Juliana Monaco   |   30/09/2020 18:05

MTur trabalha para desenvolver Turismo gastronômico no País

O anúncio foi feito nesta quarta-feira, durante mesa-redonda virtual promovida pela Pasta no Abav Collab


Márcio Filho/MTur
Acarajé é um dos patrimônios imateriais do Brasil e faz parte da identidade turística baiana
Acarajé é um dos patrimônios imateriais do Brasil e faz parte da identidade turística baiana
Nesta quarta-feira (30), durante mesa-redonda virtual promovida pela Pasta no Abav Collab, o Ministério do Turismo anunciou que vem trabalhando na criação de um programa nacional para a valorização e o desenvolvimento do Turismo através da gastronomia. Ainda durante o encontro, especialistas da área conversaram sobre estratégias para impulsionar o segmento e o desenvolvimento sustentável do setor.

Mediado pela diretora de Inteligência Mercadológica e Competitiva do Turismo do Ministério do Turismo, Nicole Facuri, o debate contou com a participação da doutora em desenvolvimento sustentável, mestre em Turismo e professora de gastronomia, Ana Paula Jacques; e do mestre em preservação do patrimônio cultural e diretor do Departamento do Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Hermano Fabrício.

"O Turismo gastronômico tem relação direta com o turismo de base comunitária e pode ser um vetor de fomento e fortalecimento desse Turismo, principalmente pensando em desenvolvimento local e regional. A matéria prima da cultura e da gastronomia podem trazer uma infinidade de produtos de experiência e fomentar o Turismo criativo, um segmento muito promissor no Brasil, um terreno fértil e ainda pouco explorado", ressaltou Ana Paula.

Fabrício lembrou que neste ano é celebrado os 20 anos da política do patrimônio imaterial e que um grande apelo da construção dessa política veio da gastronomia. "Os alimentos evocam, simbolizam e representam. Quando se come um acarajé ou um queijo produzido em Minas Gerais, você está consumindo história e cultura. A busca pelo reconhecimento dessas práticas culturais é uma estratégia que as comunidades têm para o fortalecimento da sua identidade e da sua memória", disse.

Segundo o diretor do Iphan, os princípios do Patrimônio Imaterial são focados em ações de preservação dos processos produtivos e sujeitos que praticam essa cultura, assegurando a continuidade histórica daquela prática sem tirá-la de seu contexto e de sua realidade. Para ele, a política de patrimônio é transversal e integrada, e a aproximação com o Turismo é uma estratégia de desenvolvimento sustentável das comunidades.

Em sua fala, Ana Paula destacou que a gastronomia teve um salto significativo nas últimas décadas devido, principalmente, ao aumento do investimento em qualificação, promoção e valorização da produção agrícola e dos ecossistemas locais. "A gastronomia é uma ferramenta de valorização da nossa cultura, dos nossos biomas, e 20% da biodiversidade do planeta está no Brasil. Para fortalecer esse conceito, o MTur, as secretarias estaduais e municipais de Turismo, o meio acadêmico e o setor privado precisam ter momentos como este, promovido pela Pasta, para discutirmos a gastronomia como indutora para o desenvolvimento sustentável e para a promoção e atratividade do país", ressaltou.

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