Filip Calixto   |   24/06/2024 10:04
Atualizada em 24/06/2024 10:05

Barcelona planeja limitar aluguéis para estadia de curto prazo

Crise habitacional e aumento das taxas de aluguel cobradas na cidade motivam provável proibição

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Em 2023, de acordo com Observatório do Turismo da cidade, Barcelona foi visitada por 16 milhões de viajantes
Em 2023, de acordo com Observatório do Turismo da cidade, Barcelona foi visitada por 16 milhões de viajantes

Barcelona está se preparando para adotar uma postura rigorosa em relação aos aluguéis de curto prazo. Em resposta às crescentes queixas de que o Turismo é um dos principais responsáveis pela crise habitacional e pelo aumento dos preços do aluguel na cidade, o governo local pretende tomar medidas para limitar o aluguel de imóveis por temporada. A decisão foi anunciada pelo prefeito de Barcelona, Jaume Collboni, em entrevista coletiva na sexta-feira (21).

Em declarações à Bloomberg, Collboni revelou que a cidade espanhola planeja interromper a emissão de novas licenças para aluguéis de curto prazo e não renovar as existentes. O objetivo é que, até 2029, nenhuma residência em Barcelona possa ser alugada para turistas.

Callboni entende que é necessário ter uma oferta maior de moradias para que essa modalidade de estadia possa ser utilizada. "As medidas que estamos apresentando são para proporcionar mais oferta para que a classe média trabalhadora não tenha que deixar a cidade porque não pode pagar pelo que existe", afirmou o prefeito.

Atualmente, cerca de 10 mil residências em Barcelona estão registradas como aluguéis para turistas. A proposta do prefeito visa ampliar a disponibilidade de habitações permanentes, em um esforço para mitigar o impacto do Turismo na moradia local.

Embora várias cidades ao redor do mundo enfrentem desafios semelhantes, a iniciativa de Barcelona pode se tornar a mais agressiva em relação aos aluguéis de curta duração.

Cidades como Nova York, Vancouver e Tóquio exigem que os anfitriões residam nas propriedades alugadas, enquanto São Francisco e Seattle limitam o número de imóveis que um único anfitrião pode listar. Em Dallas, certos bairros proíbem esses aluguéis, e cidades como Londres, Amsterdã e Paris impõem restrições ao número de noites que um apartamento pode ser alugado anualmente.

Até agora, Berlim mantinha as regras mais rígidas, com a proibição de aluguéis de curta duração para casas inteiras desde 2016. Contudo, as novas medidas de Barcelona podem redefinir os padrões globais na regulamentação do mercado de aluguéis turísticos.

O tamanho e o impacto da movimentação turística da cidade catalã podem ser medido pelos números do ano passado. Em 2023, de acordo com Observatório do Turismo da cidade, Barcelona foi visitada por 16 milhões de viajantes.

Airbnb admite problemas com o formato

Principal plataforma para essa modalidade de hospedagem, o Airbnb admite debater a criação de novos métodos. Também à Bloomberg ainda no ano passado, o CEO da companhia, Brian Chesky, afirmou que o modelo da empresa de aluguel de casas não funciona mais e já planeja reformulação dos negócios. O executivo expôs insatisfações de anfitriões e citou o exemplo de Nova York como um alerta.

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