Pedro Menezes   |   11/11/2024 17:57
Atualizada em 12/11/2024 10:36

Como a MSC equilibra Custo Brasil e aumento de oferta a cada temporada?

O diretor geral da MSC no Brasil afirmou que, se não fossem os custos, País já teria cruzeiros o ano todo

PANROTAS / Pedro Menezes
Adrian Ursilli, diretor geral da MSC no Brasil<br/>
Adrian Ursilli, diretor geral da MSC no Brasil

A MSC Cruzeiros é companhia marítima que mais investe no Brasil, seja em número de navios ofertados ou de portos em operação. Na temporada 2024/2025, não satisfeita com os 5 navios, anunciou de sopetão a chegada do MSC Splendida, em julho, incrementando ainda mais a sua oferta no País.

Por outro lado, no mês seguinte, durante o Fórum Clia Brasil 2024, em Brasília (DF), o diretor geral da MSC, Adrian Ursilli, citou a insegurança jurídica, o alto custo de operação no Brasil e as burocracias já conhecidas como grandes empecilhos para o desenvolvimento do setor no Brasil.

De qualquer maneira, como anunciou o diretor de Vendas da MSC Cruzeiros no Brasil, Ignacio Palacios, essa será a maior temporada de todos os tempos, já reverberando o que foi dito por Adrian Ursilli em entrevista durante a Abav Expo 2024.

Ao todo, durante a temporada no Brasil, os hóspedes poderão escolher entre as mais de 120 opções de viagens para o Nordeste, Sudeste e Sul do país, além de itinerários para a Argentina e Uruguai partindo de seis portos brasileiros: Santos, Rio de Janeiro, Salvador, Maceió, Itajaí e Paranaguá.

Então, em meio ainda a tantos empecilhos infraestruturais e com o alto Custo Brasil, como e por que a MSC continua investindo cada vez mais no Brasil, seja com mais navios ou com embarcações recém-lançadas? Essa é a pergunta que fizemos ao diretor geral da MSC no Brasil, Adrian Ursilli.

Divulgação
Não satisfeita com a oferta para temporada 2024/2025, MSC anunciou o MSC Splendida em julho deste ano
Não satisfeita com a oferta para temporada 2024/2025, MSC anunciou o MSC Splendida em julho deste ano

"A crítica construtiva sobre a questão infraestrutural e o Custo Brasil faz parte do nosso trabalho junto aos entes públicos e privados para continuarmos crescendo. Desde o início da nossa jornada de investimentos, nunca paramos de crescer. Quando começamos a operar navios de cruzeiros no Brasil, somávamos 15 mil brasileiros. Agora, a gente já transporta 500 mil hóspedes por temporada na América do Sul"

Adrian Ursilli, diretor geral da MSC no Brasil

Segundo ele, o compromisso do grupo com o Brasil envolve não só a área de cruzeiros, mas também o negócio de cargas e o de logística, com crescimento contínuo nos últimos 15 anos.

"O custo de um navio nos Estados Unidos é X. Na América do Sul é X+Y e no Brasil é X+Y+W. É claro que isso provoca uma resistência mas, ao mesmo tempo, como uma empresa que busca entender seus clientes e obter o melhor resultado, acompanhamos de perto as curvas de demanda. São duas análises: a curva de custos e a curva de receita e demanda. Não podemos abandonar nenhuma das duas, porque a demanda no Brasil é grande. O que temos que fazer é trabalhar com o governo para melhorar esse custo e tornar a operação sustentável no Brasil"

Adrian Ursilli, diretor geral da MSC no Brasil

A temporada o ano todo vai acontecer? Quando?

Divulgação/Setur-AL
Segundo Adrian, O que vai determinar quando teremos cruzeiros o ano todo no Brasil é justamente essa relação CUSTO x DEMANDA
Segundo Adrian, O que vai determinar quando teremos cruzeiros o ano todo no Brasil é justamente essa relação CUSTO x DEMANDA

Adrian Ursilli está certo de que, se não fosse o Custo Brasil e a falta de infraestrutura, o País teria cruzeiros o ano todo. Segundo ele, isso ainda vai acontecer, só resta saber quando.

"O que vai determinar o quando (cruzeiros o ano todo) é justamente essa relação CUSTO x DEMANDA. E para isso, é preciso ter uma melhora no ambiente de custos, em segurança jurídica e ter uma grande demanda. Mesmo com as mazelas, a gente conseguiria acelerar a oferta no Brasil, compreendendo os períodos do ano e equilibrando a oferta. Hoje, por exemplo, já operamos de outubro a abril, são seis meses. Se os altos custos representam um entrave na alta temporada, imagina no período de baixa? É essa equação que tem que ser resolvida"

Adrian Ursilli, diretor geral da MSC no Brasil

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