Da Redação   |   25/09/2024 10:25
Atualizada em 25/09/2024 10:26

Artigo: Fórum WTTC traz insights para a empregabilidade no Turismo

Carolina Negri, presidente executiva do Sindepat, compartilha destaques após participar de debate no G20

Divulgação
Carolina Negri, presidente executiva do Sindepat
Carolina Negri, presidente executiva do Sindepat

A presidente executiva do Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat), Carolina Negri, participou de debate em torno da empregabilidade no Turismo na semana passada, em Belém, dentro das atividades do G20, e lista sete destaques captados ao longo do evento. No artigo a seguir, leia as percepções levantadas por ela:

Fórum WTTC traz insights para a empregabilidade no Turismo

Foi um prazer representar o Sindepat no diálogo entre os setores público e privado propostos pelo Fórum WTTC, dentro das atividades do Fórum G20 do Turismo, realizado em Belém, na semana passada. O tema central do debate, que além de outros representantes da iniciativa privada contou com a participação de ministros do Turismo de países como Espanha, Índia e República Dominicana, além do secretário de Infraestrutura, Crédito e Investimentos do MTur brasileiro, Carlos Henrique Sobral, foi em torno da empregabilidade no turismo. A proposta era encontrar oportunidades e desafios para emprego de modo geral, além da inclusão de jovens e mulheres, entre outros grupos vulneráveis, no setor.

Aqui, alguns insights que compartilho por meio deste artigo:

  1. Brigar pela relevância do setor de viagens e turismo é uma pauta global. Por mais desenvolvido que o setor pareça estar em um país ou outro, a grande reflexão final é de que devemos seguir na busca pelo reconhecimento da nossa indústria no nosso país, como um setor econômico relevante e pujante, de elevado potencial de desenvolvimento regional.
  2. É comprovado que o turismo é capaz de gerar empregos e distribuir renda em locais nos quais não há outras alternativas econômicas. Nesses lugares, é muito comum que as empresas de turismo façam parcerias com as prefeituras para treinar a população para postos de trabalho no setor. Em alguns casos, essas pessoas são contratadas, mas, mesmo quando não são, passaram por cursos e processos de capacitação. Gera-se renda e demais benefícios mas, além disso, agregam-se conhecimentos e habilidades.
  3. Se em localidades longínquas a dificuldade é encontrar pessoas para serem treinadas, em destinos turísticos consolidados a dificuldade é reter os jovens, que diante da grande oferta de oportunidades, muitas vezes parecem não ter vontade e pré-disposição em aprender e se dedicar à uma tarefa específica, uma vez que “emprego não vai faltar”.
  4. Treinamento e qualificação compuseram o eixo principal do painel. Nesse sentido, o desafio de pessoas qualificadas também é uma vertente em vários países. Agravada especialmente – e infelizmente – nos países menos desenvolvidos. Nesses, a baixíssima qualidade da escolarização básica precisa ser superada antes de qualquer treinamento ou capacitação. Como treinar um jovem que sai do ensino médio semialfabetizado ou incapaz de raciocínio lógico para contas simples?
  5. A educação é outro desafio, não apenas a formal, aprendida na escola. O que levamos de casa. Respeito ao próximo e às diferenças, saber falar, saber ouvir, ter garra e vontade de aprender, perceber o ambiente e o contexto antes de reagir... Enfim, aquele tipo de coisa que muitas vezes podem parecer óbvias, mas não são. Elas são fundamentais, especialmente no atendimento ao público, é não um público qualquer... No turismo, estamos falando de pessoas que estão realizando sonhos, aguardando experiências memoráveis ou viajando exaustos a trabalho.
  6. Ao poder público, podem até caber certas iniciativas que visem melhorar o ambiente da capacitação, catalisar processos e criar pontes entre instituições de ensino e mercado, por exemplo, mas parece ser muito mais relevante, quando pensamos em Brasil... Outro olhar.
  7. Infraestrutura, seja de acesso seja de segurança pública. É aí que parece estar o gargalo de atuação do poder público. No desenvolvimento de infraestrutura, na garantia da segurança pública. Por mais que exista interesse da iniciativa privada em investir, capacitar profissionais, ampliar empreendimentos... Não há nada que possa ser feito, de forma prática, em relação à segurança pública e a aspectos amplos de infraestrutura.

Se, por um lado, foi surpreendente ouvir que o Brasil tem problemas semelhantes aos países desenvolvidos no Turismo, por outro nos preocupa o não reconhecimento da relevância econômica e do potencial gerador de emprego do setor, em um país como o nosso. Ainda há muito trabalho pela frente para atingirmos o tão sonhado “potencial”...

Carolina Negri é presidente executiva do Sindepat (Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas)

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