Da Redação   |   26/02/2025 18:28
Atualizada em 26/02/2025 18:34

FecomercioRJ repudia crítica sobre "decadência econômica" do Rio de Janeiro; entenda

Zenia Latif, colunista do jornal O Globo, usou também o termo desastre para falar sobre o Estado


Alexandre Macieira/Riotur
FecomercioRJ repudia coluna que questiona se
FecomercioRJ repudia coluna que questiona se "Rio de Janeiro continua lindo"

A FecomercioRJ divulgou uma nota referente ao artigo “O Rio de Janeiro continua lindo?”, publicado pela colunista Zenia Latif no jornal O Globo, nesta quarta-feira (26), refutando os adjetivos negativos utilizados pela autora para falar sobre o destino.

Em seu texto, Zenia usa termos como “desastre” e “decadência” para qualificar o Rio de Janeiro, dizendo que o Estado exibe um crescimento mais modesto em comparação à média nacional e que a renda por lá é mal distribuída. Segundo ela, o resultado decore da dificuldade do Rio em desenvolver atividades econômicas para além da indústria extrativa.

"Chega a dar tristeza a decadência econômica do estado, ainda mais sendo referência no patrimônio histórico e na riqueza artística e cultural. Sem contar o capital humano nas universidades, que muito podem contribuir para a busca de soluções", afirma.

Veja a seguir a nota de repúdio da FecomercioRJ, que traz dados referentes ao desenvolvimento econômico do Rio de Janeiro.

"A propósito do artigo 'O Rio de Janeiro continua lindo?', publicado pela colunista Zenia Latif no jornal O Globo no dia 26/02, no qual usou termos como 'desastre' e 'decadência' para qualificar o Rio de Janeiro, a Fecomércio RJ tem a esclarecer o que se segue:

O Estado do Rio de Janeiro foi o segundo de todo o país, em termos absolutos, na geração de empregos formais no ano passado. Deste saldo de empregos, conforme dados do Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego, quase 80% vieram do setor de comércio e serviços.

O setor de servic¸os, que historicamente responde por cerca de 70% do PIB fluminense, acumulou alta de 4,0% em 2024, segundo o IBGE, enquanto, no nível nacional, a alta foi mais modesta (3,1%). Apenas no setor turístico, o Rio foi o estado da região Sudeste com maior crescimento em 2024, com alta de 6,3¨% - quase o dobro do país como um todo (3,5%).

A propósito, conforme dados do Ministério do Turismo, o Rio registrou uma alta de 26% na entrada de turistas estrangeiros, na comparação entre 2024 e 2023 - tendência que se fortalece neste ano, com alta de 46% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2024. Vale lembrar também da recente aprovação do programa Tax Free, que impulsionará, com redução tributária, o consumo por turistas.

A colunista, infelizmente, foca sua análise em dados isolados, enquanto uma análise dos dados como um todo mostra um cenário diferente. O texto usa números que, em parte das vezes, referem-se a dados inclusive de 2010, bem anterior ao auge da crise política e econômica pela qual o estado passou, e que resultou na adesão a um programa de recuperação fiscal.

Shows internacionais de grande porte, grandes eventos voltando à programação normal e reposicionando o Rio como destino preferencial de eventos centrais, por exemplo, para a indústria do turismo (como a Abav). Houve também, como elemento que em nada reforça a suposta “decadência” do Rio, o recente encontro dos chefes de Estado do G-20.

Falar, portanto, como faz a economista, que o Rio é uma indústria extrativista é ignorar diversos aspectos econômicos, como, por exemplo, a estrutura turística incomparável com o resto do país e exemplo mundial.

Vale destacar, também, o forte impulso empreendedor verificado no estado. Em janeiro deste ano, a Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro registrou 7.164 novos negócios. Trata-se da maior marca de todos os meses de janeiro em mais de 200 anos de existência do órgão, como apontou o jornal O Globo. É uma alta de 29,5% em relação a janeiro de 2024.

A colunista vê o Rio decadente. Nós preferimos a perspectiva mais condizente com a realidade: crescimento consistente e se firmando na estabilidade. Não se trata, portanto, de defender uma visão ingenuamente otimista, mas sim focarmos naquilo que temos de dados da realidade e nossas principais vantagens econômicas.

Nunca na sua história o Rio deixou de ter de lidar com desafios, econômicos e sociais. E agora não é diferente. A recuperação evidenciada por uma análise mais calma dos números não elimina problemas que ainda precisam ser melhor enfrentados. Educação e segurança pública estão nessa lista.

Porém, a produção econômica e, em especial, o setor de comércio e serviços estão em uma curva ascendente animadora. Qualificar o Rio, com tanto a mostrar, como decadente é ajudar a manter em nosso estado uma visão fatalista que em nada contribui para darmos os necessários passos à frente, com estabilidade e com consistência."

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