Karina Cedeño   |   27/05/2024 11:20
Atualizada em 27/05/2024 11:31

Estudo mostra impactos das enchentes no Turismo do RS; confira

73,1% dos atrativos turísticos privados sofreram algum tipo de dano, segundo levantamento

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Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, depois das enchentes
Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, depois das enchentes

Diante das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul no último mês, um dos questionamentos que ficam é: o quanto o Turismo local foi afetado? E quanto tempo os municípios afetados levarão para se recuperar?

Com o objetivo de responder essas e outras questões, o Observatório de Turismo da Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul, junto ao Núcleo de Observação, Desenvolvimento e Inteligência Turística e Territorial vinculado à Universidade de Caxias do Sul (USC) fizeram um levantamento com aproximadamente 46% dos municípios do Rio Grande do Sul (232), no período de 15 a 20 de maio deste ano, para entender o quanto o Turismo local foi afetado. Confira detalhes abaixo:

Atrativos turísticos afetados no Rio Grande do Sul

  • 65,6% dos eventos turísticos foram afetados;
  • 55,5% dos atrativos turísticos públicos foram danificados;
  • 73,1% dos atrativos turísticos privados sofreram danos.
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55,5% dos atrativos turísticos públicos do RS foram danificados
55,5% dos atrativos turísticos públicos do RS foram danificados


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73,1% dos atrativos turísticos privados do Estado sofreram danos
73,1% dos atrativos turísticos privados do Estado sofreram danos

41,4% dos meios de hospedagem do RS sofreram algum tipo de dano

No que se refere aos danos sofridos pelos meios de hospedagem do Estado:

  • 41,4% sofreram algum tipo de dano, sendo:
  • Danos pontuais - 16,3%;
  • Danos médios - 10,1%
  • Danos expressivos - 15%
  • 58,6% dos meios de hospedagem, por sua vez, não sofreram danos


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58,6% dos meios de hospedagem do Rio Grande do Sul não sofreram danos
58,6% dos meios de hospedagem do Rio Grande do Sul não sofreram danos


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Quantidade de leitos que ficarão indisponíveis após enchentes
Quantidade de leitos que ficarão indisponíveis após enchentes


Danos às agências de viagens do Rio Grande do Sul

  • A maior parte das agências de viagens do Estado (79,3%) não tem danos a reportar;
  • 8,8%, por sua vez, tiveram danos pontuais;
  • 6,2% das agências tiveram danos expressivos;
  • 4,8% relatam danos médios, enquanto
  • 0,9% tiveram danos irreparáveis.


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6,2% das agências de viagens do Estado tiveram danos expressivos
6,2% das agências de viagens do Estado tiveram danos expressivos


O levantamento também mostra que:

  • 53,8% dos municípios levarão mais de dois meses para se recuperar;
  • 41,4% dos municípios tiveram hotéis danificados;
  • 50,2% dos municípios tiveram a rede gastronômica afetada;
  • 71,2% dos municípios tiveram danos em vias de circulação de visitante

É importante destacar que aproximadamente 50% dos gestores afirmaram que ainda não é possível mensurar todos os impactos. Assim sendo, os percentuais apresentados foram realizados com os dados dos gestores que já realizaram levantamento dos impactos.

Mais de 30% dos eventos foram totalmente cancelados devido às enchentes

O levantamento mostra que 33,2% dos eventos no Estado foram totalmente cancelados por conta dos prejuízos causados pelas enchentes.

  • 31,9% foram cancelados parcialmente, enquanto
  • 34,9% dos eventos não foram cancelados.
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Impacto no PIB

A necessidade de uma reconstrução relevante traz ao Turismo gaúcho um quadro jamais havia sido cogitado anteriormente. A paralisação do 10º aeroporto mais movimentado do País foi outro fato inédito e somente hoje as operações para a região de Porto Alegre estão sendo retomadas, com a operação emergencial em Canoas.

"Além dos aspectos humanitários, que são prioridades nesse momento, de ajuda de mantimentos e alimentação, haverá num outro grau o impacto na economia brasileira em decorrência da relevância econômica do Estado, o quinto maior PIB do País, participando com 6% do total", diz Guilherme Dietze, economista e presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP.

"O Rio Grande do Sul é um grande produtor de arroz, soja, trigo, uvas, entre outros cultivos e que fica a dúvida sobre potencial da área plantada e a produtividade da próxima safra, uma vez que não se sabe a qualidade do solo inundado. Sem contar que indústrias importantes como a do aço, também relevantes na região, sofrem e geram um efeito negativo por conta de uma paralização na produção, dos trabalhadores abalados com a situação e na limitação logística, com estradas interditadas em vários pontos. Esse cenário, a princípio, pode contribuir com uma influência de -0,2% no PIB nacional, que está sendo previsto para este ano em torno de 2%."

Além disso, cidades como as da Serra Gaúcha têm no Turismo a principal fonte de receita e com aeroporto, estradas e infraestrutura afetados, o impacto será imediato e com recuperação imprevisível.



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