Agentes clientes da Turnet não sabem como cobrir prejuízos causados
Entidade diz queoperadora não teria repassado o pagamento faturado para alguns hotéis e, estes, estariam se recusando a receber os passageiros
Anderson Luiz de Lima, da Montenegro Turismo, de Pedreira (SP), é um dos agentes de viagens prejudicados pelo fim das atividades da Turnet. “Eu tinha um pacote de R$ 16 mil, pago em dezembro, para um resort em Maragogi (AL). Soube pelo André, ex-gerente da base de Campinas, que a empresa estava em grave crise financeira e que teria demitido todos seus funcionários”, disse ele ao procurar o Portal PANROTAS para desabafar e relatar o caso.
Ele diz que seu percalço começou no sábado, dia 11, e que desde então, vem tentando respostas. “Soube que o aéreo estava emitido, mas que o hotel não estava confirmado. Foi aí que eu comecei a ter crise de pânico e a ficar sem dormir. Minha empresa tem apenas sete meses, como eu arcaria com um prejuízo de mais de R$ 8 mil?”, relatou Lima, em depoimento dramático ao Portal PANROTAS.
Segundo o profissional, foram várias as tentativas de contato com a operadora. Em meio ao desespero, ele entrou em contato com o diretor e proprietário Renato Carone pelo Facebook. Sem uma resposta concreta, ele apelou para uma plataforma de “vaquinha on-line” para tentar minimizar seu prejuízo.
“No mais recente e-mail da Turnet para a Montenegro a mensagem: os bilhetes estão confirmados, entretanto os pagamentos dos receptivo e da hospedagem deverão ser feitos diretamente aos fornecedores", disse Anderson Lima. "Meu cliente só conseguiu embarcar graças a uma liminar da Protur, que obrigou o hotel a aceitar e a acomodar os meus passageiros. Mas a minha cliente está com receio, eu estou com receio e com prejuízo. Estou em uma situação bastante difícil”, afirmou o proprietário da Montenegro Turismo, que arcou com R$ 400 do próprio bolso para garantir o transfer de seus clientes.
OUTRO CASO
Jussara, da Coltro Viagens, é outra que está em situação de desespero. Ela vendeu um pacote para Buenos Aires para um casal, com embarque em 19 de março, mas foi pega de surpresa quando soube da crise instaurada na operadora e, pior ainda, descobriu que seus passageiros estão sem a parte terrestre. "Eu estou tentando há vários dias um contato, sem sucesso algum. Enviei sete e-mails para a Turnet e não obtive uma resposta. Ontem, dia 21, eu recebi um e-mail desesperador. Ele dizem que com o aéreo está tudo ok, mas a parte terrestre - transfer e hotel - não foram pagos", relata a profissional.
"O e-mail diz apenas que: lamentavelmente não conseguiremos efetuar o pagamento aos fornecedores da parte terrestre, tão pouco (sic) o estorno devido à data e forma de pagamento efetuada. Pedimos desculpas, e caso consigamos alguma solução, entraremos em contato. Como assim? Eu não tenho dinheiro para arcar com esse prejuízo. Meus clientes já pagaram e correm o risco de não embarcar?", questiona Jussara.
TERCEIRO CASO
Fernando Franco, da Sideral Turismo, recebeu o mesmo e-mail. "A Turnet está dizendo que não está com problemas com nenhuma agência? Só eu tenho mais R$ 15 mil em vendas e nenhuma garantia. Estou pagando o hotel dos meus clientes [no caso, o Costão] direto do meu bolso. A Turnet não está respondendo ninguém e nem honrando seus compromissos", disse Franco em comunicação ao Portal PANROTAS.
Procurado, via WhatsApp, o diretor Renato Carone disse que não iria se manifestar. "O que eu tinha para dizer eu já disse", respondeu ao Portal PANROTAS. Vale lembrar que a Turnet pediu desligamento da Braztoa em 19 de dezembro, quando a entidade estava em férias coletivas. Mesmo assim, o presidente da entidade, Roberto Nedelciu, convocou uma reunião com associados que poderiam ajudar. E na reunião seguinte, no mesmo dia, Carone havia dito, segundo a Braztoa, que 80% dos casos estavam resolvidos. Os outros 20%, como podemos ver pelos depoimentos, estão tentando resolver como podem os prejuízos causados.
MAIS DE 20 QUEIXAS
A presidente da Associação de Defesa dos Direitos dos Agentes e Consumidores de Serviços de Viagens e Turismo (Protur), Flavia Coradi, revelou em entrevista ao Portal PANROTAS que a associação já tem mais de 20 queixas de associados que foram prejudicados pelo encerramento das atividades da Turnet. Segundo ela, a operadora não teria repassado o pagamento faturado para alguns hotéis e, estes, estariam se recusando a receber clientes da empresa nestas condições.
“Ele [Renato Carone, proprietário e diretor da Turnet] afirmou em uma reunião que 80% dos casos estariam resolvidos. Se para ele a solução é dizer “eu recebi o valor, mas não conseguiremos efetuar o pagamento aos fornecedores”, para nós isto não é uma saída”, pondera a presidente da Protur, uma associação privada instituída com o objetivo de representar o setor de agenciamento de viagens e seus consumidores em âmbito nacional.
“Nós trabalhamos em prol do associado, mas em um caso como esse, onde o agente de viagens é o mais afetado, nós estamos disponibilizando atendimento gratuito”, disse Flavia.
Para ela, a situação demonstra a ineficiência de alguns fornecedores, que assumiram riscos ao conceder crédito à Turnet. “Se eles assumiram esse risco, eles têm responsabilidade solidária com tudo isso que está acontecendo", afirma a presidente da Protur.
Ele diz que seu percalço começou no sábado, dia 11, e que desde então, vem tentando respostas. “Soube que o aéreo estava emitido, mas que o hotel não estava confirmado. Foi aí que eu comecei a ter crise de pânico e a ficar sem dormir. Minha empresa tem apenas sete meses, como eu arcaria com um prejuízo de mais de R$ 8 mil?”, relatou Lima, em depoimento dramático ao Portal PANROTAS.
Segundo o profissional, foram várias as tentativas de contato com a operadora. Em meio ao desespero, ele entrou em contato com o diretor e proprietário Renato Carone pelo Facebook. Sem uma resposta concreta, ele apelou para uma plataforma de “vaquinha on-line” para tentar minimizar seu prejuízo.
“No mais recente e-mail da Turnet para a Montenegro a mensagem: os bilhetes estão confirmados, entretanto os pagamentos dos receptivo e da hospedagem deverão ser feitos diretamente aos fornecedores", disse Anderson Lima. "Meu cliente só conseguiu embarcar graças a uma liminar da Protur, que obrigou o hotel a aceitar e a acomodar os meus passageiros. Mas a minha cliente está com receio, eu estou com receio e com prejuízo. Estou em uma situação bastante difícil”, afirmou o proprietário da Montenegro Turismo, que arcou com R$ 400 do próprio bolso para garantir o transfer de seus clientes.
OUTRO CASO
Jussara, da Coltro Viagens, é outra que está em situação de desespero. Ela vendeu um pacote para Buenos Aires para um casal, com embarque em 19 de março, mas foi pega de surpresa quando soube da crise instaurada na operadora e, pior ainda, descobriu que seus passageiros estão sem a parte terrestre. "Eu estou tentando há vários dias um contato, sem sucesso algum. Enviei sete e-mails para a Turnet e não obtive uma resposta. Ontem, dia 21, eu recebi um e-mail desesperador. Ele dizem que com o aéreo está tudo ok, mas a parte terrestre - transfer e hotel - não foram pagos", relata a profissional.
"O e-mail diz apenas que: lamentavelmente não conseguiremos efetuar o pagamento aos fornecedores da parte terrestre, tão pouco (sic) o estorno devido à data e forma de pagamento efetuada. Pedimos desculpas, e caso consigamos alguma solução, entraremos em contato. Como assim? Eu não tenho dinheiro para arcar com esse prejuízo. Meus clientes já pagaram e correm o risco de não embarcar?", questiona Jussara.
TERCEIRO CASO
Fernando Franco, da Sideral Turismo, recebeu o mesmo e-mail. "A Turnet está dizendo que não está com problemas com nenhuma agência? Só eu tenho mais R$ 15 mil em vendas e nenhuma garantia. Estou pagando o hotel dos meus clientes [no caso, o Costão] direto do meu bolso. A Turnet não está respondendo ninguém e nem honrando seus compromissos", disse Franco em comunicação ao Portal PANROTAS.
Procurado, via WhatsApp, o diretor Renato Carone disse que não iria se manifestar. "O que eu tinha para dizer eu já disse", respondeu ao Portal PANROTAS. Vale lembrar que a Turnet pediu desligamento da Braztoa em 19 de dezembro, quando a entidade estava em férias coletivas. Mesmo assim, o presidente da entidade, Roberto Nedelciu, convocou uma reunião com associados que poderiam ajudar. E na reunião seguinte, no mesmo dia, Carone havia dito, segundo a Braztoa, que 80% dos casos estavam resolvidos. Os outros 20%, como podemos ver pelos depoimentos, estão tentando resolver como podem os prejuízos causados.
MAIS DE 20 QUEIXAS
A presidente da Associação de Defesa dos Direitos dos Agentes e Consumidores de Serviços de Viagens e Turismo (Protur), Flavia Coradi, revelou em entrevista ao Portal PANROTAS que a associação já tem mais de 20 queixas de associados que foram prejudicados pelo encerramento das atividades da Turnet. Segundo ela, a operadora não teria repassado o pagamento faturado para alguns hotéis e, estes, estariam se recusando a receber clientes da empresa nestas condições.
“Ele [Renato Carone, proprietário e diretor da Turnet] afirmou em uma reunião que 80% dos casos estariam resolvidos. Se para ele a solução é dizer “eu recebi o valor, mas não conseguiremos efetuar o pagamento aos fornecedores”, para nós isto não é uma saída”, pondera a presidente da Protur, uma associação privada instituída com o objetivo de representar o setor de agenciamento de viagens e seus consumidores em âmbito nacional.
“Nós trabalhamos em prol do associado, mas em um caso como esse, onde o agente de viagens é o mais afetado, nós estamos disponibilizando atendimento gratuito”, disse Flavia.
Para ela, a situação demonstra a ineficiência de alguns fornecedores, que assumiram riscos ao conceder crédito à Turnet. “Se eles assumiram esse risco, eles têm responsabilidade solidária com tudo isso que está acontecendo", afirma a presidente da Protur.