EXCLUSIVO: VP da Mondee conta planos para Orinter e mais aquisições
E conta que tipo de empresas e conteúdos está buscando para investir
Nova dona da Orinter, desde janeiro deste ano, a Mondee Holdings, empresa de tecnologia, conteúdo e soluções para agências de viagens, baseada no Texas, Estados Unidos, e listada na Nasdaq, está apenas começando na América Latina. Fundado em 2011, o grupo publicou receita de US$ 2,2 bilhões (mais de R$ 11 bilhões) no ano passado, e quer trazer aos agentes de viagens brasileiros e latino-americanos suas soluções tecnológicas, condições comerciais e mais produtos para aumentar sua competitividade.
“Brasil e México são prioridades na região e virão mais investimentos e aquisições”, garante o vice-chairman do board da Mondee e responsável por Estratégia Corporativa e Desenvolvimento de Negócios, Orestes Fintiklis, que recebeu a PANROTAS na sede da Orinter, em São Paulo, ao lado da CEO da Mondee Brasil, Ana Maria Berto.
A criação da Mondee Brasil, segundo Fintiklis, já mostra os planos de criar um grupo de empresas e marcas que tragam mais conteúdo e competitividade para os agentes de viagens brasileiros. O executivo também representa o fundo Ithaca Capital, que investe em Hospitalidade e Turismo, e vê na América Latina, com Brasil e México à frente, a próxima fronteira de expansão da Mondee, que desde sua criação já comprou 15 empresas, e hoje atende uma rede de 55 mil agentes de viagens em todo o mundo, especialmente Estados Unidos, Canadá, Índia e Europa.
PANROTAS – Foi uma grande surpresa para o mercado quando a Orinter anunciou sua venda para o grupo americano Mondee, e poucos conheciam vocês no mercado brasileiro. Conta um pouco sobre como a Mondee, fundada em 2011, se posiciona hoje no mercado global de viagens.
ORESTES FINTIKLIS – A chegada da Mondee no mercado de viagens, com foco em tecnologia, serviços e comprando empresas de conteúdo para aumentar a oferta para os agentes de viagens foi muito disruptiva, tanto para o mercado de lazer quanto corporativo. É como você sair do sistema DOS e entrar no Windows. Nós compramos 15 empresas ao longo do ano (a aquisição da Orinter inicia a terceira onda de compras), investimos em produtos, em soluções, sempre focados no B2B, na venda para o agente de viagens. Também inovamos no conceito de parceria com os fornecedores, como com as empresas aéreas. Temos sistemas ligados diretamente com nossos parceiros aéreos, com o objetivo de ajudá-los a distribuir o excesso de capacidade em rotas ao redor do mundo. A inteligência dos sistemas prevê a demanda e abre ou fecha a torneira para nossos canais. Esse é só um exemplo de como a Mondee trabalha de forma disruptiva e inovadora. E é isso que estamos trazendo ao Brasil e à América Latina, começando por essa parceria com a Orinter.
PANROTAS – Pegando esse exemplo do aéreo, como a chegada do NDC à prática nos últimos dois anos impacta essa parceria com as aéreas?
FINTIKLIS – Somos um dos maiores players em NDC, certificados em nível 4, o nível máximo. Fomos um dos primeiros a desenvolver soluções com o NDC e estamos prontos para usar o que ele traz ao mercado.
POR QUE O BRASIL?
PANROTAS – E por que o Brasil nesse momento?
FINTIKLIS – Nossa terceira onda de aquisições começa com a Orinter, no Brasil, primeiro mercado da América Latina em que investimos. Queremos expandir nosso market-share global, expandir nossa distribuição de soluções tecnológicas, nossa inovação. Acreditamos muito no Brasil. No crescimento da classe média brasileira, já vemos políticas do novo governo para fortalecer esse processo e o Brasil era a escolha óbvia para começarmos a investir na América Latina. Precisávamos de um parceiro forte e começamos com a Orinter.
PANROTAS – E, com sua expertise de investidor, quais os principais desafios de investir no Brasil?
FINTIKLIS – O custo de capital, as leis trabalhistas específicas... Por isso fez muito sentido iniciar com um parceiro já consolidado, como a Orinter.
PLANOS PARA A ORINTER
PANROTAS – E quais os planos para a Orinter?
FINTIKLIS – Trazer mais produtos, reduzir os preços, trazendo mais competitividade por meio de nossos acordos e soluções, oferecer tecnologia, de apps que os agentes de viagens poderão ter para que seus clientes comprem qualquer coisa com eles, até integrações de conteúdo.
PANROTAS – E qual a velocidade dessas mudanças e novidades? Pode citar algumas dessas soluções que virão, além do app?
FINTIKLIS – Tudo será feito passo a passo, produto por produto. Uma coisa interessante do app, é que ele fidelizará o cliente das agências. Quando você compra um bilhete aéreo puro, pode ser que não procure um agente de viagens e entre em uma OTA, pois é mais prático, fácil, qualquer razão. Com nosso app, esse cliente verá que é fácil comprar a mesma passagem, com preços competitivos, no aplicativo de sua agência de viagens preferida. Soluções com essa linha virão, como nossa ferramenta anti-fraude, ou a solução para reserva via WhatsApp e Facebook, a plataforma de cruzeiros marítimos... Também temos uma nova plataforma de venda de shows em Las Vegas, eventos esportivos e concertos por todo o mundo, e em breve isso estará disponível na Orinter.
PANROTAS – E como está a estrutura da Orinter? Vocês decidiram manter toda a diretoria, por quê?
FINTIKLIS – Porque compramos a Orinter por causa de suas pessoas: colaboradores e clientes. Não faz sentido comprar e mudar a cultura, o DNA, a equipe. Não vamos repetir erros como vimos em outras aquisições no Brasil, por exemplo, em que os novos donos chegam achando que sabem tudo e trocam os times. Pelo contrário, vamos empoderar as equipes. Além de aumentar o portfólio da Orinter, com esses produtos e com a tecnologia B2B mencionada, vamos investir muito na equipe.
AMÉRICA LATINA
PANROTAS – Além de novas aquisições no Brasil, a Mondee está com prospecções em outros países da América Latina?
FINTIKLIS – México virá logo. México e Brasil são nossas prioridades e também temos negociações menores em outros países. No Brasil estamos conversando com outros players também.
PANROTAS – Quando falamos de grandes players latino-americanos, não temos como não olhar para Despegar e CVC Corp. Como a Mondee vê essa concorrência?
FINTIKLIS – A Despegar é majoritariamente B2C, seu core não é B2B. E a CVC Corp não é uma empresa tecnológica. Confiamos nos diferenciais disruptivos da Mondee. Na nossa associação com a Orinter, por exemplo, vamos nos diferenciar com tecnologia e produtos, mas também com acesso a financiamentos, com a solidez financeira, em uma sinergia e comprometimento que nenhuma outra empresa tem.
EXECUTIVOS BRASILEIROS
Também conversamos com a CEO da Mondee Brasil e da Orinter, Ana Maria Berto, e com o diretor comercial, Roberto Sanches, sobre a chegada da Mondee. Segundo Orestes Fintiklis, “Ana Maria deixou de ser a dona da Orinter, mas está trabalhando mais ainda, o que prova que o que move o time Orinter não é apenas o dinheiro e sim acreditar no propósito e na missão de fortalecer e empoderar os agentes de viagens, desenvolver o Turismo”.
Roberto Sanches concorda e vê no cuidado com os colaboradores um grande diferencial. “As políticas corporativas, o ambiente de trabalho e a preocupação com a cultura da empresa são evidentes na filosofia da Mondee”, diz ele. Ana Maria conta que mesmo políticas que a Orinter tinha anteriormente agora estão potencializadas e mais bem estruturadas.
“Brasil e México são prioridades na região e virão mais investimentos e aquisições”, garante o vice-chairman do board da Mondee e responsável por Estratégia Corporativa e Desenvolvimento de Negócios, Orestes Fintiklis, que recebeu a PANROTAS na sede da Orinter, em São Paulo, ao lado da CEO da Mondee Brasil, Ana Maria Berto.
A criação da Mondee Brasil, segundo Fintiklis, já mostra os planos de criar um grupo de empresas e marcas que tragam mais conteúdo e competitividade para os agentes de viagens brasileiros. O executivo também representa o fundo Ithaca Capital, que investe em Hospitalidade e Turismo, e vê na América Latina, com Brasil e México à frente, a próxima fronteira de expansão da Mondee, que desde sua criação já comprou 15 empresas, e hoje atende uma rede de 55 mil agentes de viagens em todo o mundo, especialmente Estados Unidos, Canadá, Índia e Europa.
E em que tipo de empresa ele estaria de olho no Brasil? A Mondee tem interesse em expandir a área hoteleira da Orinter e também investir em mais conteúdo de voos, pacotes e cruzeiros, incluindo uma nova plataforma que será trazida dos Estados Unidos para a venda de viagens marítimas, e que foi desenvolvida pela própria Mondee.Confira a seguir, a entrevista com Orestes Fintiklis, que fala como é investir no Brasil, quais os próximos passos no mercado brasileiro e como está a relação com o time comandado por Ana Maria Berto.
PANROTAS – Foi uma grande surpresa para o mercado quando a Orinter anunciou sua venda para o grupo americano Mondee, e poucos conheciam vocês no mercado brasileiro. Conta um pouco sobre como a Mondee, fundada em 2011, se posiciona hoje no mercado global de viagens.
ORESTES FINTIKLIS – A chegada da Mondee no mercado de viagens, com foco em tecnologia, serviços e comprando empresas de conteúdo para aumentar a oferta para os agentes de viagens foi muito disruptiva, tanto para o mercado de lazer quanto corporativo. É como você sair do sistema DOS e entrar no Windows. Nós compramos 15 empresas ao longo do ano (a aquisição da Orinter inicia a terceira onda de compras), investimos em produtos, em soluções, sempre focados no B2B, na venda para o agente de viagens. Também inovamos no conceito de parceria com os fornecedores, como com as empresas aéreas. Temos sistemas ligados diretamente com nossos parceiros aéreos, com o objetivo de ajudá-los a distribuir o excesso de capacidade em rotas ao redor do mundo. A inteligência dos sistemas prevê a demanda e abre ou fecha a torneira para nossos canais. Esse é só um exemplo de como a Mondee trabalha de forma disruptiva e inovadora. E é isso que estamos trazendo ao Brasil e à América Latina, começando por essa parceria com a Orinter.
PANROTAS – Pegando esse exemplo do aéreo, como a chegada do NDC à prática nos últimos dois anos impacta essa parceria com as aéreas?
FINTIKLIS – Somos um dos maiores players em NDC, certificados em nível 4, o nível máximo. Fomos um dos primeiros a desenvolver soluções com o NDC e estamos prontos para usar o que ele traz ao mercado.
POR QUE O BRASIL?
PANROTAS – E por que o Brasil nesse momento?
FINTIKLIS – Nossa terceira onda de aquisições começa com a Orinter, no Brasil, primeiro mercado da América Latina em que investimos. Queremos expandir nosso market-share global, expandir nossa distribuição de soluções tecnológicas, nossa inovação. Acreditamos muito no Brasil. No crescimento da classe média brasileira, já vemos políticas do novo governo para fortalecer esse processo e o Brasil era a escolha óbvia para começarmos a investir na América Latina. Precisávamos de um parceiro forte e começamos com a Orinter.
PANROTAS – E, com sua expertise de investidor, quais os principais desafios de investir no Brasil?
FINTIKLIS – O custo de capital, as leis trabalhistas específicas... Por isso fez muito sentido iniciar com um parceiro já consolidado, como a Orinter.
PLANOS PARA A ORINTER
PANROTAS – E quais os planos para a Orinter?
FINTIKLIS – Trazer mais produtos, reduzir os preços, trazendo mais competitividade por meio de nossos acordos e soluções, oferecer tecnologia, de apps que os agentes de viagens poderão ter para que seus clientes comprem qualquer coisa com eles, até integrações de conteúdo.
PANROTAS – E qual a velocidade dessas mudanças e novidades? Pode citar algumas dessas soluções que virão, além do app?
FINTIKLIS – Tudo será feito passo a passo, produto por produto. Uma coisa interessante do app, é que ele fidelizará o cliente das agências. Quando você compra um bilhete aéreo puro, pode ser que não procure um agente de viagens e entre em uma OTA, pois é mais prático, fácil, qualquer razão. Com nosso app, esse cliente verá que é fácil comprar a mesma passagem, com preços competitivos, no aplicativo de sua agência de viagens preferida. Soluções com essa linha virão, como nossa ferramenta anti-fraude, ou a solução para reserva via WhatsApp e Facebook, a plataforma de cruzeiros marítimos... Também temos uma nova plataforma de venda de shows em Las Vegas, eventos esportivos e concertos por todo o mundo, e em breve isso estará disponível na Orinter.
PANROTAS – E como está a estrutura da Orinter? Vocês decidiram manter toda a diretoria, por quê?
FINTIKLIS – Porque compramos a Orinter por causa de suas pessoas: colaboradores e clientes. Não faz sentido comprar e mudar a cultura, o DNA, a equipe. Não vamos repetir erros como vimos em outras aquisições no Brasil, por exemplo, em que os novos donos chegam achando que sabem tudo e trocam os times. Pelo contrário, vamos empoderar as equipes. Além de aumentar o portfólio da Orinter, com esses produtos e com a tecnologia B2B mencionada, vamos investir muito na equipe.
AMÉRICA LATINA
PANROTAS – Além de novas aquisições no Brasil, a Mondee está com prospecções em outros países da América Latina?
FINTIKLIS – México virá logo. México e Brasil são nossas prioridades e também temos negociações menores em outros países. No Brasil estamos conversando com outros players também.
PANROTAS – Quando falamos de grandes players latino-americanos, não temos como não olhar para Despegar e CVC Corp. Como a Mondee vê essa concorrência?
FINTIKLIS – A Despegar é majoritariamente B2C, seu core não é B2B. E a CVC Corp não é uma empresa tecnológica. Confiamos nos diferenciais disruptivos da Mondee. Na nossa associação com a Orinter, por exemplo, vamos nos diferenciar com tecnologia e produtos, mas também com acesso a financiamentos, com a solidez financeira, em uma sinergia e comprometimento que nenhuma outra empresa tem.
EXECUTIVOS BRASILEIROS
Também conversamos com a CEO da Mondee Brasil e da Orinter, Ana Maria Berto, e com o diretor comercial, Roberto Sanches, sobre a chegada da Mondee. Segundo Orestes Fintiklis, “Ana Maria deixou de ser a dona da Orinter, mas está trabalhando mais ainda, o que prova que o que move o time Orinter não é apenas o dinheiro e sim acreditar no propósito e na missão de fortalecer e empoderar os agentes de viagens, desenvolver o Turismo”.
Roberto Sanches concorda e vê no cuidado com os colaboradores um grande diferencial. “As políticas corporativas, o ambiente de trabalho e a preocupação com a cultura da empresa são evidentes na filosofia da Mondee”, diz ele. Ana Maria conta que mesmo políticas que a Orinter tinha anteriormente agora estão potencializadas e mais bem estruturadas.
E o vislumbre do que pode e poderá ser feito em tecnologia e produtos é outra grande aposta de Ana Maria Berto. “E também em contratos. Já estamos vendo como a competitividade em preços irá ser um grande benefício. A Mondee tem contratos mundiais e inclusive via NDC, e isso já está em implementação.”“A energia desse time é inacreditável”, finaliza Fintiklis, feliz também com os resultados de vendas, que farão a Orinter saltar de R$ 868 milhões em 2022 para mais de R$ 1,1 bilhão este ano, segundo estimativas de Ana Maria Berto.