Filip Calixto   |   27/05/2020 13:47
Atualizada em 28/05/2020 11:30

SP amplia quarentena por 15 dias, mas flexibiliza isolamento

O governador João Doria detalhou o plano retomada consciente, para retomar gradualmente a atividade em SP.

Da Redação
O governador paulista João Doria
O governador paulista João Doria
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou hoje (27) a prorrogação da quarentena no Estado por 15 dias, com flexibilizações progressivas, implementadas a partir da observação das características de cada município. A ampliação comunicada pela gestão estadual vale para a primeira quinzena de junho - já que o prazo da quarentena em vigor vale até dia 31 de maio -, e é parte de um plano nomeado "Retomada Consciente", que consiste na volta em fases escalonadas da atividade econômica.

CINCO ETAPAS
"A partir do dia 1º de junho, por 15 dias, manteremos a quarentena, porém, com uma retomada consciente de algumas atividades econômicas no Estado de São Paulo", resumiu o governador durante coletiva de imprensa realizada no Palácio dos Bandeirantes. De acordo com ele, o planejamento será realizado em cinco etapas e as regiões serão classificadas em fases de acordo com os critérios definidos pela secretaria estadual da Saúde e pelo Comitê de Contingência para coronavírus.

"Não é um relaxamento aos cuidados, mas um monitoramento, um ajuste fino voltado às necessidades regionais. A retomada consciente é gradual, segura e será possível nas cidades que tiverem redução consistente no número de casos e de disponibilidade de UTI", acrescenta Doria.

A regiões paulistas e seus indicadores de saúde vão ser avaliadas regularmente. Nessa avaliação o governo estadual observa critérios que poderão levar as cidades a uma fase de maior relaxamento a cada 14 dias ou voltar para uma fase mais restrita a cada 7 dias (ou imediatamente, caso haja evidência da piora da situação).

De acordo com o plano, poderão iniciar a retomada das atividades apenas cidades com taxa de isolamento de pelo menos 55%, com redução no número de novos casos por 14 dias seguidos, ocupação nos leitos de UTI inferior a 60%, manutenção do distanciamento social nos ambientes públicos e adotando a utilização obrigatória de máscaras para os habitantes.

Na tabela abaixo é possível ver os níveis e restrições e como são as fases do plano retomada consciente.


ANÁLISE DE MERCADO
O plano de retomada divulgado pelo governo é endossado por associações como a FecomercioSP. A federação divulgou um comunicado no qual endossa o plano controlado de abertura.

De acordo com a Federação, a reabertura parcial do comércio deve ser realizada respeitando as características regionais, em conjunto com a capacidade de atendimento da saúde, bem como analisando periodicamente as características de evolução da epidemia. "Além disso, faz-se necessário distanciamento controlado e, se for o caso, isolamento intermitente, baseado em todos os indicadores de utilização dos equipamentos de saúde e nos protocolos sanitários", diz o comunicado.

A entidade lembra, ainda, que as medidas do Poder Público de suporte ao empresariado durante a pandemia não têm sido suficientes. Segundo estimativa da FecomercioSP, levando em consideração que as atividades retornem no dia 1º de junho, conforme anunciado pelo governador anteriormente, os prejuízos alcançados nos meses de março, abril e maio devem atingir mais de R$ 44 bilhões, com perda diária de R$ 659,7 milhões ao varejo paulista. Dessa forma, a liberação de R$ 650 milhões em crédito pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio do Banco do Povo e do Desenvolve SP, não cobre nem sequer uma média diária do prejuízo no faturamento do comércio.

Quanto ao fechamento do ano, a Federação prevê queda de 11% no faturamento do varejo na comparação com 2019, com baixa de R$ 83,4 bilhões – dos quais R$ 61,7 bilhões se referem à parte do comércio considerado não essencial, que precisou ficar de portas fechadas durante o período da quarentena.

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