Rodrigo Vieira   |   20/04/2021 13:04
Atualizada em 20/04/2021 13:39

Operadoras vendem R$ 4 bilhões em 2020; leia análise Braztoa

Queda é de quase 67% em relação ao pré-pandemia; Braztoa faz análises e prognósticos


PANROTAS / Marluce Balbino
Roberto Nedelciu, presidente da Braztoa
Roberto Nedelciu, presidente da Braztoa
As operadoras de viagens associadas à Braztoa faturaram R$ 4 bilhões em 2020, uma redução de 66,78% na comparação com o ano pré-pandemia, quando esse montante foi de R$ 15,1 bilhões. Os dados acabam de ser divulgados no lançamento do Anuário Braztoa 2021, no qual participaram 32 empresas respondentes (64% do total de operadoras associadas).

Como outros índices já vinham apontando ao longo de 2020, o doméstico foi o sustentáculo da indústria de viagens brasileira no ano em que a covid-19 foi decretada pandemia. O nacional representou 77% do faturamento das operadoras Braztoa no ano passado, e mesmo assim obteve queda de 66% em relação a 2019. Foram 3,3 milhões de passageiros embarcando no Brasil para o Brasil, 96% do total de voos, com prevalência do Nordeste.

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Dados do Anuário Braztoa 2021
Dados do Anuário Braztoa 2021


INTERNACIONAL


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Dados do Anuário Braztoa 2021 referentes a viagens internacionais
Dados do Anuário Braztoa 2021 referentes a viagens internacionais

Fechamento de fronteiras e redução de oferta aérea resultou em uma queda de 91% no número de passageiros embarcados ao Exterior em comparação com 2019. As Ilhas Maldivas foram o grande destaque em termos de destino, pois manteve uma flexibilidade nas condições em relação a fronteiras e medidas contra covid-19 para o passageiro proveniente do Brasil. O mesmo com Cancun, que também figura entre os destinos mais vendidos, lista que é completada por Orlando (em grande parte do primeiro trimestre ainda era possível voar à Flórida).

DEMANDA REPRIMIDA

Embora os resultados apontem queda das operadoras em 2020, o presidente da Braztoa, Roberto Nedelciu, admite que ficou surpreso positivamente com o rendimento, e destaca que, principalmente na comparação com o cenário global, há motivos para acreditar que a indústria vai se recuperar. Sua visão é respaldada pela análise da UP Soluções, consultoria externa que avaliou os dados do Anuário Braztoa.

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Dados do Anuário Braztoa 2021 referentes a viagens domésticas
Dados do Anuário Braztoa 2021 referentes a viagens domésticas
"Os resultados são surpreendentes. Eu esperava que as operadoras tivessem vendido menos, dada a dimensão da crise. Podemos ver que muitas empresas conseguiram contornar a recessão com resiliência e criatividade. Os primeiros meses de pandemia impactaram profundamente o mercado, pois ninguém estava preparado para esses patamares de crise. O cenário foi mais devastador do que o de uma guerra, condições nas quais as crises são mais localizadas", afirma Nedelciu. "A situação foi atípica, mas conseguimos contornar. É nítido que temos uma demanda reprimida, para a qual o mercado vai se preparar para lidar de forma gradativa e crescente. É difícil traçar previsões no atual cenário, mas acreditamos na recuperação dos números pré-pandemia no final de 2022."

"Apesar de os números serem impactantes, percebemos a maturidade, a força, a resiliência e a coragem do mercado brasileiro. Tivemos uma redução de 74% no faturamento, enquanto no cenário global o rombo foi de 99%. Em passageiros, a perda foi de 79% na média mundial, enquanto a da Braztoa foi de 49%. Isso mostra o poder do Turismo doméstico. E acredito que todas essas reduções não sejam perdas de fato, e sim demanda reprimida. No momento em que as fronteiras forem abertas e esteja seguro viajar, viveremos um pico no Turismo como nunca se viu", completa a Head de Intelligence e co-fundadora da UP Soluções, Rayane Ruas.

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Dados do Anuário Braztoa 2021 referentes ao cenário global de viagens
Dados do Anuário Braztoa 2021 referentes ao cenário global de viagens


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Dados do Anuário Braztoa 2021 referentes ao cenário Brasil
Dados do Anuário Braztoa 2021 referentes ao cenário Brasil
A força do doméstico também é louvada pelo presidente da Braztoa. "Nada foi fácil em 2020, mas pelo menos o Brasil tem um fluxo doméstico forte para amenizar o impacto da crise, afinal, dados da Organização Mundial do Turismo apontam que 94% das viagens no País é feita por brasileiros. Ficamos à frente de países que dependem quase que exclusivamente do receptivo internacional, como muitos destinos do Caribe", relativiza Nedelciu.

GESTÃO DE CRISE

A Braztoa ainda menciona algumas medidas realizadas no ano passado para combater a crise provocada pela pandemia de covid-19. Dentre elas, a repatriação no início da crise e constante suporte para reagendamento de viagens. "Isso fortaleceu o papel do agenciamento de viagens. Quem comprou por meio de agências e consequentemente operadoras teve vida muito mais fácil para repatriação e remarcação. Houve muito brasileiro que comprou direto e mesmo assim apelou à Braztoa, sinal de que as notícias do nosso trabalho para repatriação ecoaram", afirma Nedelciu.

Movimento Supera Turismo, criação do G20+ e trabalhos em Brasília para conquistas como a Lei 14.046, de adiamento e cancelamentos de serviços; e Lei 14.020, o programa emergencial de manutenção de emprego e da renda, também foram mencionados.

"Mas a luta continua. Estamos a batalha pela manutenção de empresas, empregos, da esperança de viajar. Não fossem essas lutas, o impacto da covid-19 no Turismo seria muito maior", aponta o presidente da Braztoa.

PERSPECTIVAS 2021 - E VACINA

"Dependemos de muitos fatores externos. O mundo está passando por transformações Está difícil prever como será a semana que vem, quanto mais o que será de 2021", lamenta Nedelciu, que ainda assim se arrisca: a retomada do Turismo para valer, em níveis pré-pandemia, pode chegar no final de 2022.

"São previsões, mas acreditamos, sim, em demanda reprimida para viagens domésticas e internacionais. As pessoas estão com um desejo enorme de viajar e os operadores estão preparados. Todos reduziram custos. O nosso trabalho, dos operadores, será de assegurar se saúde financeira dos parceiros e fornecedores brasileiros e estrangeiros é boa, afinal a pandemia atingiu o mundo todo", avalia Nedelciu.

Sobre vacinação, o presidente da Braztoa afirma que a imunização é um complemento das medidas sanitárias e que conforme o País avança neste sentido a tendência é de evolução na indústria de viagens.

"Tem que manter distanciamento, usar máscara, higienizar as mãos e, sim, tomar a vacina quando chegar sua vez. Alguns países estão realmente começando a privilegiar e facilitar a vida dos vacinados. Liberar de quarentena, flexibilizar viagens e eventos. Sem dúvida, conforme o governo federal vacinar mais, a retomada de viagens será melhor e vai facilitar a vinda de mais pessoas de fora para o País. A população vem sendo vacinada e a hora que isso engrenar, nossa vida será bastante facilitada."

COMO AS VIAGENS FORAM VENDIDAS?

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Leia a edição completa do Anuário Braztoa 2021 clicando aqui.

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