Hotelaria no Brasil alcançará níveis pré-pandemia apenas em 2022
O cenário é mais otimista para o mercado de lazer, com expectativa de retomar o RevPAR ainda em 2021

Atualmente, a taxa de ocupação da hotelaria mundial é de aproximadamente 40%, em relação ao ano passado. Na China, a ocupação dos hotéis já se aproxima a patamares pré-pandemia, registrando 62% de ocupação em setembro (comparado a 63% em 2019). Esse crescimento se deve, principalmente, à confiança dos chineses em voltar a viajar.
“O exemplo da China me alimenta uma esperança de que outros países também consigam obter taxas de ocupação razoáveis. No Brasil, o número de casos e óbitos por covid-19 começou a diminuir em setembro, mesmo mês em que começamos a observar um aumento nas buscas por hotéis em diversas regiões do País”, afirmou o managing partner da HotelInvest, Pedro Cypriano.

HOTÉIS URBANOS
Na hotelaria urbana, os estados do Nordeste e do Norte estão registrando índices de ocupação acima da média nacional, especialmente as cidades do interior. No Rio de Janeiro, por exemplo, 25% dos hotéis do interior estão com ocupação acima de 63%. Já as cidades maiores estão em patamares mais modestos de ocupação, como São Paulo e Campinas (SP). Em setembro, as capitais atingiram 20% da ocupação, enquanto as cidades do interior chegaram a 27% em razão da demanda regionalizada.
“Com base no estudo que fizemos, a perspectiva é que teremos mais viagens corporativas a partir de 2021. No entanto, até o ano de 2023, dificilmente conseguiremos atingir os valores pré-crise na hotelaria de negócios. Por isso, o controle da covid-19 e o reaquecimento econômico são essenciais para decolarmos do cenário conservador”, ressaltou Cipriano.
HOTÉIS DE LAZER
O cenário da hotelaria de lazer já é mais otimista do que a da urbana. Isso porque parte da queda no consumo turístico de brasileiros no Exterior deve ser redirecionada a viagens domésticas em 2020 e 2021. Neste ano, haverá uma queda de quase 70% dos gastos de brasileiros no Exterior, o que contribui para acelerar a retomada da hotelaria doméstica.
Ainda que o cenário para a hotelaria de lazer seja mais otimista, o managing partner da HotelInvest alerta que o mercado deve se atentar a alguns pontos, como os sinais de queda de tarifa, com risco de estender a recuperação do setor; o equilíbrio operacional, que deve ser mais claro no final do ano; e o cenário conservador para os hotéis urbanos, ao menos às perspectivas de curto prazo. “É importante também a gente não fechar os olhos para o que está acontecendo fora do Brasil. A curva de segunda onde que está atingindo países da Europa e os Estados Unidos pode atingir outros mercados. É importante criar algumas reservas para eventuais problemas que possam surgir no futuro”, ressaltou Cipriano.