CVC Corp: Argentina preocupa mais do que o Brasil na retomada
Grupo brasileiro controla três empresas no país vizinho, que demonstra caminho longo para recuperação

"De fato, sou muito conservador e até um pouco pessimista em relação à recuperação na Argentina. Vemos lá uma economia cada vez com mais dificuldades e a impressão que temos é de que o governo não consegue desmontar claramente as questões internas, o que acarreta em restrição nas políticas de demissão, embora alguns acordos estejam evoluindo. Com esses elementos, não conseguimos fazer a reestruturação dos negócios neste mercado", afirmou Leonel Andrade, nesta tarde, a investidores, para falar dos resultados do 2T20.

"Acredito que reduziremos o escopo da Argentina antes de pensar em crescer. O país está em situação diferente da do Brasil, que já entra em um roteiro muito mais forte, com hotéis se esgotando em capacidade, voos sendo retomados e filas de espera para o verão", afirma Leonel Andrade.
"Temos uma gestão extremamente conservadora na Argentina, com atenção redobrada por conta do câmbio, uma vez que lá a variação é enorme. Então iremos com margem bem conservadora. Quando começar a retomar, estaremos prontos, conservadores e nos focando em rentabilidade", concluiu o CEO, que mencionou a transferência de Fábio Mader para liderar os negócios na Argentina e a tecnologia do país já 100% integrada e operacional no Brasil, por meio de dados em nuvens.
As previsões de Andrade dão conta de que "a situação da Argentina só deve ficar clara no ano que vem, pois lá a pandemia está crescendo, mercado doméstico sem volume, voos começando a retomar. O que estamos vivendo na Argentina hoje do ponto de vista de volume é o que tínhamos no Brasil há quatro meses".