Agente muda foco para mobilidade e comemora frutos obtidos
Rafael Magela está próximo de faturar R$ 1 milhão com a Its Mob, mas já está de olho no bilhão
A agência de viagens da família de Rafael Magela, da qual ele era diretor executivo, faturava cerca de R$ 3 milhões mensais pré-pandemia. Eis que a covid-19 fez seu desembarque no País e, de março de 2020 em diante, a Quatro Estações Turismo, de Goiânia, viu este valor cair em 90% e até hoje não chegar nem perto do que esta, que ele considera uma das três agências do Estado, conseguia render.
As medidas a partir daí são similares ao que muita empresa do ramo teve de fazer para conter as consequências da crise que vivemos. Enxugar estrutura, reduzir folha salarial e buscar receitas alternativas. "A oportunidade estava à nossa frente o tempo todo. Sempre tivemos veículos na prateleira da agência, mas a locação representava apenas 2% do faturamento. Um cliente da área financeira começou a falar sobre o tema e me despertou atenção. Ele perguntou se fazíamos aluguel mensal de veículos. A resposta era 'sim', mas eu não sabia", explica Magela, que a partir daí deixou sua sociedade na agência de viagens para abrir uma empresa dedicada à mobilidade.
"Meu laptop e um investimento de zero real. O que fiz foi mergulhar no universo da mobilidade e me abastecer de conhecimento sobre esta área", completa o fundador da Its Mob, aberta há nove meses e já com 110 clientes fixos em sua carteira.
Empresa sem grandes ativos e hoje com dois sócios, a Its Mob se propõe a focar totalmente no cliente e deixar com que as locadoras e sua principal parceira, a Mobility, façam o resto. Para Rafael Magela, é a intermediação que faz a diferença, é a prestação de uma consultoria refinada, é a dedicação de 100% do tempo em quem está a fim de abrir mão do carro próprio, investir o dinheiro da venda e se locomover em um veículo alugado, se desfazendo de compromissos financeiros tais como impostos e manutenção.
'AS LOCADORAS NÃO FAZEM O QUE FAZEMOS'
"Estamos focados na operação, na venda, na didática de como será a vida do cliente a partir do momento em que ele opta por um carro alugado. Deixamos que a Mobility e as próprias locadoras cuidarem dos demais itens. As locadoras de grande porte não conseguem dar a atenção e o cuidado que o cliente precisa, e é isso que nos prestamos a fazer", afirma Magela. "O negócio está dando certo. Vamos bater 110 contratos em nove meses de operação. Ao passo em que os clientes vendem seus carros, alugam e veem resultado na operação, a notícia vai se espalhando e a tendência é crescermos mais vertiginosamente. É natural que algumas pessoas relutem à ideia, mas estamos aqui justamente para mostrar que o modelo funciona."Ainda que a Its Mob flerte com o Turismo, Magela considera a abertura da empresa uma mudança total em sua carreira. Entretanto, ele diz que essa virada de página não seria possível se continuasse atuando como um agente de viagens.
"Para uma agência conseguir trilhar esse caminho, basta querer e estudar, mas vai precisar de pelo menos um funcionário integralmente dedicado ao tema", pondera. "Levou muito tempo, estudo e dedicação para chegar onde estamos. Não existe um material pronto para este tema, e as informações estão todas pulverizadas. Até o primeiro contrato e a primeira renovação serem fechados, há um longo caminho. Hoje acreditamos em chegar a um faturamento de R$ 1 bilhão, que ainda está distante, mas vemos como plausível. Em dois meses deveremos alcançar R$ 1 milhão. Isto menos de um ano após a abertura da empresa", prevê Magela, acrescentando que estas cifras foram alcançadas sem nenhum investimento em publicidade.
CENÁRIO FAVORÁVEL
Magela diz não que não teme acontecer com a Its Mob a busca do cliente diretamente com o fornecedor, isto é, com as locadoras. "O cenário está favorável para nós. Temos muito pouca ou quase nenhuma concorrência prestando o serviço que prestamos. Graças à Mobility, conseguimos oferecer um preço melhor do que as próprias locadoras oferecem direto, mesmo cobrando o fee pelo serviço, que é nossa fonte de receita. Já ouvi de clientes que pagariam mais para alugar um carro via Its Mob mesmo que soubessem que era mais caro, por conta do serviço prestado por nós. Isso é mito gratificante", conclui Magela, que tem 45% de seus clientes em Goiás e o restante espalhado por Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.Sua previsão, no entanto, é que acontecerá com as locadoras o mesmo que ocorreu com as companhias aéreas de 2000 em diante. "Essa indústria em algum momento vai cortar o comissionamento e o incentivo das agência e vai sobrar apenas atendimento e serviço. E aí só preço por preço não vai fechar as contas. Hoje a maré está a nosso favor em termos financeiros, e estamos trabalhando para no futuro termos o melhor preço e o melhor serviço para continuarmos com a confiança do cliente.
Segundo ele, a Mobility foi fundamental para alcançar os atuais resultados. "A empresa já era nossa parceira na época de Quatro Estações, mas ainda muito voltado para o internacional e resumido a uma parcela complementar da nossa receita. Hoje se eu encontrasse um investidor, aplicaria os recursos em novos funcionários e capacitação para os mesmos, muito antes de tecnologia, pois a plataforma Mobility já nos entrega o bastante."
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