Haddad está mal informado sobre custo do PERSE, diz Abrape
Presidente da associação defende que ministro chame o setor de eventos para conversar sobre programa
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), está mal informado sobre o PERSE (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), diz o presidente da Abrape (Associação Brasileira dos Promotores de Eventos), Doreni Caramoni.
O PERSE entrou na mira do governo, que diz que o programa custou R$ 17 bilhões em 2023. A previsão inicial era de um custo de cerca de R$ 4 bilhões. Pelas contas do setor, o programa custa cerca de R$ 6 bilhões.
O governo suspeita que o programa tenha sido usado para lavagem de dinheiro. Caramoni diz que o setor não compactua com o mau uso do programa, mas cobra diálogo. "Ninguém quer que use mal. Agora, sem conversar é difícil", disse.
"Entendo que a gente precisaria desmistificar alguns equívocos que provavelmente passaram ao ministro e que o deixaram mal informado. Ele fala que o programa foi criado para dois anos e foi prorrogado. Não é verdade. O programa desde sempre foi de cinco anos. Faz parte de um grande acordo social que se fez. O setor parou em nome da saúde de todos", afirmou Caramoni.
"Segundo, no que se refere ao número, tem se falado muito em R$ 17 bilhões. O setor não conhece esse número, todos os estudos feitos pelo setor nos mostram que esse programa não custa mais do que R$ 6 bilhões por ano. E esse número foi feito a partir das próprias previsões da Receita".
Doreni Caramoni, presidente da Abrape
Caramoni ainda afirmou que espera por uma reunião com Haddad, para que o setor tenha acesso aos números para entender se a desinformação é do ministro da Fazenda ou do setor de Turismo. Segundo o presidente da Abrape, o diálogo será essencial para ajustar possíveis irregularidades do PERSE.
"Eu acho legítimo do ministro melhorar a eficiência dos programas e reduzir custos. Na minha opinião, o errado aí está a forma. Primeiro, porque ela está construída em cima de números que o setor não conhece. Nem o setor, nem o Congresso. Segundo, que ela foi construída sem conversar. O ministro disse que tem irregularidades. O que é o normal? Chamar o setor e dizer, olha pessoal, tem gente usando mal. A gente mesmo iria querer ajustar. Ninguém quer que use mal. Agora, sem conversar é difícil."
Com informações da Folha de S. Paulo