CVC Corp recupera EBITDA e B2C, mas B2B e Argentina ainda estão para trás
Empresa registra EBITDA positivo no trimestre, que foi impactado pelo fechamento do mercado gaúcho
A CVC Corp (Brasil e Argentina) apresentou uma queda de 7,3% em vendas no segundo trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. O grupo de Turismo faturou R$ 3,54 bilhões de abril a junho de 2024 contra R$ 3,82 bilhões nos mesmos meses em 2023. O declínio registrado no 2T24 se deve aos resultados negativos no B2B, em que a CVC Corp caiu 4,8%, e na Argentina, onde a empresa teve queda de 37,9% no período comparativo.
No Brasil, a CVC Corp teve alta de 4,9% em reservas confirmadas no segundo trimestre de 2024 ante o mesmo período do ano anterior. No B2C do Brasil, o crescimento da empresa foi de 16%.
Resultados semestrais
De janeiro a junho de 2024, a CVC Corp caiu 14,5% em vendas na comparação com o primeiro semestre de 2023. Apenas o B2C do Brasil ficou positivo no acumulado dos seis meses: 7%. A Argentina caiu 44,2% e o B2B caiu 12,3, levando a empresa a uma queda de 3,3% no Brasil.
Crescimento ante o primeiro trimestre
A CVC Corp apresentou certo crescimento no segundo trimestre deste ano na comparação com o primeiro trimestre também de 2024. No Brasil, a empresa vendeu 8% a mais neste período comparativo. O B2C teve alta de 11,6%.
Veja os destaques do balanço da CVC Corp no segundo trimestre e no semestre
Tendo o B2C (venda direta ao consumidor) como destaque do trimestre e do ano, a CVC Corp diz que observou ganho de market share na comparação anual e um aumento no tíquete médio – “enquanto o mercado demonstrou retração no indicador”, de acordo com a empresa. Com isso, as vendas B2C dispararam 16% e o take rate atingiu 12,9%, um aumento de 1,4 p.p. na comparação anual.
Os motivos desse desempenho no B2C, segundo a CVC Corp são quatro:
- ramp-up bem-sucedido das lojas recém-inauguradas (foram 90 inaugurações no ano, revertendo a tendência de queda no pós-pandemia). É o maior patamar da história da CVC, garante a direção da companhia em comunicado;
- forte crescimento de 10% nas Vendas das Mesmas Lojas (SSS – Same Store Sales);
- contínua estratégia de impulsionar os produtos exclusivos (como fretamentos e negociações diretas). Esses produtos representaram 17% das vendas B2C da CVC Corp, no segmento de lazer;
- e ações de marketing bem-sucedidas.
Efeito RS
“Esses resultados positivos foram alcançados, apesar da crise no Rio Grande do Sul, que causou um impacto negativo de cerca de R$ 57 milhões em vendas”, informou a empresa no comunicado sobre os resultados do trimestre. Desconsiderando esse efeito, o crescimento nas vendas teria sido de aproximadamente 21%.
Luz para o B2B
No B2B, apesar do impacto significativo do Rio Grande do Sul, que reduziu as vendas em aproximadamente R$ 24 milhões, as reservas confirmadas recuaram apenas 5% na comparação anual, uma importante redução das quedas apresentadas desde a mudança de posicionamento estratégico dos acordos comerciais com as agências de viagem e do fim da venda aos “milheiros”.
"Como resultado, temos apresentado crescimentos consistentes na Receita Líquida anual, e neste trimestre, aumentamos o Take Rate em 1,4 p.p. com o crescimento da Receita Líquida em 25% na comparação anual. É importante destacar que no mês de junho, o primeiro mês com a comparação limpa sem o efeito dos milheiros, tivemos um incremento de 2,6% nas Reservas Confirmadas, evidenciando a mudança de tendência no B2B para crescimento ano contra ano."
EBITDA positivo
No Brasil, como consequência dos fatos apresentados, o resultado consolidado das operações B2C e B2B apresentou um Take Rate de 9,4%, avançando 1,5 p.p. vs o 2T23, gerando um forte crescimento de 21% na receita líquida e um EBITDA positivo em R$61MM, reversão de um EBITDA negativo de R$31MM no 2T23. “Essa melhoria representa um crescimento de R$92MM no EBITDA Brasil.”
Argentina ainda sofre
Na Argentina, a CVC Corp enxerga “uma melhora significativa no ambiente de negócios nos últimos meses, embora as vendas ainda estejam impactadas pelos ajustes macroeconômicos e a queda no poder de compra da população”. Apesar disso, segundo a empresa, o negócio permanece saudável, gerando EBITDA positivo e forte geração de caixa/lucro líquido.
“Após muitos trimestres de consumo de caixa, enfim, apresentamos uma geração de caixa de R$35 milhões no 2T24, fruto da melhoria de rentabilidade operacional (EBITDA), disciplina na aprovação de investimentos, ajustes nos meios de pagamentos, e gestão próxima do capital de giro. Dessa forma, o endividamento geral da companhia apresentou uma redução de R$345 milhões em relação ao 2T23.”