O que pensa um economista sobre a expansão internacional da CVC?
Entre erros e acertos, é muito provável que a CVC Corp siga o segundo caminho, diz o especialista
A CVC Corp é mais uma vez assunto na indústria de viagens após a compra de dois grupos (e três empresas e nove marcas) argentinos por quase R$ 80 milhões. O grupo brasileiro, que fechou o primeiro semestre do ano com R$ 6,2 bilhões em vendas, inicia sua expansão internacional ao adicionar em seu portfólio Avantrip e Biblos, do Grupo Bibam, e Ola Turismo.
Esse avanço se dá principalmente por uma busca de independência do mercado brasileiro para crescer inicialmente na América do Sul. Essa é a visão do assessor econômico da Fecomercio-SP, Fábio Pina, que compartilhou sua análise com o Portal PANROTAS.
Entre erros e acertos, é muito provável que a CVC Corp siga o segundo caminho (ou seja, acerte). A ação positivamente agressiva, frisa o especialista, acontece em um momento de oportunidades, pois a Argentina vive uma forte crise econômica puxada pela desvalorização de sua moeda, o peso.
Para ele, qualquer estratégia traz riscos, sejam menores ou maiores, caso contrário nenhum negócio quebraria. “Tem-se um risco bastante aceitável, pois eles seguiram a linha de compra de ativos baratos, consolidação e agora têm a oportunidade de se tornarem mais ‘musculosos’. Não acredito em um monstro ‘too big to fail’ [muito grande para falhar]”, afirma.
Em tempos passados onde “Stella Barros e Tia Augusta eram intocáveis e soberanas”, o economista não enxerga a dominância do grupo presidido por Luiz Eduardo Falco como monopólio. Para ele, o que a CVC tem feito é se distanciar de seus concorrentes de forma legal. O oposto aconteceria em uma eventual oferta de condições abaixo do custo para prejudicar seus concorrentes.
Sua justificativa tem como base o investimento feito pelo grupo: cerca de R$ 1,1 bilhão na compra de oito empresas. Em 2017, o Turismo injetou na economia brasileira mais de R$ 152,2 bilhões, segundo dados do próprio Ministério do Turismo. “Não se pode acreditar em monopólio com uma empresa investindo esse valor para um setor que tem essa importância.”
O profissional ainda assinala que a estreia na Argentina é um acerto para a CVC Corp. Países vizinhos como Chile, Paraguai e Uruguai despontariam como mercados em potencial para o conglomerado investir, aponta Pina. “Além da proximidade, temos similaridade e renda similares com esses países. Entendemos como fazer negócio com eles.”
O QUE FALTAVA
A professora e pesquisadora da USP, Mariana Aldrigui, acredita que a holding sediada em Santo André (SP) se antecipou ao Ministério do Turismo ao voltar sua atenção – e esforços – para a Argentina. Segundo ela, a pasta tem investido dinheiro em mercados não tão prioritários para o Brasil.
“Esse gesto é estrategicamente inteligente, pois a CVC amplia suas bases e ganha competitividade em outros países da América Latina. Assim que o país se recuperar, sabemos que os argentinos têm potencial de consumo de viagens em países da Europa, nos Estados Unidos e no Caribe.”
A partir disso, a especialista acredita que a CVC Corp se torna imune às flutuações econômicas do Brasil. Ela ressalta, porém, que é preciso ficar atento às movimentações dentro das pequenas e médias empresas, para que não se tornem dependentes de um único comprador.
Esse avanço se dá principalmente por uma busca de independência do mercado brasileiro para crescer inicialmente na América do Sul. Essa é a visão do assessor econômico da Fecomercio-SP, Fábio Pina, que compartilhou sua análise com o Portal PANROTAS.
Entre erros e acertos, é muito provável que a CVC Corp siga o segundo caminho (ou seja, acerte). A ação positivamente agressiva, frisa o especialista, acontece em um momento de oportunidades, pois a Argentina vive uma forte crise econômica puxada pela desvalorização de sua moeda, o peso.
Para ele, qualquer estratégia traz riscos, sejam menores ou maiores, caso contrário nenhum negócio quebraria. “Tem-se um risco bastante aceitável, pois eles seguiram a linha de compra de ativos baratos, consolidação e agora têm a oportunidade de se tornarem mais ‘musculosos’. Não acredito em um monstro ‘too big to fail’ [muito grande para falhar]”, afirma.
Em tempos passados onde “Stella Barros e Tia Augusta eram intocáveis e soberanas”, o economista não enxerga a dominância do grupo presidido por Luiz Eduardo Falco como monopólio. Para ele, o que a CVC tem feito é se distanciar de seus concorrentes de forma legal. O oposto aconteceria em uma eventual oferta de condições abaixo do custo para prejudicar seus concorrentes.
Sua justificativa tem como base o investimento feito pelo grupo: cerca de R$ 1,1 bilhão na compra de oito empresas. Em 2017, o Turismo injetou na economia brasileira mais de R$ 152,2 bilhões, segundo dados do próprio Ministério do Turismo. “Não se pode acreditar em monopólio com uma empresa investindo esse valor para um setor que tem essa importância.”
O profissional ainda assinala que a estreia na Argentina é um acerto para a CVC Corp. Países vizinhos como Chile, Paraguai e Uruguai despontariam como mercados em potencial para o conglomerado investir, aponta Pina. “Além da proximidade, temos similaridade e renda similares com esses países. Entendemos como fazer negócio com eles.”
O QUE FALTAVA
A professora e pesquisadora da USP, Mariana Aldrigui, acredita que a holding sediada em Santo André (SP) se antecipou ao Ministério do Turismo ao voltar sua atenção – e esforços – para a Argentina. Segundo ela, a pasta tem investido dinheiro em mercados não tão prioritários para o Brasil.
“Esse gesto é estrategicamente inteligente, pois a CVC amplia suas bases e ganha competitividade em outros países da América Latina. Assim que o país se recuperar, sabemos que os argentinos têm potencial de consumo de viagens em países da Europa, nos Estados Unidos e no Caribe.”
A partir disso, a especialista acredita que a CVC Corp se torna imune às flutuações econômicas do Brasil. Ela ressalta, porém, que é preciso ficar atento às movimentações dentro das pequenas e médias empresas, para que não se tornem dependentes de um único comprador.