O que os agentes de viagens querem? Veja o que eles disseram
Terceira edição da Live PANROTAS - Retomada das Viagens recebeu agentes de viagens.
Em sua terceira edição, a LIVE PANROTAS – Retomada das Viagens, que conta com apoio da R1, ouviu o lado das agências de viagens e perguntou o que elas querem e precisam nesse momento de volta do setor. A reunião virtual realizada hoje (10), no Facebook e Portal PANROTAS, com transmissão da R1, contou com as participações de Magda Nassar, da Trade Tours e presidente da Abav Nacional, Inês Melo, da Stanfer Turismo e da Unav, Elisabet Diefenthaeler, da OP Turismo, de Porto Alegre, Marcela Candioto, da Daura's Turismo, de Limeira (SP), e Luiz Buarque, o Lula, da Paradise Turismo, de Recife.
A conversa passou por diversos temas mas começou entendendo o momento vivido pelas agências e como foi o trabalho de manutenção no contato com os viajantes. Sobre o assunto os convidados fizeram coro na avaliação de que a reserva de caixa foi fundamental para enfrentar o quadro longo e inesperado de inatividade causado pela pandemia. Nesse sentido os profissionais ressaltaram a importância de reorganizar as despesas e agregar novos produtos, que fizessem mais sentido para as vendas na volta dos trabalhos.
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"As reservas de caixa foram essenciais para superar o momento mais grave, que já passou. Agora estamos na fase de retomada gradual dos trabalhos, embora ainda haja incerteza, principalmente com um dos públicos que mais atendemos, juntamente com as universidades, que é a melhor idade", pontua Luiz Buarque. Para o profissional, a realidade dos últimos meses e a volta ainda compassada das vendas levantam necessidade de refletir e perceber que essa talvez seja uma oportunidade para reconstrução do setor, com apoio do poder público, e não apenas de retomada.
Para ilustrar seu pensamento, Buarque cita um passeio recente que fez e que teve seu trajeto dificultado pela má qualidade das estradas da região, entre Maragogi (AL) e Recife (PE). O trajeto de 130 quilômetros levou mais de sete horas. "O Turismo é um sistema, que tem a gestão pública como participante decisivo na qualidade e no fornecimento de estrutura. Ainda nos falta base para oferecer o que o turista quer dentro da qualidade que ele espera", completa.
Também especializada em vender viagens rodoviárias, sobretudo em grupos, a agente da Daura's Turismo, de Limeira (SP), começou a perceber os primeiros sinais de volta das vendas no mês passado. Em agosto, a agência paulista teve algo entre 30% e 40% das vendas que registrou no mesmo mês no ano passado. Os índices foram avaliados como positivos, principalmente quando se analisa que os principais produtos da empresa eram os grupos - em viagens regionais e internacionais.
O resultado é atribuído por Marcela a uma mudança de mentalidade que começou com o apoio dado aos clientes logo quando a crise chegou. "Procuramos agir rápido tranquilizando os passageiros, ficando próximos a eles e trabalhando em remarcações. Isso nos deixou conectados e agora iniciamos essa volta", aponta.
Com o trabalho mais concentrado em viagens de luxo, a OP Turismo, associada Virtuoso, alcançou em agosto 40% do total de vendas feitas no mesmo mês em 2019. Esse índice veio do entendimento que o momento agora é de renovar a oferta. "Rapidamente nos reestruturamos para oferecer novos produtos, alguns que nem conhecíamos", revela Elisabet Diefenthaeler. A estratágia também envolveu a construção de parcerias com hotéis e resorts para e o estreitamento de relação com viajantes, mesmo durante o período em que as viagens não era recomendadas.
HOME OFFICE E SEQUÊNCIA DO BOM TRABALHO
Em alguns outros casos, porém, a pandemia chegou para mudar radicalmente a rotina. Líder da Stanfer Turismo e da Unav (União Nacional de Agências de Viagens), Inês Melo, comenta que muitos profissionais fecharam as portas de seus escritórios e passaram a trabalhar de casa, onde os custos são mais acessíveis e o trabalho de consultoria segue sendo feito.
O local onde o agente atende, entretanto, não parece afetar a qualidade do atendimento. Pelo menos é nisso que acredita a presidente da Abav. Para Magda Nassar, o agente de viagens, mesmo submetido a alterações de mercado, não mudou e segue prestando um bom trabalho. Magda lembra que os agentes são responsáveis por porcentagens consideráveis das vendas de hotéis, cruzeiros e aviação no Brasil e que um terço das empresas que constam no Cadastur são agências.
"Estamos num momento de melhorar, inclusive na percepção do mercado. O bom agente de viagens, que seguiu fazendo seu papel, tem a oportunidade de seguir mostrando o quão imprescindível ele é", pontua a presidente, que ainda pediu união do setor e explicou como ser uma agência Abav procurando a sede estadual da organização.
NICHOS
Ao longo da live, o tema nichos também apareceu. Sobre o assunto, Luiz Buarque, da Paradise Turismo, apontou os pontos negativos e positivos de trabalhar com dessa maneira. "A grande virtude de trabalhar com nicho é a especialização. Se tornar o mais apto possível para aquele público e virar referência, fidelizando esse mercado. A desvantagem é depender de um produto só", resume.
Para Marcela Candioto, da Daura's Turismo, além de ter um nicho definido, produtos exclusivos podem ser uma boa saída para agências.
MULTICANAIS
Citando uma recente pesquisa elaborada pelo Sebrae em parceria com a Abav, Magda destacou o trabalho dos agentes pelos diversos meios de comunicação e pelas mídias sociais. Segundo aponta o levantamento, 72% dos agente já utilizavam canas digitais para realizar suas vendas mesmo antes das medidas de isolamento social.
"Hoje os agentes têm uma força de 'viralização' e vendas em aplicativos e redes sociais. Temos um setor já inserido no mundo digital e que já utiliza esses canais", reforça a líder da Abav.
O QUE OS AGENTES DE VIAGENS QUEREM?
Saber o que desejam os agentes foi a pergunta que encerrou a live. E a respostas foram dadas na mesma direção por todos os participantes. Em suma, os convidados acreditam que o que os agentes querem é ter parcerias respeitosas e que permitam o ganho justo aos diferentes players do mercado.
"A gente quer parceiros que atuem de maneira respeitosa", resume Inês Melo.
Para Marcela Candioto o que o agente quer é poder seguir prestando serviço com união e reciprocidade na relação com fornecedores. A frase foi endossada por Elisabet Diefenthaeler, que ainda pediu maior valorização à função, argumentando que os agentes são um canal de vendas indispensável para diversas atividades no setor.
"Como presidente da Abav, o que eu acho que o agente quer e merece é tudo. Nosso direito é ter tudo e nossa obrigação é correr atrás e entregar", afirma Magda. "Acho que temos uma categoria super importante, de valor imenso e vamos trabalhar mirando o macro para engrandecer essa profissão", completa. Sobre fornecedores que não prestigiam os agentes ou que oferecem descontos na venda direta, os participantes recomendaram não considerá-los parceiros e vender outros produtos. "Há milhares de leitos de hotel disponíveis no País. Mais de 500 mil. Ache quem é parceiro", disse Magda.
A presidente da Abav concluiu a reunião convidando os profissionais do agenciamento a participarem da Abav Collab, um evento digital da associação que acontece na última semana do mês.
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A conversa passou por diversos temas mas começou entendendo o momento vivido pelas agências e como foi o trabalho de manutenção no contato com os viajantes. Sobre o assunto os convidados fizeram coro na avaliação de que a reserva de caixa foi fundamental para enfrentar o quadro longo e inesperado de inatividade causado pela pandemia. Nesse sentido os profissionais ressaltaram a importância de reorganizar as despesas e agregar novos produtos, que fizessem mais sentido para as vendas na volta dos trabalhos.
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"As reservas de caixa foram essenciais para superar o momento mais grave, que já passou. Agora estamos na fase de retomada gradual dos trabalhos, embora ainda haja incerteza, principalmente com um dos públicos que mais atendemos, juntamente com as universidades, que é a melhor idade", pontua Luiz Buarque. Para o profissional, a realidade dos últimos meses e a volta ainda compassada das vendas levantam necessidade de refletir e perceber que essa talvez seja uma oportunidade para reconstrução do setor, com apoio do poder público, e não apenas de retomada.
Para ilustrar seu pensamento, Buarque cita um passeio recente que fez e que teve seu trajeto dificultado pela má qualidade das estradas da região, entre Maragogi (AL) e Recife (PE). O trajeto de 130 quilômetros levou mais de sete horas. "O Turismo é um sistema, que tem a gestão pública como participante decisivo na qualidade e no fornecimento de estrutura. Ainda nos falta base para oferecer o que o turista quer dentro da qualidade que ele espera", completa.
Também especializada em vender viagens rodoviárias, sobretudo em grupos, a agente da Daura's Turismo, de Limeira (SP), começou a perceber os primeiros sinais de volta das vendas no mês passado. Em agosto, a agência paulista teve algo entre 30% e 40% das vendas que registrou no mesmo mês no ano passado. Os índices foram avaliados como positivos, principalmente quando se analisa que os principais produtos da empresa eram os grupos - em viagens regionais e internacionais.
O resultado é atribuído por Marcela a uma mudança de mentalidade que começou com o apoio dado aos clientes logo quando a crise chegou. "Procuramos agir rápido tranquilizando os passageiros, ficando próximos a eles e trabalhando em remarcações. Isso nos deixou conectados e agora iniciamos essa volta", aponta.
Com o trabalho mais concentrado em viagens de luxo, a OP Turismo, associada Virtuoso, alcançou em agosto 40% do total de vendas feitas no mesmo mês em 2019. Esse índice veio do entendimento que o momento agora é de renovar a oferta. "Rapidamente nos reestruturamos para oferecer novos produtos, alguns que nem conhecíamos", revela Elisabet Diefenthaeler. A estratágia também envolveu a construção de parcerias com hotéis e resorts para e o estreitamento de relação com viajantes, mesmo durante o período em que as viagens não era recomendadas.
HOME OFFICE E SEQUÊNCIA DO BOM TRABALHO
Em alguns outros casos, porém, a pandemia chegou para mudar radicalmente a rotina. Líder da Stanfer Turismo e da Unav (União Nacional de Agências de Viagens), Inês Melo, comenta que muitos profissionais fecharam as portas de seus escritórios e passaram a trabalhar de casa, onde os custos são mais acessíveis e o trabalho de consultoria segue sendo feito.
O local onde o agente atende, entretanto, não parece afetar a qualidade do atendimento. Pelo menos é nisso que acredita a presidente da Abav. Para Magda Nassar, o agente de viagens, mesmo submetido a alterações de mercado, não mudou e segue prestando um bom trabalho. Magda lembra que os agentes são responsáveis por porcentagens consideráveis das vendas de hotéis, cruzeiros e aviação no Brasil e que um terço das empresas que constam no Cadastur são agências.
"Estamos num momento de melhorar, inclusive na percepção do mercado. O bom agente de viagens, que seguiu fazendo seu papel, tem a oportunidade de seguir mostrando o quão imprescindível ele é", pontua a presidente, que ainda pediu união do setor e explicou como ser uma agência Abav procurando a sede estadual da organização.
NICHOS
Ao longo da live, o tema nichos também apareceu. Sobre o assunto, Luiz Buarque, da Paradise Turismo, apontou os pontos negativos e positivos de trabalhar com dessa maneira. "A grande virtude de trabalhar com nicho é a especialização. Se tornar o mais apto possível para aquele público e virar referência, fidelizando esse mercado. A desvantagem é depender de um produto só", resume.
Para Marcela Candioto, da Daura's Turismo, além de ter um nicho definido, produtos exclusivos podem ser uma boa saída para agências.
MULTICANAIS
Citando uma recente pesquisa elaborada pelo Sebrae em parceria com a Abav, Magda destacou o trabalho dos agentes pelos diversos meios de comunicação e pelas mídias sociais. Segundo aponta o levantamento, 72% dos agente já utilizavam canas digitais para realizar suas vendas mesmo antes das medidas de isolamento social.
"Hoje os agentes têm uma força de 'viralização' e vendas em aplicativos e redes sociais. Temos um setor já inserido no mundo digital e que já utiliza esses canais", reforça a líder da Abav.
O QUE OS AGENTES DE VIAGENS QUEREM?
Saber o que desejam os agentes foi a pergunta que encerrou a live. E a respostas foram dadas na mesma direção por todos os participantes. Em suma, os convidados acreditam que o que os agentes querem é ter parcerias respeitosas e que permitam o ganho justo aos diferentes players do mercado.
"A gente quer parceiros que atuem de maneira respeitosa", resume Inês Melo.
Para Marcela Candioto o que o agente quer é poder seguir prestando serviço com união e reciprocidade na relação com fornecedores. A frase foi endossada por Elisabet Diefenthaeler, que ainda pediu maior valorização à função, argumentando que os agentes são um canal de vendas indispensável para diversas atividades no setor.
"Como presidente da Abav, o que eu acho que o agente quer e merece é tudo. Nosso direito é ter tudo e nossa obrigação é correr atrás e entregar", afirma Magda. "Acho que temos uma categoria super importante, de valor imenso e vamos trabalhar mirando o macro para engrandecer essa profissão", completa. Sobre fornecedores que não prestigiam os agentes ou que oferecem descontos na venda direta, os participantes recomendaram não considerá-los parceiros e vender outros produtos. "Há milhares de leitos de hotel disponíveis no País. Mais de 500 mil. Ache quem é parceiro", disse Magda.
A presidente da Abav concluiu a reunião convidando os profissionais do agenciamento a participarem da Abav Collab, um evento digital da associação que acontece na última semana do mês.
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