Cresce volume de pedidos de empréstimo para pagar viagens
De janeiro a março deste ano, cerca de 1,46% do volume de solicitações foi destinado a viajar
Em um ano repleto de oportunidades para viajar, com feriados prolongados de sobra e férias escolares se aproximando, até mesmo os empréstimos têm sido recurso para viabilizar as escapadas da rotina. Segundo informa um relatório da fintech FinanZero, com dados do estudo IFE (Índice FinanZero de Empréstimo), o primeiro trimestre de 2023 contou com o maior percentual de pedidos de empréstimo para viagens dos últimos três anos. O índice é entendido pelos pesquisadores como um reflexo da retomada do Turismo após a retração da pandemia.
De acordo com a pesquisa, de janeiro a março, cerca de 1,46% do volume de pedidos de empréstimos tiveram o pagamento de viagens como razão de ser. A taxa é próxima à observada durante o mesmo trimestre em anos pré-pandêmicos. Para efeito de comparação, a fatia ocupada por solicitações do tipo representou 1,68% nos primeiros três meses de 2018 e 1,37% em 2019, apresentando quedas sucessivas nos anos seguintes. Ao que indicam os dados, com a reabertura das fronteiras e a inflação do setor turístico, as buscas têm voltado a crescer.
PROCURA CAI COM O FIM DA ALTA TEMPORADA
Traçado a cada edição pelo IFE, o panorama mensal do mercado de crédito costuma revelar muito sobre como certas épocas incidem sobre as necessidades financeiras dos brasileiros.
No relatório mais recente, por exemplo, ficou evidente como a população recorre menos aos empréstimos para viajar durante março quando comparado aos meses finais e iniciais de cada ano. Se em janeiro e fevereiro de 2023 os pedidos de crédito para viagem representaram 1,5% e 1,6% do total de solicitações, seu percentual em março girou em torno de 1,3% — um recuo considerável, portanto, em relação ao mês anterior.
"O movimento acompanha a volta à rotina marcada pelo começo das aulas, bem como o próprio calendário do mês, menos propício para os viajantes por não incluir feriados nacionais", comenta o diretor operacional da FinanZero, Rodrigo Cezaretto. "A queda também pode ser explicada pelo possível ajuste dos preços dos pacotes, que tendem a apresentar valores menos inacessíveis à população com o fim da alta temporada", completa.
DE OLHO NAS VIAGENS FUTURAS
Desbravar novos destinos está mesmo no plano de muitos brasileiros. Isso porque, ao serem questionados sobre os desejos mais comuns para os próximos 90 dias, 41% dos entrevistados admitiram ao IFE que querem viajar, meta que só perde para se organizar melhor financeiramente nos meses seguintes. Os planos, no entanto, podem ser comprometidos por fatores como a falta de recursos financeiros (77,4%) e falta de planejamento (37,9%), elencados em meio à alta demanda e o aumento do preço médio dos voos no Brasil.