Líder da Comissão de Turismo da OAB analisa potencial chinês
Hamilton Vasconcellos, presidente da OAB-RJ, pondera o potencial de consumo da população chinesa e a política brasileira para concessão de vistos.
Presidente da Comissão de Turismo da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ), Hamilton Vasconcellos, analisou o tamanho do mercado emissor de turistas da China em seu mais recente artigo. No texto, o executivo pondera o potencial de consumo da população chinesa e a política brasileira para concessão de vistos. Leia abaixo, o artigo na íntegra:
Uma discussão de grande importância econômica para o país, em especial, para a atividade econômica do turismo, é a criação do visto eletrônico para os chineses.
A China possui 1,4 bilhão de habitantes sendo que, atualmente, 130 milhões de chineses viajam pelo mundo. Eles gastaram nessas andanças U$ 258 bilhões de dólares em 2017. Contudo, segundo dados do Ministério do Turismo, apenas 56.3 mil chineses estiveram no Brasil no ano passado, número menor do que os 61.2 mil de 2017.
Uma boa maneira de aumentarmos este fluxo turístico seria estender aos chineses os mesmos benefícios já concedidos aos EUA, Canadá, Austrália e Japão, o Brasil facilitou o visto para visitantes destes quatro países. As medidas tiveram efeito positivo e, segundo o MTur, em julho, primeiro mês após a isenção de vistos, os gastos de turistas estrangeiros no Brasil cresceram mais de 43% em relação ao mesmo mês de 2018.
Os primeiros passos já foram dados, entretanto, é preciso dar continuidade. Em 2017 Brasil e China firmaram um acordo para facilitação de vistos. Até 2021, ficou estabelecido um prazo de validade de cinco anos para os vistos de turistas, com múltiplas entradas, com período de estada de 90 dias, renováveis por até outros 90 dias, a cada 12 meses. As regras, iniciadas em outubro de 2016 e estão em vigência. No entanto, a liberação dos vistos como já foi feito com os outros quatro países seria o ideal.
No entanto, a queda no número de visitantes chineses de 2017 para 2018, mostra que a iniciativa não foi suficiente. Assim, estender o visto eletrônico também para os chineses é fundamental para incrementar esse fluxo turístico.
A medida pode até gerar discussões, porém, vale debater a questão em razão do seu potencial econômico e de geração de empregos. Alguns críticos questionam os riscos que a iniciativa pode trazer no tocante ao fluxo migratório com intenções de estabelecimento ilegal em terras brasileiras. Sim, podemos colocar esse dado na balança e avaliar a questão, alguma solução será encontrada para o problema. O que não podemos e simplesmente descartar uma medida com enormes impactos positivos na geração de trabalho e renda.
Vale lembrar que o Turismo responde por um entre cinco de todos os novos postos de trabalho criados no mundo. A previsão da World Travel & Tourism Council é que o setor irá contribuir com 100 milhões de novos empregos nos próximos dez anos, respondendo por 421 milhões de empregos até 2029. Além disso, o setor superou o crescimento da economia global e obteve o segundo maior crescimento entre outros importantes setores econômicos. O Brasil não pode ficar de fora dessa disputa global e deve, sim, tomar medidas para aproveitar os bons ventos que o que empurram o setor na economia mundial.
Turistas chineses são os que mais gastaram em 2017: é preciso discutir a política de vistos para esse público
Uma discussão de grande importância econômica para o país, em especial, para a atividade econômica do turismo, é a criação do visto eletrônico para os chineses.
A China possui 1,4 bilhão de habitantes sendo que, atualmente, 130 milhões de chineses viajam pelo mundo. Eles gastaram nessas andanças U$ 258 bilhões de dólares em 2017. Contudo, segundo dados do Ministério do Turismo, apenas 56.3 mil chineses estiveram no Brasil no ano passado, número menor do que os 61.2 mil de 2017.
Uma boa maneira de aumentarmos este fluxo turístico seria estender aos chineses os mesmos benefícios já concedidos aos EUA, Canadá, Austrália e Japão, o Brasil facilitou o visto para visitantes destes quatro países. As medidas tiveram efeito positivo e, segundo o MTur, em julho, primeiro mês após a isenção de vistos, os gastos de turistas estrangeiros no Brasil cresceram mais de 43% em relação ao mesmo mês de 2018.
Os primeiros passos já foram dados, entretanto, é preciso dar continuidade. Em 2017 Brasil e China firmaram um acordo para facilitação de vistos. Até 2021, ficou estabelecido um prazo de validade de cinco anos para os vistos de turistas, com múltiplas entradas, com período de estada de 90 dias, renováveis por até outros 90 dias, a cada 12 meses. As regras, iniciadas em outubro de 2016 e estão em vigência. No entanto, a liberação dos vistos como já foi feito com os outros quatro países seria o ideal.
No entanto, a queda no número de visitantes chineses de 2017 para 2018, mostra que a iniciativa não foi suficiente. Assim, estender o visto eletrônico também para os chineses é fundamental para incrementar esse fluxo turístico.
A medida pode até gerar discussões, porém, vale debater a questão em razão do seu potencial econômico e de geração de empregos. Alguns críticos questionam os riscos que a iniciativa pode trazer no tocante ao fluxo migratório com intenções de estabelecimento ilegal em terras brasileiras. Sim, podemos colocar esse dado na balança e avaliar a questão, alguma solução será encontrada para o problema. O que não podemos e simplesmente descartar uma medida com enormes impactos positivos na geração de trabalho e renda.
Vale lembrar que o Turismo responde por um entre cinco de todos os novos postos de trabalho criados no mundo. A previsão da World Travel & Tourism Council é que o setor irá contribuir com 100 milhões de novos empregos nos próximos dez anos, respondendo por 421 milhões de empregos até 2029. Além disso, o setor superou o crescimento da economia global e obteve o segundo maior crescimento entre outros importantes setores econômicos. O Brasil não pode ficar de fora dessa disputa global e deve, sim, tomar medidas para aproveitar os bons ventos que o que empurram o setor na economia mundial.