Fintech vê acesso ao crédito aumentar com a retomada das viagens
A fintech Gyra+ acredita que a concessão de crédito pode ajudar a manutenção das empresas do setor
Em busca de recuperação, empresas do setor do Turismo aprimoram estratégias para voltar a atrair clientes e restituir as perdas financeiras vindas a reboque da crise gerada pela pandemia. Uma das maneiras de fazer a engrenagem financeira dessas empresas voltar a funcionar, segundo apontam relatórios do Sebrae e da FGV, é a concessão de crédito, que pode recuperar o fluxo de caixa, dar fôlego a negócios que necessitam de incentivo e financiar a construção de ações que resultem na chegada de turistas. E, com essa finalidade, a fintech Gyra+ tem buscado parcerias dentro do nicho.
Rodrigo Cabernite, CEO da Gyra+, argumenta que trazer esse fluxo de caixa futuro para hoje é altamente válido, mas acha difícil as empresas conseguirem resolver todo o problema dessa forma. "Agora é o momento que aqueles que eram mais resilientes financeiramente conseguiram chegar até esse ponto mais difícil da crise. Os mais fracos ou já quebraram, ou se reinventaram. Os que chegaram neste ponto têm um último dever a cumprir para chegar naquela tão sonhada luz no fim do túnel. É preciso fazer um exercício administrativo de ficar em forma financeiramente, de cortar os custos, de conseguir deixar todos os seus equipamentos (quartos e instalações) prontos para a próxima temporada e conseguir esse fôlego até o final do ano”, disse.
E é aí que entra a questão do crédito, visto como a melhor alternativa para conseguir segurar a crise até o verão de 2021 para 2022 (período em que muitos especialistas consideram ser a temporada de retorno deste setor). Conforme comenta o executivo, se as empresas conseguirem se financiar agora, contando que essa próxima temporada vai ser bem melhor do que a última, esse tipo de exercício pode funcionar bem.
RITMO ACELERANDO
Para Cabernite, existe uma tática voltada especificamente para instituições do setor que recorrem à concessão de crédito. “As empresas chegam aqui em um cenário não muito positivo, já que elas sofreram bastante. O que nós temos feito nesse segmento é dar empréstimos não muito grandes para ajudar a estancar um pouco e dar um fôlego para os próximos meses. Mas como nós não estávamos tão seguros em relação à reabertura, estava tudo bem devagar. Agora que nós estamos mais confiantes, nós estamos com linhas de crédito extremamente interessantes para o segmento. Eu acredito que a partir de julho, com alguns parceiros desse segmento, nós vamos conseguir chegar em uma grande massa de hotéis e pousadas para financiar essa última ponte até a reabertura do mercado”, garante.
Vale lembrar que o Turismo ainda é o setor mais afetado durante a pandemia por conta da proibição da circulação de pessoas. A décima pesquisa O Impacto da Pandemia de Coronavírus nos Pequenos Negócios, realizada por Sebrae e FGV, entre 25 de fevereiro e 1 de março, mostrou que o setor do Turismo segue isolado como o mais impactado durante todo o período de covid-19 no Brasil até o momento. São 59% a menos do faturamento do segmento em relação a uma semana normal.
Mas essa realidade começa a mudar. Alguns locais no Brasil estão observando um crescimento, mesmo que tímido, da demanda. É o caso de localizações no interior de São Paulo e na região serrana do Rio de Janeiro, por exemplo, com a chegada excursionistas idosos – pelo fato de formar uma população de maioria vacinada – os hotéis estão entendendo que a retomada está próxima.
“Já tem alguns segmentos do Turismo que estão indo bem, nós estamos de olho, mas nós acreditamos que o turismo como um todo consiga crescer, obviamente para essa próxima temporada, mas principalmente para o verão de 2022 para 2023. Ali que vai ser o momento de toda a demanda reprimida se soltar. Quem chegar lá bem, vai ter muito retorno. É legal até de pensar em ampliar a capacidade das instalações porque virá muita demanda pela frente”, finalizou Cabernite.