PE cogita interdição de praias após ataques de tubarões; governo nega
Ataques de tubarão podem levar praias do Pernambuco a serem interditadas em alguns trechos
Foram dois ataques em menos de dois meses. Um homem de 34 anos, em 15 de abril, sofreu o primeiro deles, e perdeu a perna e a mão direita. O mais recente foi neste domingo (3): o jovem José Ernesto Ferreira da Silva, de 18 anos, levou uma mordida na perna e não resistiu aos ferimentos, o que fez dele a 25º vítima fatal de tubarões na costa do Estado, segundo matéria divulgada pelo Uol.
De acordo com a reportagem, os recentes casos teriam feito o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), entidade governamental que notifica casos de ataques desde 1992, debater a possibilidade de uma interdição temporária nas praias com maior risco de acidentes do tipo.
Um protocolo entregue em maio ao Cemit e elaborado por pesquisadores, que propõe o fechamento de alguns trechos da costa, teria sido discutido nesta terça (5) em reunião no órgão, onde foi decidido que bombeiros serão incumbidos de estudar a viabilidade da proposta.
Para o especialista Jonas Rodrigues, membro do Cemit e pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e não se trata de um fechamento da praia, mas de uma "interdição temporária", e apenas em momentos em que houver maiores sinais de probabilidade de incidentes com tubarões. Os fatores de risco citados seriam épocas de chuva e vento forte, água turva, maré alta e a inexistência de arrecifes - ou seja, praias de mar aberto.
As interdições seriam encerradas apenas quando autoridades decidissem que o local já está seguro para banho novamente - o que pode levar até dias, de acordo com Rodrigues.
Ainda de acordo com a reportagem, o Ministério Público de Pernambuco (MP-PE) e o promotor da Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Histórico-Cultural, Ricardo Coelho, também estariam preparando uma ação que prevê recomendações de segurança em praia sob risco de ataques.
Entre elas estaria proibir banho em alguns locais, permitindo que guarda-vidas exerçam poder de polícia (incluindo prender pessoas) para evitar a entrada de banhistas no mar em locais considerados de risco.
CEMIT NEGA
A PANROTAS entrou em contato com o presidente do Cemit, coronel Leodilson Bastos. Ele negou que órgão esteja estudando essa possibilidade. "Se alguém estiver debatendo isso são os bombeiros, mas aqui não estamos debatendo o fechamento de praia alguma", revelou Bastos.
*Fonte: Uol