Por que os agentes são tão importantes para os cruzeiros?
MSC, Costa, NCL e Royal Caribbean falam no evento da Abav-SP / Aviesp
Responsáveis por 85% dos embarques de cruzeiristas em todo o mundo, MSC Cruzeiros, Costa Cruzeiros, Royal Caribbean e Norwegian Cruise Line participaram do segundo dia de Abav MeetingSP.
Em painel mediado por pelo presidente da Clia Brasil, Marco Ferraz, o diretor geral da MSC Cruzeiros no Brasil, Adrian Ursilli, o presidente executivo da Costa Cruzeiros para América do Sul e Central, Dario Rustico, o diretor da Royal Caribbean no Brasil, Mario Franco, e o diretor Comercial Norwegian Cruise Line Holdings Brasil, Andre Mercanti, falaram sobre a relação das empresas com o mercado brasileiro e deram um panorama sobre as marcas.
O centro do debate foi a relação das armadoras com o agente de viagens brasileiro e como é coordenada a relação com esses profissionais. Contextualizando o panorama nacional, o mediador do debate explicou que ainda há poucos agentes que vendem regularmente cruzeiros e apresentou a questão para os debatedores. "Hoje são 70 mil CNPJs de agentes existentes no Brasil e 37 mil com Cadastur ativo. Mesmo assim, apenas 5 mil vendem cabines de cruzeiros. Como chegar em mais agentes?", questionou Ferraz.
Sobre essa realidade, os quatro representantes afirmaram que têm estratégias ativas de aproximação e capacitação dos agentes brasileiros. Para Adrian Ursilli, a relação da MSC com o agente de viagens é próxima a um casamento. "Na alegria ou na tristeza estamos juntos. Temos que resolver nossos problemas, que existem, e seguir em frente. É Uma relação de simbiose", metaforizou.
O representante da Costa Cruzeiros lembrou que a companhia italiana tem investido fortemente na capacitação e que essa abordagem tem sido o gancho de aproximação com esse profissionais. "Temos que ganhar como sistema e não como individual e o agente faz parte disso tudo. Sustentabilidade também é isso: crescer juntos", afirmou Dario Rustico.
Mario Franco também chamou atenção para os programas de qualificação que são coordenados pela R11 Travel (que representa a Royal Caribbean no Brasil). Já Andre Mercanti, da NCL, salientou que as vendas via agências representam 70% de toda a comercialização NCL por aqui e que a relação com esse profissionais é de amizade.
BRASILEIROS A BORDO
Os executivos também falaram sobre a presença de brasileiros a bordo dos navios dessas marcas e como estão as vendas. Segundo informou Mercanti, depois do hiato causado pela pandemia, foi surpreendente ver os antigos clientes retornando e os novos chegando. "Todas as companhias devem ter sentido isso e as agências também relatam", disse.Para Dario Rustico, da Costa, acredita que, pela análise que faz de mercado, este é o momento de investir no cenário sul-americano e brasileiro. "Para esta temporada temos 75% de capacidade a mais na comparação com 2019/2020. Isso mostra fome de viagens que o brasileiro tem neste momento".
Para executivo da Royal Caribbean, o fluxo de viajantes e a demanda de mercado por cruzeiros da marca deve voltar a níveis de 2019 apenas no final de 2023. "costumávamos ter 60 mil passageiros por ano e acredito que só voltaremos a este patamar no fim do ano que vem", projetou.
Ursilli, da MSC Cruzeiros, ressaltou que a empresa investiu forte na temporada que acaba de começar e que o cliente brasileiro é crucial para a empresa. "O custo de férias a bordo de um navio é muito atrativo e vantajoso e o brasileiro tem percebido isso. Teremos até abril 200 mil cabines de oferta para a temporada e 450 mil passageiros devem embarcar apenas no Brasil", reforçou.