Amaze se reorganiza na crise e garante recorde de crescimento
Operadora de viagens de formatura do Grupo CI adiou todos os embarques deste ano para 2021
Em dezembro do ano passado, a operadora especializada em viagens de formatura para jovens estudantes Amaze Travel planejava, para 2020, um crescimento anual de 50%. Em franco crescimento, a companhia se reforçou, naquele mês, com cerca de 30 profissionais para colocar seus planos em prática e seguir a trilha do crescimento neste ano. Eis que em março desembarcou no País a crise da covid-19 e a Amaze se reestruturou para... crescer ainda mais do que o planejado.
"Crescemos entre 75% e 85% de janeiro a setembro deste ano na comparação com os nove primeiros meses de 2019", garante o diretor da Amaze, Lucas Garcia. "Mas nada veio sem uma reestruturação geral e união de toda equipe. A crise foi uma oportunidade de reforçarmos intensamente nosso digital, e os resultados estão aparecendo pela nossa expansão a mercados antes não alcançados. Assim que todos os funcionários começaram a trabalhar em home office, já começamos a pensar maneira de continuar a prospecção em um cenário totalmente on-line. Focamos em tecnologia desde nossa fundação, em 2012, mas as reuniões com os pais e os colégios eram presenciais, por exemplo", completa.
A investida deu certo, de acordo com Garcia. Após abril e maio cheios de incertezas e com muito aprendizado, a situação da Amaze começou a melhorar já a partir de junho. "Quando as perspectivas de normalização começaram a se esticar, aceleramos nossa busca por alternativas e soluções em relação aos embarques de 2020 e às prospecções aos novos formandos. Assim, agosto foi um mês fenomenal na história da Amaze. Uma virada de chave. Me arrisco a dizer que não venderíamos tanto naquele mês se fosse presencialmente", aponta o diretor da empresa, que é pertencente ao Grupo CI, de intercâmbio.
Dos 30 funcionários contratados pré-pandemia, aproximadamente 20, que estavam cumprindo contrato de experiência, foram desligados, mas Garcia aponta que a Amaze recontratou um montante parecido no início do segundo semestre. "A demanda cresceu. A eficiência das reuniões digitais fez com que saíssemos do eixo Sul-Sudeste para alcançarmos cidades no Pará, no Amazonas, no Acre e em mercados do Nordeste. Locais novos nos quais nunca chegaríamos antes da pandemia, devido à complicação logística."
EMBARQUES DE 2020 ADIADOS
Os primeiros embarques previstos para a empresa neste ano seriam em julho, para Porto Seguro e Cancun, e foram adiados para o mesmo mês em 2021. Também em julho a empresa decidiu que os embarques de setembro e outubro tinham de ser postergados para o ano seguinte, estes em abril. Portanto nenhum passageiro Amaze viajará neste ano.
O desafio está no nicho em si, pois as viagens de formatura são perecíveis e não podem fugir tanto do período de embarque, visto que os formandos iniciam suas diferentes trajetórias. Por isso a maior parte das novas vendas está sendo feita para julho, outubro e dezembro do ano que vem. "Estamos trabalhando com a possibilidade da chegada da vacina, mas a partir do momento em que estivermos cientes de que todos estão seguros, com todas as medidas sendo seguidas pelos fornecedores e alunos, confiamos nos embarques", afirma Lucas Garcia.
A taxa de desistência dos alunos que embarcariam neste ano, segundo o diretor da Amaze, é baixíssima e para lidar com a ansiedade típica da faixa etária de jovens formandos, a empresa reforçou seu material de marketing on-line para ficar lado a lado com os clientes.
OS PRINCIPAIS PRODUTOS
A Amaze embarca pouco mais de dez mil passageiros anualmente. O carro-chefe da operadora de formatura do Grupo CI é Florianópolis para o terceiro ano. Festas temáticas são parte fundamental do programa, mas a operadora garante que se preocupa também em levar os jovens para conhecer o melhor de cada destino e não ficar apenas nas noitadas.
Porto Seguro (BA) também é requisitada, por isso a operadora criou o Floriporto, pacote em que os jovens embarcam na capital catarinense em um período e no destino baiano em outro. Resorts como o Portobello, em Mangaratiba (RJ), também estão na prateleira.
A Amaze tem oito franquias espalhadas pelo País, além de executivos de venda.