Filip Calixto   |   24/03/2023 14:40
Atualizada em 24/03/2023 14:49

FecomecioSP pede revogação da exigência de vistos para turistas

Para o Conselho da Entidade, mais burocracia significa menos atração turística e prejuízo ao empresariado

Divulgação
Segundo a Federação, menos burocracia atrai mais turistas e mais gastos para a cadeia
Segundo a Federação, menos burocracia atrai mais turistas e mais gastos para a cadeia
Em representação às empresas do setor de Turismo, a FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), por meio de seu Conselho de Turismo, se mobiliza na tentativa de revogar o decreto que exige vistos para passaportes estadunidenses, australianos, japoneses e canadenses. Por isso, enviou aos principais agentes públicos do setor no País, assim como para parlamentares do Congresso Nacional, ofícios que apresentam argumentos e dados sobre os prejuízos que a medida pode trazer.

Segundo a Federação, menos burocracia atrai mais turistas e mais gastos para a cadeia. De acordo com dados do WTTC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo), economias do G20 têm potencial de atrair um adicional de 122 milhões de turistas e gerar uma exportação no setor de US$ 206 bilhões em simplificações dos processos de vistos. Países da América do Sul, como Chile, Colômbia, Peru e Argentina, não exigem visto dos cidadãos norte-americanos, por exemplo. Consequentemente, tornam-se mais atrativos aos turistas.

Atualmente, os Estados Unidos são o segundo país com desembarcados no Brasil, principalmente por meio aéreo – e fica atrás somente da Argentina. Em 2022, entraram no País 441 mil estadunidenses, 54,2 mil canadenses, 25 mil australianos e 17,6 mil japoneses, os quais respondem por cerca de 15% do total de turistas que ingressam em terras brasileiras. Frente aos números, a FecomercioSP afirma que é preciso ter um olhar atencioso a estes países.

Segundo levantamento realizado pela Gerência de Inteligência Mercadológica e Competitiva da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo) em conjunto com a Iata (Associação Internacional de Transportes Aéreos), as compras de passagens para o Brasil, no último verão, foram lideradas pelos Estados Unidos – cujo público é o que mais gasta no País.

O Ministério do Turismo aponta que, em 2016, os turistas estadunidenses despenderam, em média, US$ 1.234, mais que o dobro dos argentinos (US$ 549). Dados positivos para um dos setores que mais sofreram durante o período de restrições impostos pela covid-19. De acordo com informações da FecomercioSP, o segmento deixou de faturar, entre 2020 e 2021, cerca de R$ 120 bilhões.

Para o assessor técnico do Conselho de Turismo, Guilherme Dietze, a isenção unilateral beneficia o Turismo ao incluir os passageiros que decidem por impulso e motivados por promoções.

"O visto é uma barreira, especialmente nestes casos. Outros países com interesses comercial e turístico no Brasil devem ser avaliados, para que se alinhe este tipo de ação com outras de comércio exterior e parcerias estratégicas", finaliza.

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