O que muda na Orinter após a venda para a americana Mondee?
PANROTAS conversou com os sócios que venderam o negócio para a empresa americana
Negociação guardada a sete chaves e fechada em tempo recorde (do final de de outubro de 2022 a janeiro de 2023), a venda da Orinter para o grupo americano Mondee, grande consolidador e empresa de tecnologia para agentes de viagens, sediado no Texas (EUA), deixou o mercado surpreso e na expectativa do que vem por aí. Afinal, um grupo que investiu mais de R$ 220 milhões para entrar no mercado brasileiro não vai parar por aí.
O Portal PANROTAS conversou com três dos sócios que venderam a Orinter – Beto Santos, Ana Maria Berto e Roberto Sanches – para esclarecer como fica a empresa após a venda.
- A Mondee comprou 100% da Orinter. É a nova dona sozinha.
- Ana Maria Berto é a CEO da Orinter e da Mondee Brasil.
- Toda a estrutura Orinter no Brasil continua: do diretor Beto Santos ao diretor comercial Roberto Sanches, passando pelas equipes em São Paulo e no restante do Brasil. Mudanças serão pontuais, para atender a nova estrutura.
- A venda se deu pela oportunidade encontrada pela Mondee: o valor proposto foi alto e com a possibilidade de continuidade da diretoria e das equipes. Para se ter uma ideia, a consolidadora Esferatur, também de Beto Santos, foi vendida quase pelo mesmo valor à CVC Corp (R$ 245 milhões). A Orinter era vista como mais um membro da família dos donos da Esfera, mas se mostrou tão valioso quanto. Portanto, a proposta financeira falou mais alto.
- Além do dinheiro, também pesou o fato de a Mondee ser B2B e querer continuar a estratégia de venda via agências de viagens no Brasil. Ou seja, o legado Orinter fica mantido.
- Como uma megaempresa global, capitalizada e com ações na bolsa americana, a Mondee traz uma garantia de investimentos para a Orinter e também promete ampliar a holding com mais aquisições.
- A PANROTAS apurou que já há negociações avançadas para a compra de mais uma empresa, com forte portfólio de hotelaria. O anúncio pode ser feito ainda este mês.
- A Orinter não tinha dívidas, mesmo depois de dois anos da pandemia, e está com toda a empresa regularizada, batendo recordes de vendas mês a mês. No ano passado, vendeu quase R$ 900 milhões e este ano deve ultrapassar o R$ 1 bilhão com facilidade. Por isso a negociação foi tão rápida.
- Uma outra empresa que chegou a se interessar pela Orinter confirmou ao Portal PANROTAS que os números da operadora realmente eram atraentes, daí a pressa e a avidez da Mondee.
- As vendas da Orinter pularam de R$ 350 milhões antes da pandemia para R$ 900 milhões em 2022. O nacional, que representava 5% das vendas, ganhou participação e gerou a criação de novos departamentos.
A Orinter tinha 165 funcionários antes da pandemia, chegou a 100 no auge da crise sanitária do País e hoje tem 280 colaboradores.
A venda para a Mondee garante estabilidade e condições melhores para a manutenção desse crescimento, segundo Ana Maria Berto, que também terá uma cadeira no Conselho da Mondee.
“Foi um casamento perfeito, pois eles tinham interesse em entrar no Brasil com a melhor operadora e com pegada B2B”, resume Beto Santos, que tinha como meta fazer da Orinter uma das cinco maiores do País. A meta agora mudou com toda a estrutura da Mondee e os investimentos que virão por aí.
“Uma das grandes sinergias com eles é o foco no B2B e manter a gestão comercial, administrativa e financeira. Se deu certo, continua, somando com o que a Mondee vai oferecer”, finaliza Ana Maria Berto, que já está mobilizando os times para esclarecer dúvidas dos agentes de viagens sobre a venda.
A Orinter tem um novo dono. Essa é a grande mudança. As demais, como novos produtos e investimentos, e empresas co-irmãs, virão em ritmo acelerado nos próximos meses.