Pequenos negócios têm melhora, mas Turismo ainda sofre
Levantamento do Sebrae e da Fundação Getúlio Vargas apontam melhoria de vários setores
Micro e pequenas empresas brasileiras apresentaram sinais de pequena reação diante dos impactos da pandemia. É o que aponta um levantamento feito pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, entre os dias 25 e 30 de junho, que constatou uma leve e gradual recuperação, com uma redução na queda média mensal do faturamento dos pequenos negócios.
Enquanto na primeira semana de abril a perda média do faturamento chegou a 70%, no último levantamento esse percentual caiu para 51%. Apesar dessa pequena evolução, a pesquisa mostra também que a concessão de crédito para as pequenas empresas ainda não tem acompanhado o aumento significativo da procura desses negócios por empréstimos.
O levantamento aponta que desde o início da pandemia, 800 mil empresas conseguiram estancar a queda no faturamento. A proporção de pequenos negócios com redução no faturamento caiu de 89% para 84%, desde março, quando foi feita a primeira edição da pesquisa.
TURISMO LONGE DESTA REALIDADE
Entretanto, essa recuperação, de acordo com o estudo, não é igual para todas as indústrias. O Turismo, segmento mais afetado entre os estudados, apresenta 76% de queda média, enquanto a média geral apresenta queda de 51%. Economia criativa (-70%), academias e atividades físicas (-66%) e educação (-58%) também registraram queda acima da média.O levantamento do Sebrae também mostrou que 30% das empresas voltaram a funcionar desde o início da crise, adaptando-se ao novo cenário, intensificando a transformação digital dos negócios com o aumento das vendas on-line. Em dois meses, 12% das empresas fizeram a adaptação do modelo de negócio para o formato digital.
Ao mesmo tempo em que houve um aumento de 37% para 44% das empresas que estão utilizando ferramentas digitais para se manterem em funcionamento, houve uma redução de 39% para 23% das empresas que afirmam que só podem funcionar presencialmente.
De uma forma geral, a pesquisa também mostra que houve uma redução na restrição de circulação de pessoas no período analisado, com queda de 63% para 54% nas medidas de quarentena (fechamento parcial) e lockdown. Por outro lado, observa-se que as regiões em que o nível de isolamento era menor, como Sul e Centro-Oeste, caminham agora em sentido contrário ao movimento nacional e tiveram que aumentar as medidas de isolamento. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a restrição subiu de 38% para 72% nos últimos 30 dias