Da Redação   |   09/12/2022 10:21
Atualizada em 09/12/2022 10:24

China tem reabertura lenta após aliviar restrições da covid-19

Em Wuhan, moradores dizem que o retorno ao normal está muito longe

DA AGÊNCIA BRASIL


Unsplash/Macau Photo Agency

A julgar pelas ruas tranquilas nesta sexta-feira (9) na capital da China, Pequim, e pela relutância de algumas empresas em abandonar as restrições de covid-19, os temores permanentes pelo coronavírus devem dificultar um retorno rápido à normalidade na segunda maior economia do mundo.

Embora o governo tenha afrouxado na quarta-feira (7) partes importantes de sua rígida política sanitária de "covid-zero", que manteve a pandemia sob controle nos últimos três anos, muitas pessoas parecem ter medo de ser rápidas demais em se livrar das medidas.

Na cidade central de Wuhan, onde o novo coronavírus surgiu no final de 2019, havia mais sinais de vida com algumas áreas ocupadas por passageiros nesta sexta-feira. Mas os moradores dizem que o retorno ao normal está muito longe.

"Eles afrouxaram as medidas, mas ainda não há ninguém por perto", disse um taxista de sobrenome Wang, que não quis revelar seu nome completo.

"Você vê essas estradas, essas ruas ... elas deveriam estar ocupadas, cheias de gente. Mas não há ninguém. Está tudo morto aqui".

No entanto, a China não tem estado tranquila nas últimas semanas, com protestos contra as restrições da Covid-19 em muitas cidades, que marcaram a maior demonstração de descontentamento público desde que o presidente Xi Jinping chegou ao poder há uma década.

Pouco mais de um mês depois que a Comissão Nacional de Saúde enfatizou o compromisso com sua política rígida de contenção de vírus, dizendo que estava "colocando pessoas e vidas em primeiro lugar", as autoridades mudaram de rumo e agora dizem que as pessoas têm menos a temer.

Mas há sinais de que a nova mensagem tranquilizadora ainda precisa convencer muitos dos 1,4 bilhão de habitantes do país.

Com a diminuição da necessidade de testes e a maioria das pessoas infectadas podendo se isolar em casa, algumas adotaram as novas liberdades. Para outros, os hábitos formados durante meses de lockdowns estão se mostrando difíceis de quebrar.

No metrô de Pequim, muitos assentos estavam vazios na noite de sexta-feira durante o que deveria ser o horário de pico, embora a cidade nesta semana tenha descartado a necessidade de apresentar testes negativos para andar de trem ou entrar em escritórios.

Alguns restaurantes do centro estavam desertos na hora do almoço.

A contagem da China de 5.235 mortes relacionadas à Covid-19 é uma pequena fração de sua população de 1,4 bilhão e extremamente baixa para os padrões globais. Alguns especialistas alertaram que a conta pode subir acima de 1,5 milhão se a reabertura for muito apressada.

Os fabricantes também permanecem cautelosos, mantendo as restrições da Covid-19 até obterem uma imagem mais clara de como os locais de trabalho serão afetados pelo afrouxamento de medidas rigorosas.

Analistas e líderes empresariais esperam que a economia da China se recupere no final do próximo ano, seguindo o caminho difícil trilhado pelo resto do mundo para se abrir e tentar conviver com a doença.

(Reportagem de Ryan Woo, Bernard Orr e redação de Pequim, Brenda Goh, Josh Horwitz e Jason Xue, Zoey Zhang em Xangai, Martin Pollard em Wuhan e Selena Li em Hong Kong)

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