Demanda de carro por assinatura cresce e já representa 10% da frota do setor
Associação crê que assinatura de veículos se consolidará como opção viável de mobilidade urbana
A Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) estima que o chamado “Carro por Assinatura” representa entre 8% e 10% da frota total do setor, que em 2023 fechou em 1,57 milhão de automóveis e comerciais leves. Trata-se da difusão do conceito essencial da locação: pagar menos pelo uso é muito mais inteligente do que gastar bem mais para ter a propriedade.
Ainda conforme avaliação da Abla, a assinatura foi a modalidade de locação de carros que mais cresceu durante e após a pandemia.
“Mais pessoas interessadas em corte de despesas com impostos, taxas e seguro, além do fim de encargos com a depreciação do veículo próprio, ao fazerem as contas encontram no aluguel de longa duração a solução mais apropriada para suas reais necessidades de transporte”, diz o vice-presidente da Abla, Paulo Miguel Júnior.
Segundo ele, a tendência é que, cada vez mais, o automóvel vá deixando de ser um ativo do qual não se abre mão da posse.
“Para as locadoras, tem valido a pena investir nesse nicho, levando em consideração os benefícios de mobilizar parte da frota para atender ao crescente interesse que essa modalidade de negócio vem despertando nas pessoas”
Vice-presidente da Abla, Paulo Miguel Júnior
Uma visão mais empresarial sugere ainda que o cliente de locação prolongada possa, dessa forma, se desfazer de um ativo que não lhe proporcione renda, e investir o valor correspondente ao da compra de um veículo próprio em outras necessidades. Usuários dessa modalidade de aluguel podem, por exemplo, vender o seu veículo próprio, alugar um zero quilômetro por meio de pagamento mensal e investir o dinheiro arrecadado com a venda em projetos pessoais.
Ainda sob o ponto de vista das empresas do setor, é importante que a locadora interessada em atuar com aluguel de longa duração para pessoas físicas invista em mostrar e divulgar os diferentes benefícios inclusos. Além da comodidade e do conforto, de modo geral essa opção de aluguel também representa economia se comparada à compra de um veículo próprio, inclusive porque os custos de depreciação (média de 40% em dois anos de uso), taxas e impostos embutidos na compra ficam por conta da locadora.
Na prática, no valor mensal também estão inclusos a documentação do veículo e manutenção preventiva. O usuário precisa apenas dirigir e abastecer o carro. Em geral, há opções de contrato para 12 até 36 meses, com opções de pacotes de quilometragem e, ao final do período, é possível renovar o serviço e escolher outro modelo zero quilômetro.
A expectativa da Abla é que o crescimento do “Carro por Assinatura” ganhe força no longo prazo. A atual grande diferença do Brasil para mercados de locação mais experientes, como a Europa e os Estados Unidos, é a disseminação da cultura do aluguel de automóveis, que cada vez mais também está se consolidando por aqui.
“Por ser um País em que a cultura do aluguel de veículos ainda não está 100% disseminada, o potencial do Brasil para esse tipo de negócio é muito grande”, confirma Paulo Miguel Júnior.
Para a Abla, graças também à crescente profissionalização do setor, esse crescimento deverá acontecer não necessariamente a partir da entrada de novas locadoras no mercado, uma vez que as existentes já estão aparelhadas, profissionalizadas e investindo para dar conta dessa expansão.
“É um setor complexo, cuja sobrevivência e continuidade do negócio exigem preparo e conhecimento por parte do empreendedor”, explicou o vice-presidente.