Turismo LGBTQ+ ainda é subestimado; Ricardo Gomes aponta tarefas do setor
Presidente da Câmara LGBT falou sobre potencial do segmento e como apoiá-lo adequadamente
“O Turismo tem obrigação de pressionar as governanças por leis que protejam os viajantes LGBTQ+”. No país que mais mata pessoas transexuais no mundo e que ainda vê com maus olhos o casamento homoafetivo, o Turismo é, para o presidente da Câmara LGBT, Ricardo Gomes, um caminho primordial para alcançar a igualdade de direitos, o respeito às diferenças e a estabilidade econômica.
Gomes chega à 8ª edição da Conferência Internacional da Diversidade com a expectativa de continuar conscientizando a indústria de Viagens e reforçar o enorme potencial que o Turismo LGBTQ+ pode trazer para destinos, agências de viagens, operadoras, companhias aéreas e entidades.
Os diferenciais do evento deste ano incluem a presença de delegações do Turismo do Uruguai e do Canadá, que estão apostando no mercado LGBTQ+ do Brasil. “O Uruguai já entendeu o potencial desse segmento e se abriu para esse público, com destinos que vão além da capital Montevideo”, explicou Gomes. No quesito Brasil, destinos como Mato Grosso, São Paulo e Rio de Janeiro seguem consolidados, mas São Luís, no Maranhão, vem ganhando destaque entre a comunidade.
Mas o que torna um destino realmente LGBTQ+ friendly?
- Segurança
- Campanhas promocionais
- Comprometimento via leis e capacitações
“A principal questão é que os destinos e as empresas devem estar comprometidos com a causa durante o ano todo, não basta apenas no Mês do Orgulho. A comunidade já entendeu quem realmente está do lado dela. É preciso ter um olhar 360, compreender que o Turismo LGBTQ+ é fonte de renda, é inclusivo e benéfico para todos os lados”, afirmou o presidente da Câmara LGBT.
Hoje, o único aeroporto do Brasil que atua diretamente com a Câmara LGBT é o RioGaleão, que abriu seus espaços para treinamentos de inclusão e diversidade. A entidade vem trabalhando com a Gol, por meio da conscientização dos colaboradores, e está preparando eventos para o segundo semestre, incluindo encontros com agências e hoteleiros regionais.
“Se uma cidade não é boa para o seu morador, ela não será boa para o turista. Nosso papel é incrementar a cadeia produtiva, melhorar a vida das pessoas LGBTQ+, avançar em novos espaços e erradicar o preconceito”, completou Gomes.