Nathalia Ribeiro   |   13/01/2022 17:49

Apesar do avanço, ômicron tende a frear retomada dos serviços

CNC projeta quedas nos próximos meses provocadas pelo aumento da propagação da nova variante

Divulgação
CNC projeta quedas nos próximos meses provocadas pelo aumento da propagação da nova variante
CNC projeta quedas nos próximos meses provocadas pelo aumento da propagação da nova variante
O aumento no número de casos de contaminação por covid-19, provocado pela variante ômicron, deve frear a recuperação do setor de serviços no País. É o que indica a análise da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) com base nos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de novembro, divulgada hoje (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de a PMS apontar um crescimento de 2,4% no penúltimo mês de 2021, a CNC acredita que o impacto já poderá ser percebido nos números de dezembro de 2021 e ainda mais nos de janeiro deste ano.

Segundo o levantamento da confederação, a queda da circulação de consumidores nas áreas de comércio e serviços foi mais acentuada na primeira semana de 2022 (-7,1%) do que nos sete primeiros dias do ano passado (-6,3%). Além disso, a rápida disseminação da nova variante tem provocado o cancelamento de eventos relevantes da alta temporada do Turismo brasileiro, com destaque para o Carnaval, que, antes do início da pandemia, movimentava cerca de R$ 8,1 bilhões no Brasil.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, os dados servem de alerta para o fato de que ainda não é o momento de relaxar em relação às medidas de contenção do vírus. "Com o avanço da vacinação, começamos a traçar o caminho da recuperação. Mas a pandemia ainda não acabou. Precisamos seguir atentos para evitar retrocessos na prevenção e na economia”, afirmou Tadros.

Turismo avança aos poucos
Assim como as atividades de serviço em geral, o setor de Turismo registrou avanço (+4,2%), apresentando a menor perda mensal de receitas em relação ao potencial do setor (R$ 10,3 bilhões) desde março de 2020. O número, no entanto, ainda se situa 16,2% abaixo do observado no período pré-pandemia. Desde o início da crise sanitária, as atividades características do segmento já acumularam perda de R$ 463,8 bilhões.

Apesar dos percalços, as perspectivas do economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, são positivas. Ele projeta avanço de 22,5% no faturamento do Turismo em 2021 e de 1,7% em 2022. "Acreditamos que o setor terá condições de reaver seu pleno potencial de geração de receitas a partir de setembro de 2022. Em ambos os casos, confirmadas as expectativas, tanto serviço quanto turismo registrariam as maiores taxas anuais de crescimento desde o início da PMS", estima.

Queda do isolamento e aumento do volume de receitas
Em novembro, o grau de isolamento social praticamente equiparou-se ao verificado imediatamente antes do início da crise sanitária, situando-se apenas 2,1% acima do nível registrado em fevereiro de 2020 e levando ao maior avanço mensal do volume de receitas da série histórica da pesquisa. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o setor registrou expansão pela nona vez seguida (+10%).

Quatro dos cinco grupamentos de atividade apresentaram altas mensais, destacando-se os volumes de receitas dos serviços de informação e comunicação (+5,4%) e os prestados às famílias (+2,8%), tendo este último avançado pelo oitavo mês consecutivo. Para 2021, a Confederação projeta avanço de 10,2% no volume de receitas em relação a 2020 e queda de 0,5% em 2022, na comparação com 2021.

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