Da Redação   |   19/01/2023 12:43

Memorial do Holocausto abre as portas ao público no Rio

Na exposição permanente, os visitantes podem ter acesso a relatos de vida dos sobreviventes

DA AGÊNCIA BRASIL

O Memorial do Holocausto, um novo espaço museológico na cidade do Rio de Janeiro, está abrindo hoje (19) suas portas para o público. Na exposição permanente, os visitantes podem ampliar conhecimentos sobre os acontecimentos que marcaram a história e ter acesso a relatos de vida dos sobreviventes.

Divulgação/Memorial da Imigração Judaica
Na exposição permanente, os visitantes podem ter acesso a relatos de vida dos sobreviventes
Na exposição permanente, os visitantes podem ter acesso a relatos de vida dos sobreviventes
A construção do Memorial do Holocausto no Rio começou a ser idealizada há mais de 30 anos pelo ex-vereador e ex-deputado estadual Gerson Bergher, já falecido. Um concurso organizado no final de década de 1990 pelo departamento fluminense do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ) teve como vencedor o projeto do arquiteto e urbanista Andre Orioli. Mas a proposta só saiu do papel mais recentemente.

Em construção desde o início de 2019, o memorial foi erguido no Mirante do Pasmado, em Botafogo. O local foi definido junto à prefeitura do Rio que deu apoio ao projeto e cedeu o uso do terreno em 2018. A obra é de responsabilidade da Associação Cultural Memorial do Holocausto e contou com o patrocínio de empresas privadas. O Consulado da Alemanha também é parceiro da iniciativa. Em 2020, houve a inauguração da área externa que abriga um monumento de quase 20 metros de altura, dividido em dez partes, representando os Dez Mandamentos. Em sua base, foi escrita a frase: "Não matarás".

Com a abertura das instalações da área expositiva, as visitas já podem ocorrer semanalmente de quinta-feira a domingo, a partir de 10h. A última entrada deve ocorrer às 17h. O acesso é gratuito, mas há um controle de fluxo e é necessário retirar ingresso antes por meio da plataforma Sympla.

Também é possível agendar visitas guiadas em grupo, através do programa educativo do memorial. Haverá ainda estímulo para excursões de estudantes das redes pública e privada. "Nosso objetivo aqui no memorial é educar e transmitir valores. E fazer isso mantendo viva a memória, mostrando para as novas gerações que isso existiu. Porque amanhã, num futuro próximo, as pessoas podem começar a achar que foi um filme de ficção. Manter preservada a memória é a única maneira de não se repetir um holocausto nazista com o passar dos anos", diz Alberto Klein, presidente da Associação Cultural Memorial do Holocausto.

Ele disse que espaços como esse ajudam a sociedade a se preparar para coibir certos tipos de manifestação. "Discurso de ódio não é liberdade de expressão. Defender o extermínio de um grupo não é liberdade de expressão. É racismo e aqui na lei brasileira é crime".

O holocausto foi o assassinato em massa de milhões de judeus e de integrantes de outros grupos populacionais minoritários durante a Segunda Guerra Mundial. É considerado o maior genocídio do Século XX. Conduzido através de um programa sistemático de extermínio colocado em prática pelo Estado nazista liderado por Adolf Hitler, ocorreu na Alemanha e nos demais países ocupados pelos alemães durante a guerra. Monumentos em todo o mundo buscam preservar sua memória para que não seja esquecido nem repetido.

De acordo com Alfredo Tolmasquim, que coordenou o grupo curatorial formado por quatro pessoas, há diversas formas de provocar reflexões sobre o holocausto. Ele lembra que há memoriais em diferentes países ressaltam, por exemplo, a resistência armada ou o massacre nos campos de concentração. No Rio, o foco central recai sobre a história de vida dos sobreviventes. "Ao invés de falarmos de uma história de milhões, queremos contar milhões de histórias", afirma.

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados