Beatrice Teizen   |   10/09/2020 15:20
Atualizada em 10/09/2020 15:26

Desenvolve SP explica como Turismo pode acessar novo crédito

Ministério do Turismo e instituição fecharam acordo para destinar mais R$ 400 milhões às empresas do setor

O Ministério do Turismo e o Desenvolve SP fecharam um acordo anunciado hoje (10) para destinar mais R$ 400 milhões a empresas do setor de Turismo pelas linhas de crédito do Fundo Geral do Turismo (Fungetur). O recurso é um aditivo para ampliar a capacidade de auxiliar a recuperação e retomada das companhias paulistas da indústria turística.

Kiara Mila Goulart/MTur
Nelson de Souza, presidente do Desenvolve SP
Nelson de Souza, presidente do Desenvolve SP
No entanto, o grande gargalo encontrado pelas empresas do setor, como agências de viagens, são as garantias. Muitas delas enfrentam dificuldades e recebem negativas por causa das altas garantias solicitadas. Como será exatamente para este novo aditivo? Será mais fácil para as companhias do Turismo conseguirem o acesso ao crédito? Segundo o presidente do Desenvolve SP, Nelson de Souza, em entrevista exclusiva ao Portal PANROTAS, a resposta é sim.

“Colocamos R$ 475 milhões do próprio caixa do Tesouro Estadual à disposição para capital de giro e tivemos um cuidado especial com os recursos. Criamos um fundo garantidor do próprio Estado, que vem funcionando, garantindo o capital de giro dessas empresas junto a nós. Além de termos a garantia do governo, estamos colocando também o FGI, do BNDES. O custo dele é menor e, com ele nessas novas operações do Fungetur, ficará melhor e mais simples”, conta.

De Souza concorda que o problema para o crédito é a mesma dificuldade encontrada pelas agências e afirma que a Desenvolve SP aceita todas as garantias do mercado. Em um momento de pandemia, as despesas das companhias do Turismo continuam, mas não há faturamento. Se elas recorrerem a uma alienação fiduciária ou fiança pessoal, por exemplo, o tempo terá passado e, até lá, elas estarão quebradas.

“No início da crise de covid-19, estudamos muito a situação das empresas. Vimos que o grande problema era a falta de liquidez, desburocratização e ter fundos garantidores. Além de ter criado duas linhas de crédito, com uma garantia sendo o FDA, fundo garantidor do Estado de São Paulo, quem solicitou capital de giro com a Desenvolve SP não teve nenhum tipo de problema. Este aditivo de R$ 400 milhões veio em um momento muito oportuno”, diz o presidente da instituição financeira do Governo do Estado de São Paulo.

Ele garante que, hoje, o processo para conseguir os recursos dentro da Desenvolve SP está muito simples. Todo feito on-line e sem burocracia, para ter acesso ao crédito basta ir ao site, fazer o cadastro, solicitar o financiamento e acompanhar, por meio de um workflow, a solicitação. As micro, pequenas e médias empresas, com faturamento anual entre R$ 81 mil e R$ 10 milhões, devem ter Certificação Digital E-CNPJ, cadastro ativo no CADASTUR e Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE relacionado a atividades turísticas.

Confira o vídeo abaixo com a explicação de Nelson de Souza sobre como acessar o crédito.



BENEFICIADOS
Entre as empresas do setor de Turismo (e entretenimento) que já tiveram a linha de crédito concedida estão agências de viagens, pousadas, hotéis, companhias de transporte, além de bares e restaurantes. Guias turísticos e empreendedores individuais, por exemplo, não podem solicitar o recurso, pois o empréstimo é realizado apenas para pessoa jurídica.

RECURSOS INTERNACIONAIS
Com a última fase do Plano São Paulo do governo em mente – da sustentação da economia, onde a pandemia está controlada – o Desenvolve SP está buscando recursos de bancos multilaterais de fora do País.

São US$ 3,5 bilhões engatilhados para utilizar como empréstimo ao capital de giro das micro, pequenas e médias empresas. Até o momento, US$ 50 milhões foram contratados e a primeira parte foi recebida, que já auxiliou parte das organizações.

De Souza explica que o recurso vem de fora com um custo menor que os repassadores nacionais e que não é repassada a variação cambial às micro e PMEs, pois estas não teriam condições de pagar. A Desenvolve SP foi a primeira agência de desenvolvimento a conseguir internacionalizar este auxílio.

“A palavra é empatia. Muitas vezes falta um pouco deste sentimento para tomar as decisões. O que nós fizemos foi analisar de maneira acurada e verificar que a proporção da curva da pandemia à dificuldade da economia era inversamente proporcional. Hoje, com os protocolos sendo liberados gradativamente, a atividade econômica começa a aparecer. O auxílio emergencial das empresas é o capital de giro e foi pensando assim que desenvolvemos todo os nossos recursos”, finaliza.

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