Segmentação é essencial para trabalhar com o Turismo LGBT
A Conferência da Diversidade ressaltou como as agências podem trabalhar com o segmento de forma assertiva
Um dos painéis da 4ª Conferência da Diversidade e Turismo da Câmara LGBT, que teve início nesta terça-feira (17), ressaltou a importância das agências e operadoras buscarem informações e entenderem seus clientes para trabalhar com o Turismo LGBTQ+ de forma mais assertiva. O painel contou com a mediação da presidente da Abav, Magda Nassar, e participação do coordenador de Produtos LGBTQ+ da Diversa Turismo, Marcelo Michieletto; do gerente regional de Lazer da Visual Turismo, Hugo Lagares; e do fundador da Paixão em Viajar, Átila Paixão.
Assim como todos os viajantes, o público LGBTQ+ conta com necessidades e desejos diferentes, variando desde o homossexual solteiro em busca de festas até a família homoafetiva com filhos que procura um destino mais sossegado. Por isso, entender o perfil e as necessidades do cliente é essencial para vender o produto adequado, de acordo com os participantes.
"Dentro do Turismo LGBT, nós temos vários segmentos. Então é importante pensar no produto certo para cada cliente dentro do segmento como um todo. E, para isso, é importante que você selecione fornecedores que realmente pensem em diversidade. A ideia é segmentar com expertise para tentar ao máximo oferecer um produto inclusivo e com qualidade”, ressaltou Marcelo Michieletto.
“Ao pensar em um produto dentro de qualquer empresa, você tem que entender o que o cliente procura. E com o público LGBT não é diferente. É preciso saber quem você quer atingir, até mesmo para fidelizar esse cliente. A questão da segmentação, no geral, é uma oportunidade muito grande para que o negócio de quem trabalha com esse público seja duradouro”, disse Átila Paixão.
DESTINOS PARA O TURISTA LGBTQ+
De acordo com os participantes, os turistas LGBTQ+ podem viajar para qualquer destino, mas é importante orientá-los quando decidem visitar países onde o risco é maior. “Existe aquele viajante que é mais militante e que jamais viajaria para países onde ser LGBT é crime, como a Rússia ou o Egito. Mas existem outros clientes que não abrem mão da sua liberdade e viajam para qualquer lugar do mundo. Por isso, a Diversa não exclui nenhum país da lista apenas porque o cliente é LGBT. O nosso papel é informar e instruir as agências para que elas possam orientar o cliente a respeito da segurança dos destinos”, explicou Michieletto.Já o fundador do Paixão em Viajar ressalta que a segmentação é também essencial no momento de sugerir um destino para o turista LGBT. “Temos algumas prioridades no Turismo LGBT, como a segurança e a inclusão. Muitas pessoas não entendem o porquê de segmentar, mas é importante lembrar que existem diferentes perfis em todos os segmentos. Seres humanos no geral são pessoas diversas. Então se você quer atender o turista LGBT, você precisa entender suas diferenças. Mas, às vezes, esse cliente não é para você e está tudo bem. Nesse caso, você pode falar que não é a pessoa mais indicada para atendê-lo e sugerir outra agência que trabalhe com esses produtos”, completou.
Da mesma forma que a segurança, a sustentabilidade é um dos pilares trabalhados no Turismo LGBT. Para Hugo Lagares, a prática sustentável tem tudo a ver com o segmento. “Fernando de Noronha (PE) e Porto de Galinhas (PE), por exemplo, são destinos que se preocupam com a sustentabilidade e atendem muito bem o público LGBT. É o cuidado com o destino, com o cliente e com o que ele está esperando daquela experiência. Por isso, é fundamental entender o cliente para oferecer o produto adequado”, destacou.