Karina Cedeño   |   07/03/2025 18:30

Energisa lança Rota Caminhos da Zona da Mata para fomentar Turismo de Minas Gerais

Iniciativa conecta cidades da região e tem como objetivo valorizar a identidade cultural local

Divulgação Grupo Energisa/Pedro Vilela
Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Usina Maurício, em Itamarati de Minas,  combina turismo ecológico e de aventura
Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Usina Maurício, em Itamarati de Minas, combina turismo ecológico e de aventura

Em 2025, a Energisa celebra 120 anos de história, e as comemorações marcam um novo momento para o Turismo regional. Com o apoio do Governo Federal e da Secretaria de Turismo do Estado de Minas Gerais, foi assinado, em fevereiro, o termo de intenção para a criação da "Rota Caminhos da Zona da Mata”, iniciativa que conecta cidades da região e tem como objetivo valorizar a identidade cultural local.

Entre os novos atrativos estão o Museu Parque Usina Maurício e a Casa da Memória de Leopoldina, ambos patrocinados pelo Grupo Energisa e em processo de readequação. Desde sua fundação, em 1905, o Grupo Energisa tem se dedicado ao desenvolvimento socioeconômico de Minas Gerais, investindo em infraestrutura, geração de empregos e em projetos culturais e sociais que beneficiam as comunidades.

Rota Caminhos da Zona da Mata

A "Rota Caminhos da Zona da Mata Mineira", com aproximadamente 50 quilômetros de extensão, conecta Cataguases, Leopoldina, Piacatuba e Itamarati de Minas. O percurso pode ser feito em cerca de duas horas de carro, mas para aproveitar plenamente cada cidade, é recomendado dedicar de um a dois dias para imersão nas belezas e cultura locais. Além do patrimônio histórico e cultural, a região também oferece opções para o Turismo ecológico e de aventura.

Em Itamarati de Minas, a uma hora de Leopoldina, encontra-se a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Usina Maurício, que preserva 303,75 hectares de Mata Atlântica e abriga espécies raras da fauna brasileira, como a onça-parda e o papagaio-do-peito-roxo. A reserva é um refúgio para quem busca contato com a natureza, com trilhas ecológicas e observação de aves. Criada em 1999, a RPPN foi estabelecida para proteger uma área que sofria com a degradação provocada por turismo inadequado e desmatamento. Em 2023, o Grupo Energisa elaborou um novo plano de manejo para garantir a conservação desse valioso fragmento da Mata Atlântica.

Cataguases: História e Cultura

Cataguases, com sua história que remonta ao período colonial, é um ponto indicado para os apreciadores de cultura e arquitetura. No início do século XX, a cidade passou por uma transformação, deixando a economia cafeeira para abraçar a industrialização. A instalação da Fábrica de Fiação e Tecelagem e a criação da Companhia Força e Luz Cataguazes-Leopoldina (hoje Energisa) foram marcos nesse processo.

Cataguases também se destaca como berço do cineasta Humberto Mauro, considerado o pai do cinema nacional. Foi lá que ele iniciou sua trajetória cinematográfica, e a cidade permanece como um centro para a indústria do cinema. Nos anos 2000, foi criado o Polo Audiovisual de Cataguases, reconhecendo o impacto da cidade na história do cinema brasileiro. O Memorial Humberto Mauro, que preserva a memória desse cineasta, é um ponto de visitação para quem deseja conhecer mais sobre a história do cinema nacional.

Arquitetura Modernista

Além de sua importância no cinema, Cataguases é também se destaca por sua arquitetura modernista, abrigando obras de Oscar Niemeyer, como a Residência Francisco Inácio Peixoto (1940) e o Colégio Cataguases (1949), com paisagismo de Roberto Burle Marx. A cidade também possui obras de Djanira, Portinari e Jan Zach, atraindo turistas e estudiosos da arte e arquitetura.

Divulgação Grupo Energisa/Pedro Vilela)
Mural da Djanira está na parte frontal externa da Igreja Matriz Santa Rita de Cássia, na Rua Major Vieira, no Centro de Cataguases
Mural da Djanira está na parte frontal externa da Igreja Matriz Santa Rita de Cássia, na Rua Major Vieira, no Centro de Cataguases

Entre 1927 e 1929, Cataguases foi palco do movimento modernista dos "Verdes", um grupo de jovens que lançou a Revista Verde, considerada um marco do modernismo no Brasil. Esse legado cultural segue vivo e inspira visitantes interessados em entender o impacto da cidade no cenário artístico e intelectual brasileiro.

Valorização da Cultura e Potencial Turístico

Criado em 2002 pela Fundação Ormeo Junqueira Botelho e atualmente vinculado ao Instituto Energisa, o Centro Cultural Humberto Mauro (CCHM) abriga o Memorial Humberto Mauro e oferece uma programação cultural com ênfase no audiovisual. O centro se consolidou como um polo de produção e formação audiovisual, mantendo viva a tradição cinematográfica da cidade. Com uma agenda de cursos, exibições e festivais, atrai profissionais da área e visitantes interessados nos bastidores do cinema brasileiro. A visitação é gratuita.

Desde 2010, grandes produções têm sido realizadas no Polo Audiovisual de Cataguases, com destaque para “Meu Pé de Laranja Lima”, que atraiu grandes produtoras para a cidade. "Predestinado – Arigó e o espírito do Doutor Fritz", patrocinado pela Energisa, também é um exemplo do impacto da cidade na indústria do cinema, chegando ao topo da bilheteira na Netflix. Desde 2019, 30 produções de cinema e TV foram realizadas na cidade, incluindo séries e longas-metragens.

Em 2023, Cataguases também passou a abrigar o Animaparque, o maior estúdio-escola de animação da América do Sul. Localizado no Polo Audiovisual da Zona da Mata, o Animaparque é um centro de cultura e criatividade, com mais de 10 mil metros quadrados dedicados à animação, teatro, dança, artes visuais e audiovisual. Em parceria com a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), o espaço oferece formação profissional e abre suas portas para a cidade, promovendo eventos culturais.

Leopoldina: A Princesa Mineira

Leopoldina, cidade vizinha de Cataguases, é uma atração à parte. Fundada em homenagem à princesa Leopoldina, filha de D. Pedro II, a cidade possui pontos turísticos como a Catedral de São Sebastião, de estilo românico, e o Museu Espaço dos Anjos, dedicado ao escritor Augusto dos Anjos, natural da região.

“Acreditamos que a cultura é um motor de desenvolvimento social e econômico. Ao investir em projetos como o Museu Parque Usina Maurício e a Casa da Memória Leopoldina, queremos fortalecer a economia criativa local, gerar novas oportunidades de trabalho e contribuir para a construção de um futuro mais próspero e sustentável para as comunidades onde atuamos”, afirma Delânia Cavalcante, coordenadora de Investimento Social do Grupo Energisa.

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