Com alta do dólar, brasileiros gastam 10% menos no Exterior
Gastos de estrangeiros no País também cai, embora câmbio esteja favorável para visitantes de fora
O dólar subiu e, em decorrência disso, os viajantes brasileiros estão gastando menos no Exterior este ano. É o que dizem os novos dados do Banco Central.
Entre janeiro e abril deste ano, US$ 5,8 bilhões foram gastos em outros países, número 10,2% menor que no mesmo período do ano passado, com registro de US$ 6,5 bilhões. Em abril, a queda foi de 2,9% em relação ao mesmo mês de 2018. Em 2019, a cotação do dólar no Brasil tem atingido R$ 4. Há um ano, a moeda era vendida por cerca de R$ 3,30.
E mesmo que para a maioria dos estrangeiros o câmbio esteja favorável para viagens ao Brasil, foi registrada a maior queda de gastos no País desde novembro. Em abril, visitantes internacionais deixaram no Brasil US$ 472 milhões, queda de 5,41% em relação ao mesmo mês em 2018. Considerando o primeiro quadrimestre, as receitas chegaram a US$ 2,283 bilhões, valor 6,17% menor do que nos quatro meses de 2018.
BALANÇA DESFAVORÁVEL
Com esses resultados, a conta de viagens formada pelos gastos dos brasileiros e as receitas dos estrangeiros ficou negativa em US$ 1,021 bilhão em abril e em US$ 3,525 bilhões, nos quatro meses do ano.O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, confirma que o dólar mais caro está levando à redução dos gastos de brasileiros no Exterior.
As viagens internacionais fazem parte da conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de investimentos, entre outros) das transações correntes (compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do País com outras nações).
Em abril, as transações correntes tiveram déficit de US$ 62 milhões, resultado próximo do registrado em igual mês de 2018: déficit de US$ 61 milhões. De janeiro a abril, o déficit chegou a US$ 8,225 bilhões, contra US$ 9,062 bilhões em igual período do ano passado.
“Embora as transações tenham sido estáveis, houve pequena melhora na balança comercial e redução no déficit na conta de renda primária. Esses dois fatores foram contraposto pelo aumento no déficit na conta de serviços”, disse Rocha.
A balança comercial registrou superávit de US$ 5,539 bilhões, em abril e acumulou US$ 14,899 bilhões, nos quatro meses do ano.
A conta renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) ficou negativa em US$ 2,854 bilhões no mês passado e em US$ 14,324 bilhões, em quatro meses.
A conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$ 272 milhões, em abril, e de US$ 906 milhões, em quatro meses.
A conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de investimentos, entre outros) registrou saldo negativo de US$ 3,019 bilhões, em abril, e de US$ 9,707 bilhões, no primeiro quadrimestre.
*Com informações da Agência Brasil