Filip Calixto   |   30/01/2024 17:58

Hotelaria no Brasil: diárias ficaram mais caras e ocupação cresceu em 2023

Relatório do Fohb ainda avalia o panorama atual dos hotéis brasileiros em investimentos e perspectivas


Divulgação
Números do Fohb mostraram crescimento tanto no preço cobrados pelos hotéis como também na receita gerada e na ocupação
Números do Fohb mostraram crescimento tanto no preço cobrados pelos hotéis como também na receita gerada e na ocupação

Pesquisa feita com os hotéis associados ao Fohb, que reúne hotéis de redes que atuam em todo o Brasil, mostra que 2023 foi um ano positivo em dois aspectos principais: a retomada das tarifas e o preenchimento dos quartos. O relatório, que considerou dados de 530 empreendimentos, mostra que, de janeiro a dezembro, a média de ocupação subiu 4% em relação ao ano anterior enquanto a diária média cobrada cresceu 22,5% na mesma comparação. O RevPar (que significa a receita gerada por apartamento disponível) teve acréscimo de 27,3%.

Para a associação, esses dados montam o panorama atual do segmento, que não é de crescimento acentuado, mas satisfatório. "Não estamos voando, estamos apenas decolando", aponta em forma de metáfora a direção do Fohb. A entidade assegura que há crescimento em reservas, sobretudo na comparação com os dois últimos anos. Isso gera efeitos diretos nos lucros desses hotéis e na geração de empregos, mas ainda são um passo rumo à recuperação total daquilo que foi perdido durante a pandemia.

"Foi possível recuperar os 300 mil postos de trabalhos que desapareceram em 2020. No entanto, há menos hotéis em relação a 2019. Foram fechados, de forma definitiva, 700 empreendimentos. Estamos operando com uma sub-oferta. A demanda vem crescendo e o Brasil, cujo Turismo emprega milhões de pessoas direta e indiretamente, precisa de um número maior de hotéis, inclusive para manter sua competitividade e os preços mais próximos do patamar da hotelaria internacional. Uma escassez de hotéis cria gargalos no Turismo, prejudicando toda a indústria a longo prazo"

Analisa a direção do Fohb

Espaço para investir

O relatório coloca ainda o fórum de operadores disponível para participar de um debate sobre investimentos no setor. O Fohb defende que haja novos aportes, mas pensados para que o próximo ciclo de crescimento seja sustentável.

"Todos os estudos macroeconômicos mostram que precisamos ter um crescimento sustentável na oferta de quartos nos próximos anos. Não há investimentos importantes há cinco anos. É fundamental olhar para todas as oportunidades que os modelos hoteleiros de negócios podem oferecer para investidores. Os condohotéis, por exemplo, vistos hoje como patinhos feios no mercado de investimentos, por conta da defasagem das diárias médias, já foram grandes alavancadores do desenvolvimento de nossa indústria no Brasil", pontua a organização no material.

Unsplash/Shivendu Shukla
O Fohb defende ainda que haja mais investimentos em hotéis, mas que isso seja feito de maneira sustentável
O Fohb defende ainda que haja mais investimentos em hotéis, mas que isso seja feito de maneira sustentável

Para 2024, a associação projeta que a reforma tributária será um fator de forte impacto para o mercado de hospitalidade, o que deve permear qualquer decisão este ano.

"Estamos em um processo de mudança radical no País com a reforma tributária, que terá impacto direto em todos os setores da economia, e é claro, também no Turismo e hotelaria", considera. "Um IVA de 27% está fora de questão. A tributação atual é alta. Conforme estudos que realizamos, pagamos hoje entre 14 e 16% de impostos em um processo complexo e opaco. Dados apontam também que não somos competitivos com outros países que têm o IVA e onde o Turismo é vetor importante na economia. Esses mercados, altamente competitivos, adotam uma alíquota média de 10,3% para a hotelaria. Este é um primeiro desafio na condução agora de leis complementares que comporão a reforma tributária", complementa o Fohb.

Regiões e categorias de hotéis

Voltando ao desempenho do ano, quanto à análise por região, a taxa de ocupação apresentou desempenho negativo apenas na região Norte (-1,8%). As demais localidades apontam variações positivas entre 0,2% no Nordeste e 5,1% no Sudeste.

A diária média apontou percentuais positivos em todas as regiões. Com:

  • Centro-Oeste - 28,5%;
  • Nordeste - 18,1%
  • Norte - 22,6%
  • Sudeste - 23,4%
  • Sul - 17,2%


Na análise por categoria hoteleira, apenas acréscimos foram registrados na taxa de ocupação: 5,5% no Econômico; 2,6% no Midscale; e 2,5% no Upscale. Na diária média acréscimos na categoria Econômico de 19,5%; Midscale, 25,4% e Upscale 25,2%.

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