Rodrigo Vieira   |   12/08/2022 08:30
Atualizada em 16/08/2022 11:06

Accor já supera 2019 em ocupação e faturamento na América do Sul

CEO da rede hoteleira na América do Sul, Thomas Dubaere diz que julho superou os índices pré-pandemia


PANROTAS / Marluce Balbino
Thomas Dubaere, CEO da Accor na América do Sul, na parte externa do Jo&Joe Largo do Boticário, no Rio de Janeiro
Thomas Dubaere, CEO da Accor na América do Sul, na parte externa do Jo&Joe Largo do Boticário, no Rio de Janeiro

Se um dia, durante os piores momentos da pandemia, a Accor previu retomar apenas em 2023/2024 os níveis de 2019 em receita e ocupação, é porque a diretoria da rede hoteleira não estava otimista o suficiente para imaginar que já no segundo semestre de 2022 o desempenho pré-crise seria não retomado, mas superado.

Já no primeiro semestre, a Accor cresceu 13% em receita na América do Sul em comparação com o mesmo período em 2019. O CEO da companhia no continente, Thomas Dubaere, considera esse desempenho "ótimo", mas diz que o segundo semestre se iniciou ainda mais promissor. "De janeiro a junho, superamos o período idêntico de 2019 em receita, mas com uma ocupação ligeiramente menor ou igual ao pré-pandemia. Porém, já em julho encerramos o mês com ocupação 10% maior do que em 2019 e com diária média quase 16% mais alta", afirma o executivo, exclusivamente ao Portal PANROTAS, no Jo&Joe Largo do Boticário, no Rio de Janeiro.

"Quando o indicador da ocupação sobe, é um sinal claro de que o mercado está voltando ao normal e, com tudo o que a indústria enfrentou nesses últimos dois anos em relação à inflação e a despesas, a diária média tem de crescer, e está crescendo. Se tivessem me perguntado há um ano, eu diria que o patamar alcançado hoje só seria visto em 2023 ou 2024", admite Dubaere.

RETORNO DOS EVENTOS
O CEO da Accor na América do Sul se mostra animado sobretudo com o retorno dos eventos. Entre os segmentos prioritários da rede hoteleira na região, ele conta que Lazer já está bem acima de 2019 e corporativo cresce natural e gradativamente conforme os índices de vacinação vão melhorando. Então, o indicador da volta dos eventos é, em sua visão, um elo entre todas essas partes.

"É muito positivo ver que daqui até o fim do ano todos os eventos culturais, musicais, esportivos, a Fórmula 1 e outros encontros tão grandes estão voltando no Brasil. A volta dessas reuniões representam a volta do lazer, a volta do corporativo, a vida normal."

O protagonismo do Brasil para a Accor na América do Sul é nítido em seu discurso. Ele conta que o País teve recuperação mais acelerada graças ao poder de seu fluxo doméstico, que representa 85% das vendas da Accor, seguido de 10% do público sul-americano que vem ao Brasil e 5% de outros continentes. Na América do Sul, 36 hotéis foram abertos pela rede desde o início da pandemia. Para este ano, a previsão é encerrar dezembro com 25 novos hotéis abertos, sendo 17 no Brasil e oito nos países hispânicos (desses 25, 11 já estão em atividade).

"A quantidade de aberturas é importante, pois mostra que os investidores seguem confiando na indústria, ainda que tenhamos sofrido demais com a crise. A Accor trabalha com a operação de hotéis e franquias, e estamos vendo um desenvolvimento bem importante deste segundo segmento", comenta Thomas Dubaere.

PROGRAMA DE FIDELIDADE TEM METADE DAS VENDAS
O programa de fidelidade ALL - Accor Live Limitless responde por 47% das vendas da Accor no Brasil, revela Dubaere. "Nossas prioridades em termos de distribuição global são os canais próprios, seguidos do All e dos canais indiretos."

IMPACTO NO MEIO AMBIENTE E NAS COMUNIDADES LOCAIS
Thomas Dubaere reforça que a Accor tem uma grande preocupação em gerar postos de emprego para as comunidades onde os hotéis estão localizados, além de ressaltar o foco cada vez maior da rede em impactar positivamente o meio ambiente. "Seremos a primeira rede hoteleira internacional a eliminar completamente o uso de plástico de uso único em todos os nossos hotéis até o fim de 2022. É uma meta bem ousada, mas o meio ambiente é hoje um dos três pontos fundamentais para os hotéis da Accor."

Neste aspecto, o executivo crê que o recém-inaugurado Jo&Joe Largo do Boticário, no Rio de Janeiro, servirá de vitrine para a região. "É o primeiro hotel do Brasil com certificado Green Building Council, o que significa que a construção leva em conta a economia de energia, de água, a redução de desperdício alimentício e de emissão de carbono. Temos metas para cada um desses pontos."

Por fim, o bem humorado CEO da Accor na América do Sul, que assumiu o posto em setembro de 2020, faz questão de dizer (em bom português, do qual é modesto demais para admitir fluência) que está gostando cada dia mais do Brasil e pretende ficar aqui por vários e vários anos. "Minha família e eu estamos amando o País", afirma o substituto de Patrick Mendes.

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