Marcos Martins   |   09/10/2018 12:00

Brasil se destaca na inovação em meios de pagamento; entenda

Líderes das empresas Worldline e Wex fazem análise do mercado na América Latina

Pixabay/ jarmoluk
Empresas tem como principal desafio manter a segurança de dados
Empresas tem como principal desafio manter a segurança de dados
A forma de pagar bens e serviços passa por uma revolução ao redor do mundo, tanto em número de opções quanto em complexidade. Entre 2008 e 2016, foram criadas mais de cinco mil empresas que utilizam novas tecnologias em serviços financeiros (as chamadas fintechs), que atraíram mais de US$ 60 bilhões em investimentos de capital de risco, segundo informações da Amadeus.

Neste cenário de inovação, que inclui desde moedas digitais a pagamentos instantâneos, a América Latina fica para trás em comparação aos outros países da América do Norte e Europa. O principal motivo é o monopólio generalizado de adquirentes e bandeiras de cartões de crédito e débito, mas o Brasil ainda consegue se destacar, de acordo com especialistas.

“O Brasil é um mercado muito mais avançado, onde vemos diversos adquirentes processando a maioria das bandeiras sem restrições, sendo similar ao modelo europeu ou norte-americano. Claro que a cultura do brasileiro torna o sistema de pagamentos mais complexo a partir do momento em que os consumidores querem pagar suas compras com boleto ou transferência bancária”, explica a líder da operação na América Latina da Worldline, Thais Fischberg, ao Portal PANROTAS.
Divulgação/ Arthur Nobre
Thais Fischberg, da Worldline
Thais Fischberg, da Worldline

A empresa atua no setor de processamento de pagamento e serviços transacionais no e-commerce. No Brasil, a equipe é enxuta e reúne dez profissionais no escritório, mas globalmente são mais de 9,4 mil funcionários, que atuam em mais de 50 países. Entre as principais tendências, o grupo destaca o avanço do comércio digital no Turismo.

“O segmento de viagem é muito estratégico para a Worldline e temos alguns clientes neste setor, como o Airbnb. De acordo com dados do Ministério do Turismo, divulgados no final do ano passado, o faturamento das empresas do setor cresceu 4,3% no último trimestre do ano. E o último relatório webshopper, realizado pela Ebit sobre comércio virtual brasileiro, constatou que o segmento de Turismo movimentou R$ 35,1 bilhões no digital commerce, considerando reservas em hotéis, aéreo, pacote de viagens e locação de carros”, afirma.

Já a norte-americana Wex possui 280 funcionários em solo brasileiro e conta com mais de três mil clientes corporativos no mercado latino-americano, atuando em segmentos de frota, frete, benefícios, viagem e saúde. Para o CEO da Wex na América Latina, José Roberto Kracochansky, o País avança em relação aos meios de pagamentos.

“No Brasil, temos tecnologia de ponta em todos os setores e, em relação às viagens, os pagamentos virtuais estão apenas iniciando. O mercado de crédito corporativo tem suas particularidades e talvez isso seja uma barreira para uma maior utilização desses meios de pagamento, mas no lazer quase tudo possui algum tipo de pagamento eletrônico. O movimento é crescente e a adesão por meios de pagamentos virtuais já está acontecendo após um período de se entender essa modalidade.”

SEGURANÇA EM PAGAMENTOS

Apesar dos avanços tecnológicos, a indústria ainda enfrenta os problemas de segurança, já que os criminosos conseguem utilizar os serviços antes da fraude ser identificada pelos bancos, adquirentes e portador do cartão.
Divulgação/ Victor Marchesini
José Roberto Kracochansky, da Wex
José Roberto Kracochansky, da Wex

“O aumento da segurança será fundamental e a principal iniciativa do mercado é a melhora da autenticação do cliente. Ou seja, o e-commerce terá a possibilidade de fornecer um número maior de informações do consumidor a fim de aumentar a segurança da transação. Quando olhamos o mundo físico das maquininhas, o Brasil é um dos mercados mais avançados em termos de tecnologia contra fraude, sendo referência para outros países”, ressalta a executiva da Worldline.

Com a promessa de maior segurança, a Wex aposta no cartão de crédito virtual customizado, que dispensa o uso do objeto físico e pode conter o nome do passageiro, limite de crédito e prazo de vigência. Eles são gerados de maneira automática na reserva de um hotel, aluguel de carro ou emissão de aéreo, por exemplo, e o número existe apenas para cada transação específica, algo que reduz as chances de fraude.

As permissões de uso podem ser criadas, excluídas ou editadas no portal da Wex com acesso aos relatórios de transações. “Quando se começa a falar de novas tecnologias, isso é algo que demanda a aceitação do consumidor, da pessoa física. O aumento do número de meios de pagamento facilita a vida do cliente, não importa quem seja, e há maior flexibilidade. Nesse sentido, o meio de pagamento eletrônico gera mais segurança ao final do dia”, completa Kracochansky.

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