Festival Love Noronha: orgulho em participar e viver; leia artigo
Alberto G. Martins, da B4Tcomm, relata suas experiências no festival e dá dicas para quem quer participar
Por Alberto G. Martins
No próximo mês de agosto, de 22 a 25, terei o privilégio em participar pela terceira vez consecutiva do Love Noronha, um festival que reúne Turismo, cultura, sustentabilidade ambiental, gastronomia e festas durante quatro dias em um dos mais desejados paraísos do Brasil.
Minha primeira vez no Love, como é carinhosamente chamado, aconteceu em agosto de 2022, ainda naquela rebordosa pós-pandemia. A vontade de viajar e sair de casa, depois de tantos dias de isolamento, me fizeram adquirir o pacote do festival no final do ano anterior. Não tinha muita ideia do que encontraria, mas algo me dizia que eu precisava ir. Não conhecia ninguém que já tivesse participado em edições anteriores – e olha que o Love Noronha acontece desde 2012! - , mas Fernando de Noronha já era um destino que estava no topo da minha wish list há tempos. Bastou eu ser impactado por um anúncio do Instagram – obrigado, algoritmo! – e pronto: pulseira adquirida com sucesso pelo Sympla.
Ao avistar Noronha da janela do avião, próximo a aterrissagem, tive a certeza de que estava chegando no paraíso certo, na hora certa. Agosto é um dos melhores meses do ano para se visitar a ilha: quase não chove (precipitações abaixo de 50mm), o mar fica parecendo uma piscina, sem ondas, a temperatura fica na casa dos 25ºC o dia todo e as belezas naturais saltam aos olhos, contrastando com o azul do céu e os 50 mil tons de verde do mar e da vegetação. Já no aeroporto fui recebido pela organização do evento, que monta uma tenda para receber os turistas que estão chegando pro festival, onde retirei meu kit de boas-vindas e a pulseira que me daria acesso às festas da programação. Na primeira vez, não comprei convite para a Festa Flutuante e me arrependi.
Os dias que se seguiram furam de pura magia! Além de todas as atividades que me programei a fazer – passeios, mergulho com snorkel, trilhas pelas áreas de preservação (agendamento antecipado obrigatório no posto do ICMBio) e muito banho de mar – encontrei pessoas numa vibração única, engajadas com a sustentabilidade do evento e da ilha, festas animadas com música boa embaladas por DJs renomados, show com Romero Ferro (cantor pernambucano duas vezes indicado ao Prêmio da Música Brasileira) e uma diversidade incomparável. O público LGBT+ é super bem recebido pela comunidade local, que se prepara para receber o Festival e enfeita seus estabelecimentos com nossa bandeira. Até os táxis de Noronha se cobrem com as cores do arco-íris, num sinal de que ali todos são realmente bem-vindes.
Cada festa do Love Noronha guarda uma surpresa, um line-up diferente com repertório diverso, assim como seus frequentadores. Além dos turistas que vão especialmente para o festival, é fácil encontrar europeus que estão ali passando férias e descobrem que o festival está acontecendo, empresários e comerciantes locais que aproveitam o ineditismo do Love para saírem da rotina e, principalmente, gente do bem que só tem um objetivo: celebrar a energia de Noronha, a Ilha do Amor. Essa mistura de gêneros, etnias, idiomas e orientações sexuais imprimem uma atmosfera única ao evento.
Mas nem só de festas vive o Love Noronha! O festival também é palco de gastronomia saborosa – ao apresentar a pulseira do evento em bares, lanchonetes e restaurantes apoiadores, os participantes têm desconto e cortesias selecionadas. E se você pensa que o custo da ilha é proibitivo, engana-se. A variedade gastronômica de Noronha favorece todos os bolsos e gostos. Eu mesmo provei refeições bem servidas e com preços muito convidativos, seja nos restaurantes por quilo ou naquele marmitex entregue na porta da sua pousada.
A programação do evento também é pensada para se curtir o dia. As programações de passeios e rodas de palestras também proporcionam conhecimento, aventura e diversão na medida certa. E aproximam os participantes a todo momento, facilitando o contato entre si e promovendo uma integração completa.
Ano passado, voltei para o Love Noronha sem me sentir um “calouro”. Comprei a Festa Flutuante opcional e vi, do mar, que a vida acontece para quem está aberto a possibilidades. A bordo de uma embarcação para cerca de 200 pessoas, com open bar, open food e DJs de primeira linha fazendo o som, o festival ganhou nova potência e arrebatou de vez meu coração. As cerca de quatro horas de festa, que só termina quando o sol se põe na linha do horizonte, me deram a certeza de que todo o investimento valeu.
Esse ano – e ainda bem que faltam menos de dois meses para a próxima edição! – o Love Noronha será ainda mais especial pra mim. Dessa vez, levarei comigo o meu noivo e mais nove amigos. Isso mesmo! Gostei tanto da experiência que voltarei a Fernando de Noronha levando um grupo de amigos e seguidores para viver tudo o que só um festival LGBT+ em plena Ilha do Amor pode proporcionar. Como diz o ditado, “só se vive uma vez”. E espero que você, que me acompanhou até aqui, tenha o privilégio e o orgulho de mergulhar nessa experiência de cabeça. Te vejo lá?