Beatrice Teizen   |   19/08/2021 11:18

Hotéis buscarão ainda mais pelo controle de custos operacionais

De acordo com a pesquisa Hotelaria em Números 2021, realizada pela consultoria imobiliária JLL

O desempenho do mercado hoteleiro brasileiro em 2020 refletiu a crise desencadeada pela pandemia de covid-19 e registrou grande queda nas taxas de ocupação. O cenário de adversidades motivou o setor a repensar práticas e redesenhar modelos de gestão.

Unsplash/Marten Bjork
Hotéis buscarão ainda mais pelo controle de custos operacionais, segundo pesquisa da JLL
Hotéis buscarão ainda mais pelo controle de custos operacionais, segundo pesquisa da JLL
Por terem se mostrado efetivas, as mudanças promovidas serão levadas pelos gestores para o pós-pandemia, mesmo após a retomada e recuperação da hotelaria, segundo a pesquisa “Hotelaria em Números 2021”, realizada pela consultoria imobiliária JLL a partir de questionários preenchidos por mais de 500 hotéis, resorts e flats do País.

A conclusão do estudo é que, após o trabalho das administradoras hoteleiras renegociando com fornecedores e cancelando serviços contratados, a forma de administrar hotéis não será mais a mesma. “O controle dos custos operacionais será um objetivo perseguido com muito mais dedicação do que era feito historicamente”, diz o diretor de Valuation and Advisory Services (VAS) da empresa, Ricardo Mader.

A pandemia também ressaltou a importância de marcas e o maior poder das redes hoteleiras ao negociar com as OTAs, o que deverá intensificar o aumento da opção por franquias de marcas globais nos próximos anos.

Em 2020, a indústria hoteleira do Brasil viveu sua pior crise. Houve queda de 56% na taxa de ocupação e 14,5% na diária média. A margem de lucro bruto foi negativa em 3,9%. Desde o início da pandemia, cerca de 500 hotéis fecharam no País, totalizando aproximadamente 132 mil quartos.

No mundo, a liquidez do setor despencou 60% no mesmo ano. Mas, com o avanço do programa de vacinação e respeitando os protocolos de segurança, a projeção é que o setor hoteleiro brasileiro inicie a recuperação ainda no terceiro trimestre de 2021. O processo de retomada deve durar cerca de um ano.

ALTERNATIVAS
Os segmentos de co-living, que inclui produtos de residenciais primários, alojamento estudantil, senior living, entre outros, passa a ser uma grande opção para um diferente uso para aqueles ativos bem localizados, mas que necessitam de muito capital para reposicionar o empreendimento de forma competitiva no mercado hoteleiro.

A cidade do Rio de Janeiro, que já estava sofrendo com o grande crescimento da oferta hoteleira influenciada pelo Mundial da Fifa e Olimpíadas, é o melhor exemplo de busca de equilíbrio entre oferta e demanda. Inúmeras propriedades hoteleiras foram vendidas nos últimos 24 meses para serem convertidas em outros usos imobiliários. O mesmo deve acontecer em outros importantes centros urbanos do País.

O estudo completo, com outros insights sobre a hotelaria do Brasil, pode ser baixando neste link.

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