Como empresas do Turismo podem vender de forma sustentável?

PANROTAS / Filip Calixto

BRASÍLIA (DF) - Durante a 1ª Jornada Turismo 2030, iniciativa promovida durante a Abav Expo 2024 pela Abav Nacional com curadoria da Apply Brasil e patrocínio do Mato Grosso do Sul, foi realizado um debate sobre os impactos climáticos no Turismo, tendo como base a websérie Jornada 2030 – Passaporte para o Futuro.

Mediado pela jornalista Christiane Pelajo, o debate teve a participação de José Marengo, coordenador-geral do Centro Natural de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e da engenheira Samara Santos, que é especialista em energias renováveis e presta consultoria para a WFF-Brasil.

A plateia pôde fazer perguntas, e a diretora da Pires Inteligência em Turismo, Jeanine Pires, questionou: “Como nós, que trabalhamos em agências de viagens, hotéis e outras empresas do Turismo, e que temos uma logística puramente econômica, podemos mudar a forma de vender e educar o cliente nessa questão da sustentabilidade, para que ele seja um turista consciente?”

José Marengo respondeu: “A indústria de Turismo precisa investir na conscientização das pessoas. Quando falamos de agências, companhias aéreas, hotéis, é necessário treinar todas as pessoas que trabalham nesses lugares, para que possam passar uma visão de sustentabilidade aos clientes. A percepção de que o clima está mudando tem que estar em todos os negócios. Toda empresa quer lucro, mas podemos equilibrar o lucro da empresa com o lucro que o planeta Terra pode ter”, destaca Marengo.

Brasil: referência em biocombustíveis

Samara Santos, por sua vez, destacou a produção de biocombustíveis, na qual o Brasil é um exemplo. "O Brasil é referência na produção de biocombustíveis e agora estamos sendo cobrados em relação a isso, pela nossa capacidade de energia renovável. Temos a ciência ao nosso lado e o País lida com essa produção muito bem. O etanol é o nosso carro-chefe e tem tendência de crescimento para os próximos anos", comenta Samara.

"Para tornar o transporte nos destinos mais sustentável, a ideia é substituir a gasolina pelo etanol em carros e vans, além do uso de carros elétricos. Mas é preciso destacar que, quando falamos da aviação, estamos falando de um desafio gigantesco, já que não é tão simples assim trabalhar em combustíveis sustentáveis", enfatiza a especialista. Segundo ela, o uso de hidrogênio é uma forte tendência no setor de aviação.