Karina Cedeño   |   13/02/2019 12:44

Quase metade das famílias paulistanas estão endividadas

Segundo a Fecomercio-SP, porém, houve queda de 3,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o endividamento estava em 53,3%


A proporção de famílias paulistanas endividadas registrou um leve aumento no mês passado, indo de 48,7% em dezembro para 49,9% neste primeiro mês de 2019 - elevação de 1,2%. Contudo, na comparação com o mesmo período do ano passado, houve queda de 3,4%, quando o endividamento estava em 53,3%, o que significa que 120 mil famílias deixaram de estar endividadas e, agora, são 1,9 milhão de lares que permanecem com algum tipo de dívida.

Os números foram revelados pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP).

A taxa de inadimplência seguiu a mesma tendência e apresentou leve alta de 1,2% no comparativo mensal, passando de 17,5% para 18,7% de famílias que não conseguiram quitar a dívida até a data do vencimento. No contraponto anual, houve aumento de 0,9%. Atualmente, são 731,8 mil lares nessa condição de atraso.

O porcentual de famílias que dizem que não terão condições de pagar suas dívidas com atraso ficou praticamente estável, de 8,3% em dezembro de 2018 para 8,2% em janeiro deste ano. Segundo a assessoria econômica da Fecomercio-SP, contudo, se comparado ao mesmo período do ano passado, houve aumento de 1,2% nessa taxa. Na cidade de São Paulo são 322,7 mil famílias nessa situação.

No que se refere ao tempo de dívida em atraso, também houve alta na média, em dias, passando de 65,4 dias de janeiro do ano passado para 66,5 dias em janeiro deste ano. A maior mudança foi na faixa de 30 a 90 dias, alta de 4,9%. no comparativo anual, atingindo 28% em janeiro. O maior porcentual é o de longo prazo (acima de 90 dias): 49,7%. No entanto, houve queda de 1,7% na comparação anual. Já os inadimplentes com até 30 dias são 19,2%.

Entre os endividados, o comprometimento da dívida ficou muito similar ao do ano anterior: 7,2 meses de tempo médio de comprometimento. O porcentual mais elevado está no período superior a um ano (33,4%, mesmo número de janeiro de 2018). De até três meses, 23,1% – em janeiro de 2018, eram 24,8% –; de três a seis meses, 22,7%; e de seis meses a um ano, 19,3%, esses também sem grandes diferenças nos comparativos mensal e anual.

Na segmentação por renda, para ambos os grupos analisados houve alta do endividamento. Para as famílias com renda abaixo de dez salários mínimos, a taxa aumentou de 52,3% em dezembro para 53% em janeiro, contudo, 4,4% abaixo do registrado em janeiro do ano passado. Para o grupo com renda superior a dez salários mínimos, o endividamento também avançou de 38,2% em dezembro para 40,9% em janeiro. No contraponto anual, ficou praticamente estável.

De acordo com a Federação, a redução anual do endividamento em 3,4% indica que algumas famílias estão tentando evitar comprometer as suas finanças com dívida. Houve uma melhora relativa neste primeiro mês em relação ao que foi visto ao longo do ano passado, quando as taxas de endividamento e inadimplência estavam mais elevadas. No entanto, ainda há uma grande parcela com dificuldade em cumprir com os compromissos feitos.

Para a Fecomercio-SP, com a expectativa de crescimento da economia para este ano (em torno de 3%), a tendência é de que haja mais oportunidades no mercado de trabalho e confiança dos consumidores. Isso contribuirá para que as famílias tenham segurança ao contrair crédito, com mais poder de evitar o descontrole das contas e da inadimplência.

TIPOS DE DÍVIDA

Os tipos de dívidas mais frequentes não sofreram alterações significativas. A principal continua sendo o cartão de crédito, com 71% em janeiro, quase igual aos 70,6% de dezembro do ano passado – mas abaixo dos 74,7% de janeiro do ano passado. Na segunda posição, estão os carnês, com 12,7%, seguidos por financiamento de carro (12%), financiamento de casa (11,2%) e crédito pessoal (10,2%).

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela Fecomercio-SP desde fevereiro de 2004. São entrevistados, aproximadamente, 2,2 mil consumidores na capital paulista.

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