Beatrice Teizen   |   26/09/2024 11:58
Atualizada em 26/09/2024 13:19

12 mulheres que poderiam ter subido ao palco de abertura da Abav Expo 2024

Cerimônia que deu início à 51ª edição contou com autoridades do Turismo, mas maioria de figuras masculinas

PANROTAS / Emerson Souza
Ana Carolina Medeiros, presidente da Abav Nacional, foi a única mulher no palco da abertura da 51ª Abav Expo
Ana Carolina Medeiros, presidente da Abav Nacional, foi a única mulher no palco da abertura da 51ª Abav Expo

BRASÍLIA (DF) – A Abav Expo 2024 teve início ontem (25), no Ulysses Centro de Convenções, em Brasília, com uma cerimônia de abertura repleta de autoridades, como o ministro do Turismo, Celso Sabino, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. No entanto, com pouca representatividade feminina.

No palco, tivemos apenas a presidente da Abav Nacional, Ana Carolina Medeiros, que, claro, está à frente de uma das maiores feiras de Turismo da América Latina, por isso foi responsável por discursos importantes, como a cobrança por uma MP que regule a responsabilidade solidárias das agências na nova Lei Geral do Turismo.

Será que não temos mesmo mulheres que poderiam compor a mesa ilustre? Sim, há muitas outras mulheres importantes e que fazem trabalhos notáveis no trade do Turismo que poderiam estar junto à Ana Carolina nesta noite simbólica que deu início à 51ª edição da Abav Expo. Alguns exemplos são:

  • Jurema Monteiro - presidente da Abear, citada por pelo menos dois dos que discursaram;
  • Carolina Negri - presidente executiva do Sindepat;
  • Marina Figueiredo - presidente executiva da Braztoa (do setor de agenciamento);
  • Ana Biselli Aidar - presidente executiva da Resorts Brasil;
  • Luana Nogueira ou Juliana Patti - da Alagev (corporativo ainda é pouco representado nos eventos da Abav)
  • Maria Conceição Junckes, primeira vice-presidente do Conselho da Abav, poderia ter subido ao palco.
  • Senadoras e deputadas que lutam pelo Turismo também teriam feito bonito.
  • Também no Conselho de Administração da Abav Nacional, temos mais duas mulheres: Rita Vasconcellos, do Rio Grande do Sul, Estado que está precisando de nosso apoio nesse momento, e Michelle Pereira, do Rio Grande do Norte, Estado governado por uma mulher, poderiam estar representando as agentes de viagens e diretoras de entidade.
  • Ou então ministras como Simone Tabet, Anielle Franco, Sônia Guajajara, até mesmo para furar a bolha do Turismo e incluir personalidades de outros segmentos da economia e do governo, aproveitando a realização da feira na capital federal, onde as principais decisões políticas e legislativas do País são tomadas.

Se a preferência era por entidades do agenciamento, como podem argumentar alguns, daí a ausência de associações como Abear e Clia, a presença dessas mulheres, de diretoras e presidentes de outros setores do Turismo, reforçaria a importância da união e do G20, sem concorrência de pautas e lobbies diferentes no Congresso. Passar a imagem de união é fundamental nesse momento de aprovação parcial da Lei Geral do Turismo e de negociações pela Reforma Tributária.

Vale destacar que a Abav Nacional é dirigida por uma mulher, Jerusa Hara, que estava na primeira fila, na plateia. É uma entidade que tem a força feminina em seu DNA e seu dia a dia, mas isso não conseguiu furar ou quebrar a barreira política na noite de abertura. São os caminhos da política, que muitos de nós desconhecem ou sabemos como é difícil mudar.

Bolha do Turismo

A abertura da Abav Expo, infelizmente, também não furou a bolha do Turismo, no palco político mais importante do País. As autoridades presentes eram diretamente ligadas ao Turismo, incluindo três membros do Governo do Distrito Federal, liderados pelo governador Ibaneis Rocha. Era esperada a presença de Flávio Dino, ex-presidente da Embratur, ex-governador do Maranhão (terra das empresas da presidente da Abav) e hoje ministro do STF, mas não aconteceu. O vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda Fernando Haddad também poderiam dar esse caráter mais abrangente ao evento.

PANROTAS / Emerson Souza
Palco contou com autoridades do Turismo, mas segmento foi representado por figuras masculinas
Palco contou com autoridades do Turismo, mas segmento foi representado por figuras masculinas

Com certeza, cada um terá outros nomes para sugerir (façam isso nos comentários). A pauta da diversidade e representatividade é importante, e isso inclui outras minorias no palco, ainda mais em Brasília e em um governo que instituiu novos ministérios (Igualdade Racial, Povos Indígenas) exatamente para cuidar dessas causas.

Ainda é preciso ter mais diversidade, não só de gênero, mas também racial, étnica e etária, para, de fato, termos um Turismo mais inclusivo. E a abertura da Abav Expo, a principal feira de Turismo do Brasil, que esteve muito bonita com as velas do projeto Candlelight, seria o melhor caminho.

Sobre os discursos da abertura... bom, vamos deixar essa pauta para outro momento.

Uma boa Abav Expo a todos.

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados