Fim do visto pode quadruplicar número de norte-americanos
Isenção de visto pode fazer número de estadunidenses no Brasil se aproximar de dois milhões, com adição de R$ 6,4 bilhões em receita turística; veja a análise
A dispensa do visto de entrada no Brasil para turistas de quatro países (Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão) pode significar um ótimo incremento de visitantes e receitas turísticas no País. De acordo com análise do Conselho de Turismo da Fecomercio-SP, só o número de visitantes estadunidenses em território nacional deve ser multiplicado por quatro, gerando uma injeção de gastos extras de R$ 6,4 bilhões, anualmente.
Segundo o Ministério do Turismo, 478 mil turistas dos Estados Unidos vieram para o Brasil em 2017 - ou seja, caso a previsão se confirme, o número de visitantes da nação norte-americana pode chegar perto de dois milhões no País.
Para chegar a essa conclusão, uma comparação foi feita com o Peru. O país latino, tão longe dos EUA quanto o nosso, não exige visto dos estadunidenses, e recebeu 600 mil visitantes do país, 122 mil a mais do que o Brasil recebeu.
"Diante da dimensão do Brasil com múltiplos destinos com as mais variadas características de Turismo, seria natural afirmar que, em termos proporcionais de tamanho e população, é possível imaginar um número até quatro vezes maior que o atual em volume de turistas americanos, o que poderia gerar uma injeção de gastos extras de R$ 6,4 bilhões por ano", analisa a Fecomercio-SP.
POLÍTICAS PÚBLICAS
Ainda para a entidade, essa expectativa só se confirmará caso a isenção do visto seja acompanhada de novas políticas públicas voltadas ao Turismo. Entre elas, estratégias de combate à violência, melhoria das infraestruturas, como de rodovias e aeroportos "acelerando as privatizações e concessões", e ainda políticas que contribuam para a formação de mão de obra qualificada, com aprendizado da língua estrangeira."O Brasil, ao firmar esse acordo, segue na direção correta de contribuir para o Turismo nacional", analisa a entidade. Para a presidente do Conselho de Turismo, Mariana Aldrigui, “a isenção unilateral beneficia o Turismo ao incluir passageiros que decidem por impulso e motivados por promoções. O visto é uma barreira especialmente nesses casos. Outros países com interesses comercial e turístico no Brasil devem ser avaliados, para que se alinhe esse tipo de ação com outras de comércio exterior e parcerias estratégicas para o País".