Turismo nacional está apenas 2% abaixo do faturamento pré-pandemia
FecomercioSP aponta R$ 18,3 bilhões de faturamento em julho de 2022; veja mais dados
O Turismo do Brasil cresceu 32,1% em julho deste ano na comparação com julho de 2021 e ficou apenas 2% abaixo de julho de 2019 (pré-pandemia). O faturamento da indústria no período foi de R$ 18,3 bilhões. A alta é justificada sobretudo pelas férias escolares realizadas no mês, na análise da FecomercioSP, responsável pelo levantamento, com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Conselho de Turismo da FecomercioSP ainda aponta que, dentre os segmentos, a elevação que mais contribuiu para o resultado foi a do transporte aéreo, com alta de 86,8% no comparativo anual. Na sequência, vieram os serviços de hospedagem e alimentação (22%); atividades culturais, recreativas e esportivas (18,8%); transportes aquaviários (12,6%) e terrestres (14,2%); e o conjunto de setores de locação de veículos, agências de viagens e operadoras (2,4%).
AVIAÇÃO
Desde 2019 não havia um mês de julho tão movimentado nos aeroportos como em 2022, e soma-se a isso o elevado preço dos bilhetes aéreos, que contribuíram para o aumento do faturamento, alcançando, em valores absolutos, R$ 6,2 bilhões.
Até então, as remarcações e a compra antecipada dos bilhetes com tarifas mais baratas vinham sustentando o crescimento. Contudo, na avaliação da FecomercioSP, a inflação do Turismo em 31,27% deve favorecer viagens por outros modais, evitando o custo elevado das passagens aéreas.
HOTELARIA
A indústria hoteleira também tem se beneficiado do aquecimento do setor de Viagens e Turismo. Os serviços de alojamento e alimentação faturaram R$ 5,2 bilhões, enquanto os bares e restaurantes se beneficiam do maior deslocamento de turistas pelo País.
TRANSPORTE TERRESTRE
Outro setor a integrar o levantamento, o transporte terrestre – composto por ônibus intermunicipal, interestadual e internacional, além de trens turísticos – faturou R$ 2,9 bilhões, em julho. Na comparação com o mesmo período de 2019, a alta foi de 7%.
"A maior concorrência no transporte terrestre limita um crescimento mais acentuado nos preços das passagens, e a menor variação em relação ao aéreo não significa que o setor esteja passando por um arrefecimento (pelo contrário, tem se fortalecido como alternativa às viagens de avião)", avalia o estudo da FecomercioSP.
LOCAÇÃO, AGÊNCIAS E OPERADORAS
Por sua vez, o conjunto de setores de locação de veículos, agências de viagens e operadoras, apontou o menor crescimento porcentual entre as atividades avaliadas no estudo, com faturamento de R$ 2,7 bilhões.
"Vale destacar, contudo, que as tarifas de aluguel de carros têm caído nos últimos meses, influenciadas pela volta do equilíbrio entre a oferta de veículos e a demanda", pondera o levantamento.
A pesquisa da FecomercioSP também demonstra que as atividades culturais, recreativas e esportivas ainda passam por um período de recuperação – uma vez que o faturamento de R$ 1,27 bilhão está 13,3% abaixo do visto no mesmo mês, três anos atrás. Por fim, o transporte aquaviário faturou R$ 49 milhões.
De acordo com o Conselho de Turismo da Federação, o setor foi um dos primeiros a ser afetado pelas restrições impostas pela pandemia e, só agora, tem conquistado resultados equivalentes aos períodos anteriores a 2020. A presidente do órgão, Mariana Aldrigui, destaca, entretanto, que o efeito da inflação nos preços e no poder de compra das famílias pode reduzir o ritmo ou modificar o padrão das viagens, com diminuições da duração, da distância ou dos tipos de serviços agregados
NOTA METODOLÓGICA
O estudo é baseado nas informações da Pesquisa Anual de Serviços e dados atualizados com as variações da Pesquisa Mensal de Serviços, ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números são atualizados mensalmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e foram escolhidas as atividades que têm relação total ou parcial com o Turismo.
Para as atividades que têm relação parcial, foram utilizados dados de emprego ou de entidades específicas para realizar uma aproximação da participação do Turismo no total.