforce, Nvidia, Oracle e Copastur como algumas das líderes desta conversa. Para o especialista, esses casos práticos de uso de IA beneficiarão toda a cadeia produtiva do Turismo.
Tecnologia é condição essencial
Outra tendência que se confirma, segundo o idealizador do Travel Tech Hub, é a fusão definitiva entre Turismo e tecnologia. "Hoje, a tecnologia não é mais uma opção, mas uma condição sine qua non para operar no Turismo. É essencial entender o nível de sofisticação que cada segmento, cada empresa demanda, mas a base é sempre tecnológica", explica.
Empresas como a Planne estão se destacando ao ter o papel de democratizar ainda mais a tecnologia, alcançando fornecedores e atrativos em regiões menos exploradas pelos grandes players. "Eles estão desbravando mercados pouco atrativos para as grandes empresas, promovendo uma verdadeira democratização da tecnologia", ressalta.
Tecnologia é ineficiente sem ação
Cordeiro critica a falta de atitude na implementação de tecnologias disponíveis há décadas, como os CRMs. Segundo ele, não haverá mais espaço para tal morosidade. "Ao mesmo tempo em que temos acesso a tecnologias avançadas, falta a atitude para implementá-las e evoluir os negócios. Precisamos oxigenar a ideia de que tecnologia é cara, difícil ou complexa", comenta. Ele enfatiza a importância de diversificar e evoluir, trazendo o interior e o mercado informal para um ecossistema mais evoluído.
Desafios dos agentes de viagens
“Lá na ponta”, os agentes de viagens enfrentam desafios específicos, como na comunicação do valor, distribuição e promoção de produtos. "Ferramentas como bots de Instagram, automação de mídias sociais e gestão de grupos de WhatsApp podem facilitar muito a vida dos agentes", diz Alexandre Cordeiro. “E são ferramentas absolutamente disponíveis. De novo, quem diz que isso é muito sofisticado e não reserva uma parte de seu tempo para aprender essas soluções, ficará para trás.”
Ferramentas são mais acessíveis do que parecem
Alexandre Cordeiro destaca que muitas das ferramentas já disponíveis e capazes de economizar horas do dia a dia dos agentes de viagens são acessíveis, algumas a partir de R$ 50.
“Claro que há algumas mais caras, mas outras mais acessíveis já podem fazer uma grande diferença na comunicação, gestão de contatos e automatização de processos manuais, que tiram muito tempo dos profissionais.
"As agências estão na ponta e enfrentam desafios únicos. Precisamos desmistificar a tecnologia, mostrando que ela não é cara nem complexa, e que existem muitas ferramentas simples e baratas disponíveis", argumenta.
Eficiência operacional e estratégica
O especialista também aborda a importância de se tornar mais eficiente para pensar estrategicamente. "Ainda somos uma indústria muito off-line, que precisa visitar estandes, apertar mãos e se deslocar. Isso segue sendo importante, mas a tecnologia pode melhorar a operação e permitir um pensamento mais estratégico", afirma.
Tecnologia pode trazer mais estrangeiros para o Brasil
Por fim, de maneira mais ampla, Alexandre Cordeiro aborda o desafio da estagnação no número de visitantes internacionais no Brasil. "Precisamos olhar para isso de forma construtiva e buscar maneiras de aumentar esse número. A tecnologia pode ajudar a ser mais eficiente e a atender melhor o cliente final, que muitas vezes é negligenciado", conclui. O executivo deixa claro que a integração de tecnologia no Turismo não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para a evolução e competitividade do setor.
Quando usar (ou não) Inteligência Artificial
Inteligência artificial pode ser muito útil para agências de viagens, operadoras e todos os outros setores do Turismo. No entanto, em um momento que as utilizações da IA são discutidas, pouco se adverte sobre quando a tecnologia pode ser, na verdade, prejudicial. Segundo Alexandre Cordeiro, entre os momentos que os profissionais devem evitar a Inteligência Artificial, estão:
- Tarefas que precisam de Inteligência Humana;
- Substituição de tarefas que demandam análise ou julgamento;
- Trabalhos sem revisão ou ajustes;
- Também não se deve usar a IA "no automático" (sem reflexão sobre o papel que ela cumprirá dentro daquela tarefa).
Já entre os momentos em que o uso da IA é indicado para os agentes de viagens, estão:
- Automatizar processos, aumentar a eficiência e produtividade;
- Tarefas repetitivas e mecânicas realizadas de maneira mais rápida e precisa;
- Liberar pessoas para tarefas mais criativas e estratégicas;
- Requalificação profissional e adaptação às novas demandas do mercado de trabalho.
Entre os casos em que o uso da Inteligên - cia Artificial é recomendado por Cordeiro, estão:
- Campanhas e peças de marketing;
- Suporte ao viajante, criando uma base de conhecimento para um chatbot;
- Sugestão de roteiros.
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Esta matéria é parte integrante do Especial de Tecnologia da PANROTAS, onde você encontra várias outras dicas e ferramentas para turbinar seu negócio.