WTTC e Expedia debatem tendências no Turismo pós-pandemia
A pandemia acelerou algumas mudanças que já estavam em curso no Turismo, como a adoção de tecnologias.
Nesta terça-feira (16), a Setur-SP realizou a segunda rodada do Broadcast São Paulo Pra Todos para debater as tendências do setor de viagens no pós-pandemia. Com mediação do secretário de Turismo do Estado de São Paulo, Vinicius Lummertz, o encontro virtual contou com a participação do vice-presidente de Relações Governamentais e Corporativas do Expedia Group, Jean-Phillippe Monod de Froideville, e da presidente do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), Gloria Guevara.
Representando 10,3% da economia global, o Turismo é responsável por cerca de 330 milhões de empregos em todo o mundo. Após a pandemia de covid-19, no entanto, esse número deve cair cerca de 37% no cenário moderado, ou seja, uma redução de 121,1 milhões de empregos. No cenário otimista, esse índice será de 30% (98,2 milhões), enquanto no pessimista, de 60% (197,5 milhões).
Segundo Gloria Guevara, o cenário pessimista pode ser evitado caso os países sigam o plano de recuperação do WTTC. As orientações incluem a suspensão das restrições de viagens e reabertura das fronteiras; a adoção de protocolos globais de saúde e segurança para assegurar o bem-estar dos viajantes; a implementação de uma estratégia conjunta para evitar a disseminação do coronavírus; a colaboração do setor privado e do público; e o suporte do governo à indústria do Turismo no que se refere às questões fiscais e trabalhistas.
"Precisamos tomar como lição as experiências passadas, como o 11 de setembro e a crise de 2008. Esses eventos nos ensinaram que precisamos nos unir para enfrentar este novo desafio. Os protocolos precisam estar padronizados e alinhados em todo o mundo. Se um país reabrir para o Turismo e seus vizinhos não, como saberemos se não vai haver uma movimentação entre esses locais?", ressaltou a presidente do WTTC.
TENDÊNCIAS DE REABERTURA DO TURISMO
Os processos de reabertura e de recuperação do Turismo devem ser diferentes em cada país. Mas entre as tendências globais para a retomada estão o aumento da contratação do seguro viagem, a recuperação mais rápida do segmento de lazer e das viagens domésticas, especialmente as de curta distância. Já no mercado internacional, as viagens serão retomadas em fases, com base nas políticas e restrições de cada destino."O que vemos agora é uma reabertura gradual em alguns continentes, como na Europa. Pensando na América Latina, a reabertura está sendo direcionada para o mercado doméstico. Acredito que é possível haver um aumento das viagens no verão do hemisfério sul se os governos removerem as restrições, os hotéis cumprirem os protocolos com opções de reembolso e se conseguirmos recuperar a confiança dos clientes", afirmou Jean-Phillippe Monod de Froideville.
Para Gloria, a natureza do Turismo já estava em transformação mesmo antes do coronavírus, mas algumas mudanças precisaram ser antecipadas. "Nós acreditamos que a pandemia está acelerando algumas pautas, principalmente em relação à tecnologia, como o uso de plataformas digitais e da biometria. Em um cenário em que a segurança é a prioridade, essas tecnologias podem ser uma forte vantagem competitiva", destacou.
Além de viabilizar a oportunidade de investimentos em destinos como São Paulo, o pós-pandemia deve mudar também a dinâmica do planejamento das viagens, já que as pessoas levarão mais tempo para se sentir seguras em viajar novamente. De acordo com os participantes da live, recuperar a confiança dos viajantes e implementar protocolos alinhados devem ser as prioridades de todo o setor para uma recuperação mais rápida.
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