A transformação do Turismo na virada do milênio
O início dos anos 2000 foi marcado por dois assuntos: quando a internet iria acabar com os agentes de viagens e as sucedâneas sacolejadas na aviação.

O início dos anos 2000 foi marcado por dois assuntos: quando a internet iria acabar com os agentes de viagens e as sucedâneas sacolejadas na aviação, principal insumo comercial dos agentes. No final de 2000, por exemplo, se falava da fusão da Tam com a Transbrasil; dois anos depois a fusão desenhada seria da Tam com a Varig.
No entanto, as boas vindas ao milênio viriam dramaticamente em 11 de setembro de 2001 para mudar o mundo, com impactos estruturais no Turismo. Poucas semanas depois a carioca Soletur, por anos campeã na venda de Nova York, fechava as portas. Nesse conturbado cenário, cresce a utilização da internet com o surgimento de negócios no Turismo. A “ameaça” aos agentes de viagens começava a ter nome. Dos primeiros anos do milênio, há hoje apenas o Decolar.com, que havia chegado como Despegar.com, originário da Argentina.
Quinze anos depois ninguém mais tem dúvida de que a evolução tecnológica, se deixou baixas, também indicou novos caminhos. No Governo Lula, o Turismo passa a ter um ministério para chamar de seu, sem dividir com outras áreas. O desconhecido Walfrido dos Mares Guia, vindo de Minas Gerais, é o primeiro ministro e surpreende positivamente. Na Embratur sobe Eduardo Sanovicz, a militância de esquerda do segmento. O Turismo começava bem no Planalto Central.
Só não houve monotonia nesse período do século 21. Até mesmo a Abav e seu congresso anual passaram por mudanças forçadas. A partir de 2003, optou-se por encerrar a itinerância do evento anual, que passou a ser realizado apenas no Rio de Janeiro por alguns anos. Internamente, entre as entidades, as mudanças são quase que mandatórias: a fragmentação dos anos 1970 a 1990 dá sinais de fadiga, impondo o desafio da reinvenção.
Leia a matéria na seção "Memória" (p. 18) da edição nº 1.400 da Revista Panrotas: