Poder de compra do brasileiro cresceu 2,7% no ano passado
Alta foi puxada principalmente pela classe DE, que cresceu 5,2% de 2021 para 2022
A América Latina perdeu 25% do poder de compra nos últimos dois anos, principalmente por conta da inflação, aponta o relatório Consumer Insights feito pela empresa de dados e consultoria Kantar.
Mesmo assim, os consumidores da região conseguiram fechar 2022 estáveis na aquisição de bens de consumo massivos. Brasil, México e Peru se mostraram os mais resilientes, uma vez que a inflação em 2022 não passou de 5% acima da média dos últimos cinco anos. O grupo que tem o Equador como maior representante, mas também conta com América Central e Bolívia, e que costuma registrar níveis mais baixos por conta da dolarização, por sua vez, teve taxas bastante disruptivas no último ano, chegando a 4%. Já Argentina, Colômbia e Chile apresentaram inflação 10% (ou até mais) acima das médias históricas, colocando os consumidores sob pressão.
Desta forma, é possível notar que a estabilidade de volume vista na América Latina é explicada, sobretudo, pelo crescimento ocorrido no Brasil e no México (+2,7% e +1,9%, respectivamente), enquanto os demais países tiveram retração igual ou superior a 3% em relação a 2021.
Entendendo o cenário local
No Brasil, esse crescimento é puxado por todas as classes, mas principalmente pela classe DE, que cresce 5,2% em unidades de 2021 para 2022, contra 3,1% da classe AB e 1,8% da classe C. A Classe C é a única que ainda não recuperou os patamares pré-pandemia, e a que mais reduziu volume durante a pandemia.O relatório Consumer Insights 2022 contemplou nove regiões/países: América Central (Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá), Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México e Peru. A pesquisa abordou 35 mil latino-americanos entre janeiro e dezembro de 2022. Para entender como os países contribuem com este dado, a Kantar precisou separá-los em grupos, de acordo com a expectativa econômica de cada um.