Filip Calixto   |   14/09/2022 12:15
Atualizada em 14/09/2022 12:30

Custo da operação ainda inibe investimentos de armadoras no Brasil

Executivos de Costa Cruzeiros, MSC e Royal Caribbean participam de painel no 4º Fórum Clia Brasil


PANROTAS / Filip Calixto
Executivos de armadoras analisaram o contexto do Brasil para investimentos
Executivos de armadoras analisaram o contexto do Brasil para investimentos
BRASÍLIA (DF) – O custo da operação ainda é considerado um dos principais entraves para que as armadoras de cruzeiros invistam mais na temporada brasileira de navegações. Num debate realizado com três das principais companhias de cruzeiros do mundo, os representantes de todas as empresas apontaram os altos e muitos impostos como um problema a ser resolvido para que o mercado de navegações se desenvolva.

Os comentários acerca do tema foram feitos no primeiro painel do 4º Fórum Clia Brasil, que acontece hoje (14), em Brasília. O debate teve como tema as Tendências e os Cenários da Indústria de Cruzeiros no Brasil e no mundo e contou com a participação de Adrian Ursilli, diretor da MSC Cruzeiros no Brasil, Dario Rustico, presidente executivo para América do Sul e Central da Costa Cruzeiros, e André Pousada, vice-presidente regional, Government Relations Latin America da Royal Caribbean Cruzeiros.

PANROTAS / Filip Calixto
André Pousada, vice presidente regional, Government Relations Latin America da Royal Caribbean Cruzeiros, e Dario Rustico, presidente executivo para América do Sul e Central da Costa Cruzeiros
André Pousada, vice presidente regional, Government Relations Latin America da Royal Caribbean Cruzeiros, e Dario Rustico, presidente executivo para América do Sul e Central da Costa Cruzeiros
O representante da Costa Cruzeiros fez uma observação sobre o tema lembrando que as empresas que operam no setor precisam, para trazer um navio ao Brasil, fazer a soma de todos os custos e da taxação de cada um deles. Na opinião de Rustico, há impostos sobre muitos produtos e serviços e o acúmulo desses tributos pode inviabilizar novos investimentos.

"Se o Brasil puder competir com outros destinos do mundo na questão do custo vai ganhar porque tem uma competitividade enorme na parte comercial. Agora, as dificuldades que temos vem de custo, parte fiscal e estrutura. Esses itens ainda são problemas", afirmou o vice-presidente da Costa Cruzeiros.

Pousada, da Royal Caribbean, lembrou que no cenário do Turismo e dos cruzeiros, todo destino compete internacionalmente. E, pensando dessa maneira, trabalhar o local e entender o que dificulta a chegada das operadoras é fundamental. "Temos de pensar no caminho ideal para que se estabeleça uma relação ganha-ganha", diz.

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Adrian Ursilli, diretor da MSC Cruzeiros no Brasil, e o jornalista André Coutinho, que mediou o painel
Adrian Ursilli, diretor da MSC Cruzeiros no Brasil, e o jornalista André Coutinho, que mediou o painel
O diretos da MSC confirma o alto custo de ter navios na costa brasileira e disse que esse entrave se amplia para todo o cenário sul-americano. "A América do Sul como um todo tem um custo mais alto na comparação com outras regiões de navegação, algo como 50% a mais no custo geral, que vai do quilo da carne ao combustível", aponta.

Para Ursilli, a estratégia que pode fomentar a atividade passa pela simplificação dos processos e tributos. Assim, as companhias podem ter mais previsibilidade, gerar mais escalas, trazer mais navios e diminuir o impacto do custo. "Previsibilidade, simplificação e investimentos em infraestrutura é o que resolve", afirma.

Antes do painel, no início do evento, a Clia Brasil divulgou os principais números da temporada 2021/2022 de cruzeiros.

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