Da Redação   |   15/02/2024 17:05

Haddad está mal informado sobre custo do PERSE, diz Abrape

Presidente da associação defende que ministro chame o setor de eventos para conversar sobre programa


Divulgação
Presidente da Abrape acredita ser necessária uma reunião do setor com Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Presidente da Abrape acredita ser necessária uma reunião do setor com Fernando Haddad, ministro da Fazenda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), está mal informado sobre o PERSE (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), diz o presidente da Abrape (Associação Brasileira dos Promotores de Eventos), Doreni Caramoni.

O PERSE entrou na mira do governo, que diz que o programa custou R$ 17 bilhões em 2023. A previsão inicial era de um custo de cerca de R$ 4 bilhões. Pelas contas do setor, o programa custa cerca de R$ 6 bilhões.

O governo suspeita que o programa tenha sido usado para lavagem de dinheiro. Caramoni diz que o setor não compactua com o mau uso do programa, mas cobra diálogo. "Ninguém quer que use mal. Agora, sem conversar é difícil", disse.

"Entendo que a gente precisaria desmistificar alguns equívocos que provavelmente passaram ao ministro e que o deixaram mal informado. Ele fala que o programa foi criado para dois anos e foi prorrogado. Não é verdade. O programa desde sempre foi de cinco anos. Faz parte de um grande acordo social que se fez. O setor parou em nome da saúde de todos", afirmou Caramoni.

"Segundo, no que se refere ao número, tem se falado muito em R$ 17 bilhões. O setor não conhece esse número, todos os estudos feitos pelo setor nos mostram que esse programa não custa mais do que R$ 6 bilhões por ano. E esse número foi feito a partir das próprias previsões da Receita".

Doreni Caramoni, presidente da Abrape

Caramoni ainda afirmou que espera por uma reunião com Haddad, para que o setor tenha acesso aos números para entender se a desinformação é do ministro da Fazenda ou do setor de Turismo. Segundo o presidente da Abrape, o diálogo será essencial para ajustar possíveis irregularidades do PERSE.

"Eu acho legítimo do ministro melhorar a eficiência dos programas e reduzir custos. Na minha opinião, o errado aí está a forma. Primeiro, porque ela está construída em cima de números que o setor não conhece. Nem o setor, nem o Congresso. Segundo, que ela foi construída sem conversar. O ministro disse que tem irregularidades. O que é o normal? Chamar o setor e dizer, olha pessoal, tem gente usando mal. A gente mesmo iria querer ajustar. Ninguém quer que use mal. Agora, sem conversar é difícil."

Com informações da Folha de S. Paulo

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